ESTE BLOGUE NASCEU EM FEV/2012 SOB A PROTEÇÃO DA SENHORA APARECIDA, DE BOM JESUS DE IGUAPE, DE SÃO GERALDO MAGELA E DE SÃO MIGUEL, QUE TAMBÉM PROTEGEM MEU FILHÃO E CONHECIDOS(AS).
terça-feira, 31 de julho de 2018
SUSSURRREALLLL MESMO!
Hoje recorri em um processo de execução no qual o condenado por 6 crimes saiu em livramento condicional e fugiu. Ficou foragido por 7 anos.
Só voltou porque foi recapturado.
E a juíza entendeu que não houve falta grave, só “mero descumprimento de condições”.
Surreal.
No Twitter dele.
A GREVE DE FOME DOS MILITANTES DE LULA
Seis militantes do MST iniciaram ontem uma greve de fome para pressionar o STF pela soltura de Lula.
A maioria desse pessoal é composta de pessoas acima do peso.
Como diz o meu guru Roberto Jefferson, vai ser fácil saber, depois de 15 ou 20 dias de greve, se estão mesmo em jejum completo.
E como também pergunta o meu guru, por que só o MST? Por que os petês também não aderem?
VAMOS MATAR O HERZOG DE NOVO?
MPF reabre investigações do caso Vladimir Herzog.
Jornalista foi torturado e morto em 1975; Brasil foi condenado por não investigar caso.
O MPF em São Paulo decidiu reabrir nessa segunda-feira, 30, as investigações sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida em 1975.
A reabertura do inquérito se deu após a Corte Interamericana de Direitos Humanos – CIDH, pertencente à Organização dos Estados Americanos – OEA, condenar o Brasil por não investigar a tortura e o assassinato do jornalista.
Aos 38 anos, o jornalista apresentou-se de forma voluntária para prestar depoimento a autoridades militares no Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna – DOI/Codi. Após ser preso, Herzog foi interrogado, torturado e morreu no local. À época, o jornalista foi considerado morto em consequência de suicídio, mas a versão foi contestada por sua família.
Parentes do jornalista apresentaram, em 1976, uma ação civil na justiça Federal que desmentiu a versão do suicídio e, em 1992, o MP/SP pediu a abertura de uma investigação policial, mas o TJ/SP considerou que a lei de anistia era um obstáculo para investigar. Após uma nova tentativa de investigação, em 2008, o caso foi arquivado por prescrição, segundo o processo.
No último dia 5 de julho, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Estado brasileiro pela falta de investigação, julgamento, e sanção dos responsáveis pela tortura e assassinato do jornalista. A Corte entendeu que os fatos ocorridos contra o jornalista devem ser considerados como crime contra a humanidade e que o Estado é responsável pela violação ao direito de "conhecer a verdade e a integridade pessoal" em prejuízo dos parentes de Herzog.
Fonte: Migalhas.
SAÚDE, PRESIDENTE!
O presidente Michel Temer durante evento no Planalto no qual editou MP para destinar recursos para cultura e esporte (Foto: Alan Santos/PR)
G1
ACONTECEU EM IRANDUBA, TERRA DE ÍNDIOS
Um adolescente de 14 anos foi apreendido no Distrito de Cacau Pirêra, em Iranduba, município a 27 km de Manaus, suspeito de cometer dois estupros. Segundo a Polícia Civil, ele foi denunciado por abusar de uma criança de quatro anos e também de uma adolescente de 16, que seria prima dele.
A apreensão ocorreu na segunda (30) por volta das 10h30, mas as informações foram divulgadas apenas nesta terça-feira (31) pela Polícia Civil.
Segundo a delegada Suely Costa, que responde interinamente pelo Posto de Policiamento Integrado (PPI) de Cacau Pirêra, o estupro da criança teria ocorrido na tarde de domingo (29), por volta das 17h40.
Na ocasião do crime, a vítima estava na casa de vizinhos, que eram familiares do adolescente. No dia seguinte (30), a mãe da menina teria sido informada sobre o crime e foi até o PPI para formalizar a ocorrência.
"Assim que a mãe da criança registrou a ocorrência, determinei que a equipe saísse em busca imediata do adolescente, que estava escondido na casa de familiares. Durante as buscas pelo infrator, identificamos mais uma vítima dele, a própria prima, uma adolescente de 16 anos, que nos auxiliou na localização", disse.
Conduzido à 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), o adolescente de 14 anos irá responder por ato infracional análogo aos crimes de estupro e estupro de vulnerável. Ele ficará à disposição do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM).
G1
DIVERSAS CIDADES DA REGIÃO DE ITAPETININGA CURTIRAM O ÚLTIMO DIA DE JULHO COM CHUVA DE GRANIZO
Chuva de granizo atinge cidades na região de Itapetininga e deixa famílias desabrigadas em Nova Campina.
Cidades da região de Itapetininga (SP) registraram chuva de granizo na madrugada desta terça-feira (31).
Há relatos de temporal em Itaí, Nova Campina, Piraju, Itararé, Guareí e Boituva.
Em Nova Campina, o granizo deixou estragos. De acordo com a prefeitura, 522 casas foram atingidas e os bairros mais afetados foram Tijuca, Longa Vida I, Jardim América e Vila Trancho. Com isso, o Executivo decretou estado de emergência.
Moradores e autoridades se mobilizaram para ajudar as famílias afetadas. Várias pessoas que tiveram que sair das foram acolhidas na escola municipal Humberto de Morais Vasconcelos, e também na Igreja Presbiteriana. Além disso, a prefeitura cedeu um ginásio para as famílias desabrigadas.
Casas são destelhadas pela chuva de granizo em Nova Campina (Foto: Reprodução/TV TEM).
De acordo com a prefeita de Nova Campina, Josi Fortes do Nascimento, o processo de compra emergencial de telhas já começou a ser feito.
“A gente se organizou em equipes. Temos um pessoal nas ruas fazendo um levantamento de quantas famílias, porque a gente ainda não tem noção da quantidade. O primeiro passo é providenciar as lonas e comprar as telhas. Então, a gente estará providenciando e dentro de 3 dias faremos a compra de emergência para ajudar essas famílias", afirmou.
Casas em Nova Campina são cobertas por lonas devido à chuva de granizo (Foto: Reprodução/TV TEM).
Ainda de acordo com a prefeita, será feito um mutirão para ajudar as famílias afetadas.
"Como são muitas famílias nosso papel é ajudá-las. As telhas virão de uma fábrica e faremos um mutirão para que nos ajude a fazer a reforma. Enquanto elas estão desabrigadas, a escola Humberto e a Câmara estão abertas para abrigá-los. O que pedimos é que aqueles que puderem doar colchões, cobertores e roupas ajudaria muito", afirma.
Outras cidades
Em Boituva, os moradores acordaram no meio da madrugada e se depararam com as calçadas brancas com o granizo e teve morador que tentou até fazer boneco com o gelo.
A chuva de granizo também atingiu Piraju durante a madrugada. A moradora Márcia Scarcelli enviou imagens do gelo na Vila Tibiriçá, que também ficou branca.
Cidades na região de Itapetininga registraram chuva de granizo (Foto: César Messias/Arquivo pessoal).
Em Guareí, teve morador do bairro alto do cruzeiro que foi pra rua às 4h para mostrar como o bairro ficou depois da chuva. Apesar do granizo, os bombeiros não registraram nenhuma ocorrência nessas cidades.
Em Itaberá (SP), equipes da prefeitura fazem reparos em telhados de casas que foram danificados com a chuva de granizo, que atingiu a cidade.
Segundo a Secretaria da Infraestrutura, o bairro Engenheiro Maia é que o teve mais problemas. Ao todo, 79 famílias tiveram os telhados de suas casas afetados pela tempestade. Com isso, aproximadamente 400 telhas foram fornecidas emergencialmente para os moradores.
Moradores registraram granizo em Itaí nesta madrugada (Foto: Divulgação/Leandro Zamonelli )
Ruas amanhecem congeladas em Boituva (Foto: Arquivo Pessoal/Luisa Ventura).
Ruas em Piraju amanhecem com gelo devido à chuva de granizo (Foto: Arquivo pessoal/Márcia Scarcelli)
Garagem em Nova Campina é coberta por gelo devido à chuva (Foto: Arquivo Pessoal/Michele Oliveira Silva).
Veja mais informações da região no G1 Itapetininga
MORRE PESSOA MAIS VELHA DO MUNDO
A pessoa mais velha do mundo, uma mulher japonesa chamada Chiyo Miyako, morreu aos 117 anos, informou o Guinness Book.
A causa da morte, que ocorreu domingo (22) mas só foi anunciada quinta-feira (26), ainda não foi divulgada.
Miyako nasceu em 2 de maio de 1901, na cidade de Wakayama, na região de Kansai, a 103 quilômetros de Kyoto.
Ela tornou-se a pessoa mais velha do mundo em abril de 2018, depois que a também japonesa Nabi Tajima morreu, coincidentemente aos 117 anos de idade.
A família de Miyako disse que ela conversava bastante e era muito gentil com os outros. Eles costumavam chamá-la de “deusa” e afirmam que ela gostava muito de caligrafia, um hobby da infância que havia praticado até o fim da vida, e adorava comer sushi e enguia.
O Guinness Book possui três categorias de longevidade: o homem vivo mais velho do mundo, a mulher viva mais velha do mundo e a pessoa viva mais velha do mundo, independentemente do sexo.
O título masculino é do também japonês Masazo Nonaka, que completou 113 anos na quarta-feira (25).
Como Miyako ocupava as outras duas posições, uma investigação ainda deve ser conduzida para descobrir quem ficará com os títulos.
A pessoa a viver por mais tempo na história foi Jeanne Louise Calment, da França, que morreu com 122 anos. Ela nasceu em 1875 e faleceu em 1997.
Notícias do Esquenta Cidade.com
DR. HÉLIO BICUDO, ADEUS!
Hélio Pereira Bicudo - na foto com Ary Toledo, dois anos atrás - , nasceu em Mogi das Cruzes/SP em 5 de julho de 1922.
Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo em 1942, mesmo ano em que começou a trabalhar em um escritório de advocacia.
Quatro anos depois, tornou-se bacharel em ciências jurídicas e sociais.
Após ocupar o cargo de promotor e procurador da Justiça, foi nomeado em 1959 chefe da Casa Civil do Governo do Estado de SP, na gestão de Carvalho Pinto (1959-1963).
No período, representou-o na comissão que elaborou os estatutos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo).
Em 1963, quando chefiava o gabinete de Carvalho Pinto, Bicudo se tornou ministro da Fazenda do governo de João Goulart de maneira interina.
Seis anos depois iniciou a investigação de atividades criminosas cometidas por policiais, em um de seus trabalhos mais notórios.
Em 1980, Bicudo ingressou no PT, tornando-se o primeiro-vice-presidente da seção paulista da agremiação.
Em 1990, foi eleito deputado Federal pelo partido com 100 mil votos, tendo sido reeleito quatro anos depois.
Em 1996, o advogado se tornou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Era referência na luta contra a pena de morte no Brasil.
Fonte: Texto de Migalhas.
Fotos: Google.
MORRE JURISTA HÉLIO BICUDO, UM DOS AUTORES DO PEDIDO DE IMPEACHMENT DE DILMA
Morreu nesta terça-feira, 31, aos 96 anos, o advogado Hélio Bicudo.
Saído diretamente das Arcadas na década de 1940, Hélio Bicudo foi um dos mais importantes juristas brasileiros.
Com longa carreira política, advogado foi um dos primeiros políticos a se filiar ao PT e também um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma.
Ativista dos direitos humanos, Bicudo ganhou notoriedade nacional durante a ditadura militar, quando, como promotor público de SP, condenou integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.
"É preciso atuar, pressionar, para que avancemos na direção de uma sociedade nova onde a pessoa seja, realmente, o sujeito do Direito."
Na vida política, o advogado também foi deputado Federal por dois mandatos consecutivos, de 1991 a 1999 e vice-prefeito de São Paulo, na gestão de Marta Suplicy.
Petista histórico, Bicudo se afastou do PT após o Mensalão.
A saúde do advogado era frágil desde 2010, quando sofreu um AVC.
Debilitou-se ainda mais em março deste ano, quando morreu sua mulher, Déa Pereira Wilken Bicudo, após 71 anos de casamento.
Ele deixa sete filhos, netos e bisnetos.
Impeachment
Em 12 de julho de 2016, foi protocolada no Senado a alegação final no processo de impeachment da presidente Dilma.
Na ocasião, o jurista Hélio Bicudo, um dos signatários do pedido, junto com Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, disse: "O Brasil não é do Lula, o Brasil não é do PT, o Brasil é dos brasileiros."
OVÍDIA FERNANDES
COM 87 ANOS DE IDADE, FALECEU NO DIA DE HOJE, ÀS 06h15, EM SÃO MIGUEL ARCANJO.
APOSENTADA,
VIÚVA DE ANTONIO JOSÉ FERREIRA, ERA
FILHA DE LEALDINO JOÃO JORGE E MARIA ESTELINA DE JESUS E
DEIXOU OS FILHOS: MARIA, HILDA, DARCI, ADIR, MARINA E VALDETE.
O VELÓRIO ACONTECE NA FUNERÁRIA CAMARGO, DE ONDE SAIRÁ O FÉRETRO PARA
SEPULTAMENTO AMANHÃ, 01/08/2018, ÀS 07h00, JUNTO AO
CEMITÉRIO MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL ARCANJO.
NOSSOS PÊSAMES À FAMÍLIA ENLUTADA.
OBRIGADA, EXUPÉRY, POR AINDA NOS EMOCIONAR COM SUAS OBRAS
Muitas vezes incompreendido pessoalmente, ele teve, entretanto, seu trabalho sempre entendido e admirado.
Autor de livros famosos e premiados como O Pequeno Príncipe, Correio Sul, Vôo Noturno, Terra dos Homens, Piloto de Guerra e outros, Saint-Ex era, acima de tudo, um piloto. Tinha verdadeira obsessão por voar.
Tanto que, uma vez, proibido de voar, não conseguiu mais escrever. E quase morreu de tédio e de fome, em Paris. Mesmo odiando a guerra, quis participar dela em vôos de reconhecimento.
“Eu lutarei contra qualquer um que pretenda subtrair a um indivíduo, ou a um grupo de indivíduos, a liberdade do homem” – escreveu então.
E lutou até a morte.
Morreu voando, como gostava de viver.
Franz Lima
NUM DIA COMO O DE HOJE MORREU O PAI D "O PEQUENO PRÍNCIPE". QUEM FOI O CONDE DE EXUPÉRY?
No ano de 1944.
Era aviador e apaixonado pela aviação.
Autor de um livro que ficou célebre em todo o mundo: O PEQUENO PRÍNCIPE.
Chamava-se Antoine Jean-Baptiste Marie Roger Foscolombe.
Filho do conde Jean Saint-Exupéry e da condessa Marie Foscolombe, nasceu em Lyon, na França, aos 29 de junho de 1900 e faleceu em Marselha, também na França, em 31 de julho de 1944.
Herdou o título de conde do pai.
Que tal saber um pouco mais sobre esse HOMEM?
Um dia de outono de 1926. O jovem Antoine de Saint-Exupéry se apresenta no aeródromo de Montaudran, perto de Toulouse, ao diretor de exploração das linhas Latécoère que, com meios precários e tenacidade furiosa, abre no céu as primeiras rotas da aviação comercial.
Esse diretor é Didier Daurat, chefe temível e temido, que impõe a todos implacável disciplina.
Saint-Exupéry diz:
- Senhor, eu gostaria de voar.
Daurat responde:
- O senhor fará como todos os outros, seguirá fila.
Seguir a fila, em Montaudran, significava vestir o macacão azul de mecânico, trabalhar no hangar, desmontar motores, limpar cilindros, escovar velas e mergulhar as mãos em óleo queimado.
Saint-Exupéry, menos preparado que qualquer outro para essa rude existência, aceita tudo. Muito mais como uma espécie de alegria interior. Em todo caso, ele se tornou, como escreveria em Terra dos Homens, o “companheiro” que se misturava à equipe anônima, para todos apenas Saint-Ex.
“A grandeza de uma profissão – acrescentaria ele – talvez esteja antes de mais nada no fato de unir os homens.” Se esta profissão for dura, perigosa, forjará ligações mais estreitas, mais sólidas. Saint-Exupéry levava o correio voando sobre a Espanha onde enfrentava terríveis tempestades, depois sobre o deserto, no meio do calor tórrido ou no meio do vento de areia. Isto depois de ser sacramentado “piloto de linha”, título que mais ambicionava. Ele compartilhava – a partir de então – a vida destes pioneiros do céu, voando fosse qual fosse o tempo, em aviões frágeis, sujeitos a panes súbitas e freqüentes.
Correio do Sul foi escrito em pleno deserto
Um dia Saint-Exupéry foi enviado a Cap Juby, um posto perdido em pleno deserto africano. E viveu lá, num barracão, em companhia de três mecânicos, um macaco e um camaleão “mergulhado em reflexões intermináveis”. Sentado sobre sua cama de campo, entre um vôo e outro, ou à noite enquanto os mecânicos dormiam ele escrevia um romance: Correio do Sul, seu primeiro livro. Pode-se dizer, com certeza, que Saint-Exupéry encontrou seu caminho graças ao avião e ao deserto.
Depois de ter passado dois anos em Juby, ele foi nomeado diretor do Correio Aéreo Argentino, filial na América do Sul da Société Française, e se estabeleceu em Buenos Aires.
Alguns capítulos de Terra dos Homens – um de seus mais famosos romances – têm datas do tempo em que o escritor e piloto estava na América do Sul. São o fruto das longas meditações sobre os homens dos quais se afastou, sobre os companheiros que ele reencontra em cada escala, e sobre a profissão. Profissão de piloto ou jardineiro, “porque além da ferramenta e através dela, é a velha natureza que reencontramos, a do jardineiro, do navegador, do poeta”. Será sobrevoando a terra dos homens que nascerão e se formarão os temas que o escritor desenvolverá nos seus depois tão elogiados livros.
Na América do Sul, Saint-Exupéry voa especialmente de noite. Vôo Noturno nasce ali.
Saint-Exupéry mistura a meditação à ação e desdobra seus temas numa linguagem rara, inscrevendo-os sobre uma pano de fundo, ao mesmo tempo rude e maravilhoso. O ano em que foi editado Vôo Noturno, 1931, foi crucial para o piloto. Trouxe glória ao escritor e fixou, para o homem, a era dos anos dolorosos que somente terminaria com a sua vida.
A Aero Postale – ou Companhia do Correio Aéreo – passava por sérias dificuldades financeiras agravadas por sórdidas rivalidades políticas. Beppo de Massimi, diretor-geral, foi colocado na situação de se demitir. Didier Daurat, a quem o sucesso assim como sua dureza tinha legado inimizades irredutíveis, foi mandado embora.
Após o sucesso de Vôo Noturno, Saint-Exupéry pediu uma licença para se dedicar inteiramente à literatura. Era o que tinha decidido. Mas ele logo se convenceria de que uma atividade era irremediavelmente ligada à outra, que o escritor não podia abrir mão do aviador.
Somente escrever não lhe satisfazia. O avião era o instrumento ideal, já que lhe permitia carregar o correio, através do qual os homens separados por grandes distâncias, estreitavam “laços”.
AS DÍVIDAS SE ACUMULAVAM...
Os substanciosos direitos autorais que tinham sido trazidos pelo sucesso de Vôo Noturno se derreteram entre os dedos de Saint-Exupéry. Nada mais restava ao antigo diretor da Aero Postale Argentina, tanto mais que ele estava sendo ajudado agora nas prodigalidades e esbanjamento por Consuelo, sua jovem mulher, que ele conhecera em Buenos Aires e que era ao mesmo tempo bonita, inteligente, extravagante e tirânica. Privado de seu avião, Saint-Exupéry não escrevia mais. Entretanto a inatividade está lhe pesando. Ele pediu sua reintegração na Air France, que, após a liquidação da Aero Postale, absorvera esta empresa. A Air France recusa-se a reassumir o piloto Saint-Exupéry, porém aceita destiná-lo ao serviço de propaganda. Ele fica neste emprego o tempo necessário para fazer uma viagem à Indochina e uma série de conferências nas grandes cidades do mediterrâneo.
Saint-Exupéry vive em Paris, com um ser desamparado. Perdeu o interesse por tudo e tem apenas 35 anos.
De 1931, quando foi editado Vôo Noturno, até 1939, quando surge Terra dos Homens, ele não escreve mais nada. Entretanto, é preciso viver e o escritor não sabe limitar-se. As dívidas vão se acumulando, acontecendo até de ter cortados telefone, gás e eletricidade, por falta de pagamento.
Sim, é necessário viver, mas isso deve ser uma espécie de plenitude: ganhar a vida, voar, escrever. É o período das grandes expedições aéreas. A aviação avançou consideravelmente nos últimos anos.
Alguns pilotos, em sua maioria solitários, tentam em longos percursos bater recordes de velocidade. Um francês, André Japy, numa corrida rumo a Tóquio tinha estabelecido a ligação Paris-Saigon em 87 horas. Um prêmio de 150 mil francos (aproximadamente 400 mil cruzeiros de hoje), estava sendo oferecido a quem batesse esse recorde. Saint-Exupéry pensa que com um Simoun, avião rápido, com hélice a passo variável, seria possível melhorar sensivelmente essaperformance. A expedição foi preparada em condições deploráveis, e acabou na noite de 29 de dezembro de 1935, no deserto da Líbia.
Em janeiro de 1938, ele tenta estabelecer a ligação por ar entre Nova York e a Terra do Fogo.
A 15 de fevereiro, em companhia de uma piloto chamado Prévot, Saint-Exupéry decola de Nova York. Eles não iriam muito longe. No dia seguinte, a expedição termina lamentavelmente na Guatemala.
Os dois aviadores não morrem por milagre. Saint-Exupéry fica gravemente ferido. Depois disso, torna-se jornalista. Esta atividade não lhe convém, por contrariar sua imperiosa necessidade de independência. Mas através de reportagens a respeito de acontecimentos onde o lado humano desempenha o papel principal, o escritor restabelece ligação com grandes temas que lhe são caros. Em seus artigos reencontram-se a mesma riqueza de descrição, a mesma emoção comunicativa de seus livros. O desfile de 1º de Maio de 1935 em Moscou, de um povo inteiro rumo à praça Vermelha onde Stalin espera, inspira-lhe uma página calorosa, publicada no Paris Soir. Suas reportagens sobre a guerra da Espanha, para o Intransigeant (agosto de 1936) e para o Paris Soir (junho de 1937) são ainda mais comoventes. Afinal é isso mesmo que representa seu pensamento. Ele é contra qualquer ditadura, qualquer autocracia, sejam elas de onde forem.
Mas que ninguém se engane, ele não adere à linhas políticas. Certos homens “viviam de sentimentos e no plano dos sentimentos – escreve ele – eu nada tinha a objetivar nem aos comunistas, nem a Mermoz (nesta época Mermoz militava no movimento Cruz de Fogo), nem a ninguém no mundo que aceitasse dar sua própria pele, e julgasse ser preferível a todas as coisas o pão dividido entre companheiros”.
Em maio de 1939, às vésperas de uma guerra que iria durar seis anos e cobriria de sangue o mundo inteiro, a Academia Francesa de Letras laureia Terra dos Homensque tinha sido publicado três meses antes. Quando Saint-Exupéry fez a última revisão em Terra dos Homens, estava voltando da Alemanha. Ele tinha visto, ao lado de uma França despreocupada e dividida - onde se cultivava a lenda de uma Alemanha em decadência, povoada por escravos subalimentados -, uma Alemanha dinâmica, fanatizada por uma propaganda perigosa. Voltou de lá inquieto e sem ilusões a respeito do futuro. Saint-Exupéry, que odiava a guerra, queria, no entanto, participar dela. E, apesar de um relatório médico que o declara "não apto para missões de guerra", ele usou suas mais influentes relações para ser convocado para uma esquadrilha de combate. Consegue, afinal. E, num dia de outono de 1939, ele chega a Orconte, em Champagne, França, no grupo 2/33 de reconhecimento, isto é, no setor mais perigoso da aviação militar.
A vida na esquadrilha significa para Saint-Exupéry - além do ato de voar e todos os seus riscos - o reencontro com os companheiros. Encontramos um Saint-Exupéry muitas vezes alegre e cantando na hora do rancho. E também, em certos momentos, solitário e meditativo.
Ele, tão afastado de qualquer religião (sempre porém envolvido por um certo misticismo), participaria da guerra, "por amor e por religiosidade interior". Mas infelizmente compreenderia bem cedo a inutilidade do sacrifício que se exigia de seus camaradas e dele mesmo. Em 10 de maio de 1940, Hitler lança a ofensiva. E, nem por terra, nem nos céus, a França tinha como se defender. Nada, para evitar uma derrota, da qual Saint-Exupéry conhecia as causas. Ele sofria por causa da desordem, da impotência, das mortes inúteis. Mas todos os dias, junto com seus companheiros, continuava arriscando a vida, mesmo sabendo que tudo aquilo era insensato e vão. Depois da derrota francesa, os vôos são suspensos e o sofrimento toma conta dele mais uma vez. Saint-Exupéry resolve então ir aos Estados Unidos, onde tem relações, alguns amigos, um editor. E, após dois meses passados em Agay, na casa de sua irmã Gabriele ele abandona a família, sua velha mãe - que mais teria necessidade dele, neste trágico momento - e parte para os Estados Unidos. Lá fica profundamente decepcionado com a opinião que os norte-americanos têm da França.
INCOMPREENDIDO PELOS FRANCESES
A derrota francesa, tão rapidamente consumada, deixou-os estupefatos. Eles não têm a menor indulgência com os franceses em geral. "Com que direito eles fazem isso?" - pergunta Saint-Exupéry em nome de todos aqueles que lutaram. E deseja loucamente mostrar aos norte-americanos o que foi a luta, o que foram as "missões sacrificadas".
Saint-Exupéry escreve então Piloto de Guerra, que foi publicado nos Estados Unidos em fevereiro de 1942, sob o título de Flight to Arras. Este livro teria naquele país uma ressonância considerável. Influenciaria fortemente a opinião pública num país onde o sentimento público pesa sobre as decisões do Governo.
Entretanto, se Saint-Exupéry pode se orgulhar de ter marcado um ponto apreciável entre todos, ele seria, por outro lado, vítima dos ataques dissimulados dos seus compatriotas refugiados nos Estados Unidos. Eles esquecerão tudo o que há de grandeza em Piloto de Guerra.
Na verdade, isto se devia ao fato de Saint-Exupéry ter-se recusado a segui-los em seus desígnios políticos. Ele se recusou a aderir ao gaulismo que não tinha o mesmo sentido para os refugiados do que para aqueles que continuavam a lutar.
E isto jamais lhe seria perdoado.
O piloto então se tornou amargo, triste e facilmente irritável. Estava sofrendo agudamente. E, apesar dos amigos, se sentindo muito sozinho. Seu desconhecimento de inglês, que ele nunca quis aprender, impede-o de ter relações interessantes, interlocutores à altura. O exílio começa a pesar.Saint-Exupéry sabia que sua terra estava debaixo da opressão e da miséria; e a angústia daqueles que estão "fechados" na noite alemã o atormentava. Ele sente vergonha de ter partido.
Saint-Exupéry trabalha em sua casa - um pequeno apartamento no 21º andar - ou então num pequeno restaurante onde várias vezes ele passa parte da noite. Em menos de dois anos ele escreve: Piloto de Guerra, Carta a um Refém, O Pequeno Príncipe e várias páginas da Cidadela.
"Essencial é viver para o retorno" - escrevia Saint-Exupéry em sua Carta a um Refém. E pensava no dia em que os Estados Unidos colocariam seu poderio a serviço daqueles que estavam lutando contra o nazismo.
Mas, para ele, não poderia ser um simples retorno de viajante nem sequer o retorno ardorosamente desejado do exílio. Ele não poderia falhar com a grande missão que se tinha atribuído desde o desembarque norte-americano na África do Norte, em 6 de novembro de 1942: reengajar-se numa esquadrilha de combate. Saint-Exupéry encontraria, desta vez, dificuldades ainda mais árduas do que aquelas que ele teve de vencer em 1939. O avião de guerra confiado pelos Estados Unidos aos franceses é um P-38 Lightning, que atinge 700 km/h.
Os norte-americanos tinham estabelecido uma idade limite para o piloto de avião em 35 anos.Saint-Exupéry já tinha 43.
Mas, apesar de tudo, ele conseguiu. E, desde os primeiros vôos no Lightning, ficou maravilhado: "já pilotei uma máquina de corrida" - escreveu com o entusiasmo de um garoto possuidor de um brinquedo maravilhoso.
Ei-lo, a partir daí, novamente engajado na ação que libera, e que lhe daria, junto com o direito de ser, o direito de falar. Ele reencontrava, em sua plenitude, sua vocação maior. Ela pesava sobre ele como uma força e o obrigava a entregar-se completamente. Já conhecemos bem esta vocação. Depois de aparecer em Montaudran, ela não parou de se reafirmar no céu do correio, no deserto, nos céus de batalha. Ela provocava o gesto animal de matar, alimentava a linguage, alentava o poeta. Ela era devotada inteiramente ao serviço dos homens.
Saint-Exupéry alcança o território de La Marsa, perto de Tunis, donde alça vôo para sua primeira missão sobre a França invadida. Esta missão lhe permite sobrevoar a Provença, onde vive à sua espera sua velha mãe, e ele volta meio feliz, meio melancólico. Mas retomou efetivamente seu lugar de piloto de guerra.
Trouxe informações preciosas e, como escreveria mais tarde, reviu "a França ao mesmo tempo tão próxima e tão longínqua... como se estivéssemos dela separados há séculos."
De volta da sua segunda missão, fez uma má aterrissagem, e seu aparelho foi danificado. Este pequeno acidente serviu de pretexto aos norte-americanos para proibir Saint-Exupéry de pilotar o Lightning, para o qual tinha sido excepcionalmente autorizado. Esta decisão, e sobretudo suas conseqüências, foram para Saint-Exupéry um golpe terrível. Depois de ter tentado tudo em vão, para que ela fosse reconsiderada, ele deixou La Marsa e partiu para Argel. Lá, instalado junto ao dr. Pelissier, "num quarto idiota" e, segundo ele, levando uma "vida de cela sem religião", ele chegará pela primeira vez, sem dúvida, ao mais profundo desespero.
Já não voa. Considera-se separado para sempre dos companheiros que, no céu, vão participar da vitória que já se pronuncia. Quando, depois de oito meses desta vida deprimente, Saint-Exupéry, graças ao general Chassin, retomou seus vôos, suas missões de guerra, escreveu a um amigo: "enquanto estou passeando, na França eu continuo sendo caluniado..."
Na véspera de sua morte, numa carta endereçada a Pierre Dalloz, falando sobre a pane de um de seus motores a 10 mil metros sobre Annecy, ele ironizaria tristemente: "Enquanto eu estava navegando sobre os Alpes, à velocidade de tartaruga e à mercê de todos os caças alemães, brincava suavemente, pensando nos superpatriotas que proibiam meus livros na África do Norte. É cômico".
Na primavera de 1944, depois de muitas cartas e encontros, Saint-Exupéry foi novamente designado para o grupo 2/33, onde encontrou alguns sobreviventes dos mortíferos combates de 1940 e o Lightning com que retomou seus vôos sobre a França ocupada. Reencontrou também sua alegria. Na hora do "rancho", como nos velhos tempos, ele ria, bebia, cantava e parecia ser feliz. Porém essa alegria era apenas superficial.
A INDEFERENÇA DIANTE DA MORTE
Suas últimas cartas nos trazem pensamentos que os que estavam perto dele ignoravam. Ele escreveu a uma amiga, na véspera da sua morte: "Vou concluir rapidamente esta carta. Um companheiro está para decolar daqui a alguns momentos. É a única chance de te alcançar. A minha profissão é difícil. Em quatro ocasiões escapei por pouco. E isto me é vertiginosamente indiferente".
Solidão
O grupo 2/33 estava instalado na Córsega, no território de Borgo, ao sul de Bastia. O verão foi quente. O sol queimava os rochedos perto do mar. As agulhas secas, caídas dos pinheiros, estalam debaixo dos pés. A noite trazia com a sombra o frescor e a calma. Os aviões repousavam como se fossem grandes pássaros adormecidos. As cigarras se calavam. A brisa cantava docemente entre os pinheiros e os eucaliptos. Estávamos em 30 de julho de 1944. Saint-Exupéry, sozinho no seu quarto, preparava a missão para o dia seguinte. Será sua nona missão. Ele tinha, então, ultrapassado largamente os cinco vôos que lhe tinham sido permitidos pelo general Eaker. Ele andou mendigando outros e ninguém teve coragem de recusá-los.
- Tenho necessidade - diz Saint-Exupéry. Necessidade de voar, certamente, mas também necessidade de escapar de um mundo onde sofria demais. Arriscar no céu esta vida que parece não conter mais nada... Arrancar-se dos seus próprios despojos, abandoná-los para sempre, já que ele pensa com freqüência na morte e muitas vezes a deseja. Entretanto, os que velam por ele querem evitá-la a todo preço. Um regulamento formal exigia que todo piloto que estivesse a par dos segredos de desembarque não podia mais voar. Porque ele, se fosse feito prisioneiro e torturado poderia informar o inimigo sobre a iminência da operação. Foi, portanto, decidido que o comandante Saint-Exupéry seria posto a par, a 1º de agosto, do segredo do desembarque nas costas da Provença.
Na manhã de 31 de julho Saint-Exupéry decolou para sua última missão. Em torno estavam o mar, a costa, os cumes nevados dos Alpes. Sobre o lago de Annecy, minúsculo quando visto de 30 mil pés de altitude, Saint-Exupéry virou e começou a fotografar. A ordem determinava "missão a leste de Lion". Lion ficava lá embaixo, à direita. É a cidade natal de Saint-Exupéry, que ele deixou bem jovem. Mais perto, perto da massa sombria das florestas, estava invisível sua velha casa que encerra as lembranças de uma infância feliz.
Um olhar para essas coisas longínquas, um suspiro que enche o coração; a missão estava terminada.
O piloto pára a máquina fotográfica e toma o rumo de volta. Era necessário, mais vez abandonar o céu, lançar um último olhar para estas cidades, estas aldeias onde homens, mulheres e crianças esperavam sua libertação.
Novamente, na frente do piloto, aparecia o mar, cintilando sob o ardente sol do meio-dia. O horizonte vibrava impreciso, mergulhado na luz relampejante, enquanto que na vertical se destacava nitidamente a costa da Provença.
Ao pé daquelas rochas vermelhas enfeitadas pela ressaca, estava escondida Agay, onde Antoine vivera junto de sua irmã Gabrielle, horas calmas e deliciosas. Muitas páginas da Cidadela tinham sido escritas lá. Lá, também,Saint-Exupéry casara-se com Consuelo.
Nesta terra de Provença, que o avião já ia deixando atrás, uma velha mãe esperava seu filho. O canto dos motores que vêm, de tão alto, até ela, estaria levando uma mensagem?
Saint-Exupéry reduziu seus motores. O avião começou a descer. Em poucos instantes, ele pousaria na terra dos homens; do comandante, que o espera sempre com uma ponta de inquietação, por causa de seu desespero para com os aviões de caça inimigos; dos companheiros, que temem por sua distração lendária que mais de uma vez quase lhe custara a vida.
Saint-Exupéry meditava e sonhava, como gostava de fazer; abandonava-se ao encantamento da descida. Mergulhado em suas meditações, deslumbrado pelo sol que brilha bem em frente, o piloto deixou de ver o caçador inimigo que bordeja, se coloca à sua frente e que não se revelará a não seratravés do terrível rastro luminoso das balas? Quais seriam os pensamentos de Saint-Exupéry neste último minuto, em que a morte chega?
O autor de Terra dos Homens via, na morte, mais do que o fim da vida, uma conseqüência da vida. E escreveu: "o que dá um sentido à vida, dá um sentido à morte". Ele via, ao mesmo tempo, um prolongamento: "cada existência estala em torno de si como se fosse uma vagem seca e liberta seus grãos". Isto apareceu em Cidadela.
Mas em Correio do Sul, ele escrevera, muitos anos antes: "O homem não se suprime quando morre: ele se confunde. Ele não se perde: reencontra-se. E a morte se torna troca suprema, último dom de uma vida cumprida a uma vida que continua".
* Esta matéria foi publicada originalmente na revista “Grandes Acontecimentos da História”, nº 22, da Editora Três, na década de 1970 e está transcrita na íntegra.
A ortografia não foi adaptada às novas normas.
A publicação foi registrada, na época, no Registro de Censura Federal sob o nº 405. P. 209/73 e é de autoria de Marcel Migeo.
Fonte: Apogeu do Abismo - Franz Lima.
segunda-feira, 30 de julho de 2018
GAROTINHO, UM PERSEGUIDO. TERIA O DEDO DA GLOBO POR TRÁS?
Improbidade administrativa: Justiça cassa direitos políticos de Anthony Garotinho por oito anos
-27 de julho de 2018
A 6ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania da Capital, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), obteve na Justiça, em segunda instância, a condenação por improbidade administrativa de Anthony William Matheus de Oliveira, conhecido como Anthony Garotinho e ex-governador do Rio de Janeiro.
Com a decisão, Garotinho fica com os direitos políticos cassados por 8 anos e ainda terá que pagar multa R$ 2 milhões por danos morais e multa de R$ 500 mil.
Na ação, Garotinho é acusado pelo MPRJ de participar de esquema criminoso que desviou R$ 234,4 milhões da Secretaria estadual de Saúde no período de 2005 a 2006. Na época, o estado era governado pela mulher do político, Rosinha Matheus, e Garotinho era seu secretário de Estado de Governo.
De acordo com a sentença, ficou confirmada a dispensa de licitação, com contratação ilícita da Fundação Pró-Cefet para a gestão do projeto “Saúde em Movimento”, que custou aos cofres públicos, o valor de R$ 234 milhões. Ainda de acordo com a Justiça, o contrato só foi possível porque, enquanto secretário de Governo, Garotinho intercedeu para que fosse rompido o contrato com a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), que administrava o projeto, abrindo caminho para o acordo fraudulento com a Pró-Cefet.
Segundo ainda a Justiça, o ex-governador incorreu nas condutas do artigo 10, parágrafos I, VIII e XII, que consistem em facilitar por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, dispensa indevida de licitação e facilitar que terceiro se enriqueça indevidamente.
Defesa
Em sua defesa, o ex-governador Anthony Garotinho afirmou, em nota, que “essa ação por improbidade foi iniciada há quase 10 anos, e que diz respeito ao ano de 2006, quando disputaria a eleição para presidente do Brasil”. Garotinho alega que, “de qualquer forma é preciso deixar claro que essa condenação injusta não implica de forma alguma em minha inelegibilidade”.
Garotinho ressaltou que “para começar, essa ação foi julgada neste momento eleitoral sem que eu sequer tivesse defensor constituído no processo, o que demonstra uma pressa sem justificativa e o claro cerceamento de defesa”.
O ex-governador alega que não cometeu “ato algum de improbidade, e essa condenação ocorre sem qualquer prova, pois até as ´perícias requeridas por minha defesa à época foram negadas”.
O ex-governador cita na sua defesa que “a Lei da Ficha Limpa é claríssima ao prever que somente ficam inelegíveis os candidatos que tenham sido condenados por órgão colegiado em razão de enriquecimento ilícito, o que não é e nunca foi o meu caso. Até mesmo a sentença reconhece que não me enriqueci de forma alguma”.
Garotinho cita que “em todas as demais hipóteses, a condenação por improbidade só pode gerar efeitos após esgotados todos os recursos, e tenham certeza que irei recorrer até a última instância para provar que se trata de mais uma injustiça”.
(Com ABr)