ITAPETININGA E A FESTA DO FOLCLORE.

Foi no mês de junho de 1.963 que a Prefeitura do Município de Itapetininga, em parceria com a Associação Brasileira do Folclore realizou o 1o. Festival Folclórico da região, apresentando diversos grupos da capital e de cidades vizinhas.

Assim, seguidamente, foram acontecendo nessa cidade, sempre no mês de agosto, eventos dedicados ao folclore.

Durante o 3o. Festival de Folclore, em agosto de 1.968, teve fandango, tirana-de-lenço, pau-de-fita, chote, fandango de tamanco, congada e cururu.

A grande atração foi um grupo organizado e dirigido pelo prefeito de Paranapanema, Luiz Duarte Tibiriçá chamado Grupo "Cruzeiro do Sul" que exibiu três números de chotes. Esse prefeito era proprietário do "Restaurante Tibiriçá".

A exposição de arte realizou-se na sede da Associação Rural e mostrou cabeças de barro, presépios, cestas, gaiolas de pássaros, tapetes de lã, colchas de cama, etc.

Os tapetes de lã eram produzidos pelos donos da Fazenda 7 Pastores, o casal Alexander Cseri e Carla Toscanini Cseri. Essa era uma fazenda de criação de carneiros que existia na época.

As cabeças de barro eram esculpidas por dona Bertolina, uma artista popular já bastante idosa na época.

Os diversos trabalhos feitos com raízes de árvores figurando animais também eram bastante interessantes.

Do professor Rossini Tavares de Lima, um grande estudioso do folclore paulista, surgiu a ideia de se servir arroz com suã para os convidados.

A apresentação do 3o. Festival esteve a cargo de Carlos José de Oliveira.

Capela do Alto, bairro de Itapetininga, mandou para lá seus Meninos Fandangueiros.

Os fandangueiros adultos apresentaram-se com camisa de cetim rosa com galões na gola e nos punhos, chapéus de palha de abas largas, lenço no pescoço, meias botas e chilenas e foram dirigidos por Chico Lara.

Na tirana-de-lenço e no pau-de-fita, estudantes de Itapetininga, sob a direção de Luís Gaúcho, mas que não se apresentaram muito à caráter.

De Capão Bonito, o Grupo São Pedro, dirigido por Pedro Guarino, apresentou a dança dos tamancos de tábuas e do Bairro dos Ferreiras e Mendonça, também de lá, Maria Aparecida de Oliveira declamou uma poesia sua em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

No encerramento, a congada Nossa Senhora do Rosário, de Itapetininga e cristãos e mouros representaram a Embaixada.

Na sanfona, "Galera" e no pandeiro "Nenê" Mateus. 

A partir da 4a. edição, realizada de 17 a 24 de agosto de 1.969, a Exposição Feira e Festival de Folclore de Itapetininga já estava incluída no calendário oficial da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo.

Essa edição foi bastante importante porque, depois de 41 anos, a BUGRADA ressurgiu em Itapetininga.

A 5a. edição realizou-se de 17 a 23 de agosto de 1.970 na Avenida Peixoto Gomide, onde desfilaram números de cururu, congada, catira, Folia de Reis (de Capão Bonito e Paranapanema).

Acredito que essas festas se acabaram por falta de patrocínio. Está na hora de se começar de novo, em Itapetininga, um evento desse porte para mostrar a real tradição do interior de São Paulo, principalmente de nossa região.

De todo o exposto, fiquei muito feliz em saber do casal Cseri que fazia tapetes de lã por ocasião dessas festas, através do sítio "Árvores de Itapetininga", do itapetiningano Luis Flávio.

A Fazenda 7 Pastores fica no Bairro da Conceição, em Itapetininga e Alexander Cseri, um alemão radicado no Brasil, fala sobre ela: - "Comprei a Fazenda em 1951, e em 1954, no inverno, por 5 dias seguidos a temperatura registrou -5 C. , de dia e noite. Tínhamos uns 40 pés de abacateiro plantados, morreu tudo com a geada. Hoje em dia não faz mais frio como antigamente ". 

A família Cseri.