"Todo mundo, mas todo mundo mesmo, é meio louco – exceto eu, naturalmente.
E também excluo você, caro leitor. Naturalmente!
Mas será que, ao afirmarmos que não somos loucos, realmente estamos fazendo um favor a nós mesmos?
Sem dúvida. Afinal, quem gostaria de ser louco?
Mas será que não somos – nem mesmo um pouquinho – então lógica e forçosamente teremos de ser normais – exageradamente normais, chatos de tão normais.
Sejamos sinceros!
Você gostaria de ser absolutamente normal em todos os sentidos?
Quanto a mim, agradeceria, mas recusaria tamanha honra.
Não queremos ser loucos, mas também não queremos ser normais.
Afinal, o que queremos mesmo?
Na verdade, por paradoxal que isto possa parecer, todos somos normais e loucos ao mesmo tempo!
Normais aos nossos olhos e loucos aos olhos de outros!
Devo confessar que a opinião que acabo de exprimir pode ser considerada uma manifestação do individualismo, por isso, não posso deixar de reconhecer que os grupos sociais se mostram muito mais relutantes.
Estes grupos costumam criar regras, que por vezes são normais e outras vezes malucas. Quem segue estas regras é considerado normal, quem as despreza é apontado como louco.
Mas, afinal, o que é que estas considerações vieram fazer neste Jornal – mesmo que se trate de uma coluna totalmente diferente?
O presente trabalho não se limita a fornecer algumas informações. Representa a primeira tentativa de oferecer uma visão de conjunto, possivelmente de quase todos os métodos de crítica literária."
Marcelo Mendes de Souza, para o Região On Line.
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