segunda-feira, 13 de agosto de 2018

BOITUVA, CIDADE FANTASMAGÓRICA

Boituva é recordista em projetos parados na região
Marcel Scinocca 

BOITUVA - novo fórum, escola estadual, avenida e complexo esportivo tiveram as construção iniciada, mas sem conclusão - EMÍDIO MARQUES.
Em Boituva está o maior número de obras paradas. São quatro canteiros cujo valor final deve consumir mais de R$ 14 milhões. Enquanto o Estado paga aluguel em um prédio apertado para o Judiciário, junto com o Ministério Público, o que deveria ser o novo fórum de Boituva, com cifras que podem ultrapassar R$ 11 milhões, se perde com o tempo e a ação do vandalismo. O prédio já consumiu mais de R$ 2,5 milhões e não tem previsão para ser entregue. Atualmente, ninguém trabalha na obra. A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania informou que a empresa contratada para a execução da obra declinou ao contrato e que a abertura da licitação para retomada está prevista para setembro deste ano. 

- EMÍDIO MARQUES
No outro extremo da cidade, no Jardim Faculdade, tudo que os moradores podem observar, além das paredes levantadas, é a placa que indica que a obra de um complexo esportivo foi iniciada em 2015. O tempo limite de entrega terminou em 2016. Até o final da obra, R$ 1,1 milhão devem ser consumidos com o complexo. Não há informações de quanto foi gasto no local até agora. 

EMÍDIO MARQUES
Ainda em Boituva uma avenida ligando os bairros Parque Novo Mundo e Água Branca que foi iniciada, conforme os moradores, em 2015, e está paralisada e até agora o local é somente um monte de terra. A cidade de Boituva ainda tem uma unidade de saúde no bairro Água Branca, novinha, mas que nunca foi usada por ninguém. A prefeitura da cidade não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem sobre as obras de sua responsabilidade até o fechamento desta edição. 

 EMÍDIO MARQUES
No Jardim Paraíso há mais de um ano a construção de uma escola municipal está abandonada. Não é possível nem ler as informações da placa que indicava os detalhes da obra. A marca do abandono e do vandalismo está em toda a parte. Há lixo, restos de construção e mato alto. A escola sem acabamento e que tem uma quadra sem piso, conforme informações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), deve custar, quando concluída, mais de R$ 4 milhões. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a obra dessa escola era conduzida pela Prefeitura de Boituva por meio de convênio com o Estado. "A partir da desistência da Prefeitura em manter o convênio, a Secretaria de Educação está tomando as providências para assumir a obra e concluir a construção da escola", diz a pasta sem estimar prazos. 

Votorantim 

VOTORANTIM - Ginásio poliesportivo ainda não foi entregue à comunidade; obra de contenção de enchentes preocupa - ERICK PINHEIRO.
A placa em frente ao prédio sem piso externo e faltando uma série de ajustes indica que o mesmo já deveria ter sido concluído em março deste ano. Funcionários de uma construtora e máquinas no local indicam que a obra de um ginásio poliesportivo ainda depende de meses para ser concluída. Os moradores falam sobre o que poderia justificar a demora na entrega: o local teria ficado sem água e sem luz em três ocasiões. Concluída, a obra deve custar R$ 3,1 milhões. A Prefeitura de Votorantim afirmou que houve atraso na entrega da estrutura da cobertura. A previsão de conclusão é para o mês de dezembro. O município, contrariando a placa com informações do empreendimento, afirma que o valor investido é de R$ 2,3 milhões. 

VOTORANTIM - ERICK PINHEIRO
Ainda em Votorantim, a obra de contenção de enchentes que deve beneficiar bairros da cidade, incluindo o Jataí, tem sido alvo de preocupação de moradores. A Prefeitura de Votorantim não fala em atraso. Segundo a Secretaria de Obras e Urbanismo (Sourb), a obra está em andamento e em fase de acabamento, com previsão de entrega em setembro. O valor total da obra é de R$ 9,9 milhões. 

Mais obras 
Em Mairinque a reclamação vem do bairro Nova Granada. Os moradores dizem que as obras de pavimentação de ruas do bairro deveriam estar concluídas desde o início do ano passado. Isso também estava escrito na placa com os detalhes da obra, entretanto, a data foi apagada. A Prefeitura de Mairinque nega o atraso. "A obra do bairro Granada não foi paralisada. Em função das chuvas não foi possível dar continuidade nos serviços esta semana. Os trabalhos serão retomados quando o solo estiver seco o suficiente para não causar problemas na base", argumenta. Até o momento foi pago à empresa o valor de R$ 119 mil sendo que o total da obra será de R$ 352 mil. "A previsão de conclusão é de 60 dias, caso não haja novas incidências de chuvas", alega. 
Na cidade de Tatuí a prometida praça Capital da Música, no bairro Santa Rita, ainda não foi entregue. O custo seria de R$ 243 mil. A Prefeitura de Tatuí não comentou o caso. Outra situação de atraso é das obras de um conjunto habitacional em Salto de Pirapora, no Jardim Teixeira, com custo inicial de R$ 16 milhões. As obras estariam em andamento, mas foram paralisadas por pelo menos dois anos. As 243 unidades tiveram sua construção iniciada em 2014, mas foram interrompidas em 2015. 
A Prefeitura de Salto de Pirapora também não respondeu os nossos questionamentos.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

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