domingo, 28 de fevereiro de 2021

CHORA, CANALHA, CHORA!

 

Daniel Silveira chora quase todos os dias na prisão.
Segundo policiais da unidade prisional, o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) chegou no Batalhão Especial Prisional (BEP) nervoso no primeiro dia, mas tinha o otimismo de que poderia ser solto. 
O STF e a Câmara resolveram manter a prisão dele, que após ministros da Corte.
28 de fevereiro de 2021


Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) (Foto: Reprodução/TV Globo).

247 - O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) tem chorado quase todos os dias no Batalhão Especial Prisional (BEP), que é a prisão para policiais militares no Rio de Janeiro. O parlamentar Silveira está preso desde o dia 16, após a publicação de um vídeo dizendo que imaginou o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin levando uma surra e defendendo a prisão dos juristas da Corte.
Segundo policiais da unidade prisional, o deputado chegou nervoso no primeiro dia, mas tinha o otimismo de que poderia ser solto. A informação foi publicada pela coluna de Guilherme Amado.
Por 11 votos a 0, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão do parlamentar bolsonarista.

Com 364 votos, a Câmara dos Deputados também optou por deixar o deputado na cadeia.

NÃO CONCORDO COM NENHUM ESPORTE NA TV CULTURA!

 

OUTRO DIA, A TV CULTURA INTERROMPEU COLETIVA DE IMPRENSA DO GOVERNO DE SÃO PAULO PARA MOSTRAR FÓRMULA E. ESPORTE NESSA TV? NÃO!
iza Válio

MUITO BEM!


PM dispersa banhistas em praias de Florianópolis em fim de semana de lockdown.




sábado, 27 de fevereiro de 2021

ESTA FRASE FOI DITA POR JAMES CAGNEY NO FILME " HONRA A UM HOMEM MAU" QUE ACABEI DE ASSISTIR. AMO FAROESTE!

 

"O cavalo é escravo do homem mas se você tratá-lo como escravo deixará de ser homem"



QUEM SERIA O AUTOR?

VÃO DIZER QUE A CULPA É DOS NORDESTINOS?

 

Com aumento de 200% nas hospitalizações, todo o RS entra em bandeira preta.
Fernanda Nascimento

O governo do Estado divulgou nesta sexta-feira (26) os dados da 43ª rodada do Distanciamento Controlado e confirmou a bandeira preta em todo o Rio Grande do Sul, com medidas restritivas a partir de amanhã. Os dados confirmam a piora significativa nos indicadores da pandemia de covid-19, com aumento de 64% no número de internados em leitos clínicos, 36% nas internações de UTIs, de 48% nos óbitos e 204% no registro de hospitalizações em uma semana. Nenhum município poderá recorrer da classificação. Com a suspensão do modelo de cogestão entre o sábado (27) e o domingo (7) todas as cidades deverão adotar os protocolos da bandeira preta, sem possibilidade de flexibilização. A suspensão geral das atividades, entre 20h e 5h, está mantida.
O governador irá se reunir com prefeitos, líderes regionais, representantes setoriais e chefes de poderes para avaliar os resultados das restrições estabelecidas para conter a acelerada curva de contaminação no Estado, que levou a um esgotamento da capacidade hospitalar. “O ritmo tão acelerado de internações reflete uma circulação maior do vírus, que gera uma taxa de contágio que é a maior desde o início da pandemia”, afirmou Leite.
O esforço realizado nos últimos dias para o aumento de leitos de UTIs, anunciado em várias cidades, não foi suficiente para suprir a demanda da pandemia. De acordo com o governo, a razão de leitos livres para leitos ocupados por covid-19 está em 0,17 – o menor registrado desde o início da pandemia. Na quinta-feira, Leite anunciou que todas as regiões passarão a ser classificadas em bandeira preta quando esse índice estiver igual ou menor a 0,35. A medida é adotada quando a capacidade hospitalar está no limite de atendimento.
Com a bandeira preta, somente atividades consideradas essenciais, como supermercados, farmácias e ferragens são mantidas e devem ter restrições para o atendimento. Com o Estado inteiro em bandeira preta, todas as regiões são consideradas áreas de risco altíssimo de contágio e deverão seguir as medidas durante, pelo menos, uma semana. A restrição das atividades econômicas, sociais e culturais tem como objetivo reduzir a circulação de pessoas, diminuindo o risco de contágio pela covid-19.

Protocolos adotados na bandeira preta
Mercados, açougues, fruteiras e padarias – Abertos com restrição de circulação: 1 pessoa, com máscara, para 8m² de área útil de circulação.
Ruas, praças, parques, faixas de areia, mar, lagoa e outros locais públicos abertos – Abertos com lotação restrita a 50% das pessoas. A permanência nos espaços é vedada.
Restaurantes, lanchonetes e bares – Abertos apenas em sistema de tele-entrega, pague e leve e drive-thru. À exceção daqueles localizados em rodovias, quando o atendimento presencial é permitido, mas limitado a 25% da capacidade.
Hotéis e similares – Abertos com limitação de 30% na ocupação dos quartos. Nas estradas e rodovias, o percentual máximo é de 75%.
Setor varejista de rua ou shopping de itens não essenciais – Fechado.
Postos de gasolina – Abertos com restrição de circulação: 1 pessoa, com máscara, para 8m² de área útil de circulação. É vedada a aglomeração e consumo de alimentos e bebidas.
Educação – Funciona em regime remoto. As exceções são o ensino infantil, 1º e 2º ano do ensino fundamental, as atividades práticas essenciais para a conclusão de curso na área da saúde no Ensino Médio Técnico Concomitante, Ensino Superior e Pós-Graduação que podem funcionar em ensino híbrido (remoto/presencial com distanciamento entre os alunos e sem atividades que proporcionem aglomeração).
Construção civil e indústria – Funcionamento limitado a 75% dos trabalhadores. As atividades devem ser desenvolvidas com ventilação cruzada (portas e janelas abertas) e/ou sistema de renovação de ar. As máscaras são itens obrigatórios e devem ser utilizadas de maneira correta (cobrindo boca e nariz).
Serviços veterinários – Abertos com atendimento restrito à 50% dos trabalhadores.
Eventos sociais – Proibidos.
Competições esportivas – Proibidos.
Lavanderias – Abertas com atendimento presencial restrito a 25% dos trabalhadores.
Bancos e lotéricas – Abertos com atendimento presencial restrito a 50% dos trabalhadores.
Atividades de faxineiros, cozinheiros, motoristas, babás, jardineiros e similares – Proibidas.
Condomínios – Limitação de 50% dos trabalhadores. As áreas em comum, como brinquedos, piscinas, quadras de esportes e salões de festas não podem funcionar.
Academias – Fechadas.
Barbearias e salões de beleza – Fechados.
Pet-Shops – Fechados.
Espaços religiosos – Fechados.

Serviços de utilidade pública, como atendimento de eletricidade, gás, captação, tratamento e distribuição de água e esgoto, gestão de resíduos, etc. – Abertos com restrição de funcionários.

Transporte coletivo de passageiros (ônibus municipais e metropolitanos e trens) – Abertos com limitação de 50% da capacidade total do veículo.

Administração pública (Serviços não essenciais) – O atendimento presencial é limitado a 25% dos trabalhadores.

Agricultura – Atendimento presencial limitado a 75% dos trabalhadores.

MEU AVÔ, O MAJOR LUIZ VÁLIO.


SE VIVO, O MAJOR LUIZ VÁLIO COMPLETARIA HOJE 141 ANOS. 
AQUI, AO LADO DAS NETAS MARIA INÊS VÁLIO FRANÇA (RODRIGUES), MARIA REGINA VÁLIO FRANÇA E IRANI DE JESUS VÁLIO QUE TIVERAM O PRIVILÉGIO DE CONHECÊ-LO.
NÃO O CONHECI, MAS SEMPRE O AMEI ATRAVÉS DOS RESGATES QUE FIZ SOBRE SUA VIDA E SEUS ESCRITOS.
OBRIGADA, MEU AVÔ, ONDE ESTIVER.



O EMPENHO DO MAJOR LUIZ VÁLIO PARA QUE SE ABRISSE UMA ESTRADA LIGANDO SÃO MIGUEL ARCANJO A SETE BARRAS.




Um dos maiores sonhos das grandes figuras do nosso passado era conseguir junto ao Governo uma lei que autorizasse a abertura de uma estrada ligando São Miguel Arcanjo a Sete Barras.
As vantagens decorrentes desse empreendimento seriam enormes, como vislumbrava J. Severo, pseudônimo do Major Luiz Válio, nas páginas de "O Progresso", citando, por exemplo:
"a. facilidade de intercâmbio comercial em uma zona extensa e de produção heterogênea como a nossa;
b. escoadouro pronto e eficaz para os nossos produtos;
c. grande impulso à lavoura;
d. baixa de preço dos gêneros de primeira necessidade e consequente melhoria de vida aos habitantes desta zona, principalmente aos de além serra, cuja miséria era proverbial;
e. cultivo de quase cerca de 1 milhão de alqueires de terras férteis, na época improdutivas, por falta de quem as cultivasse;
f. exploração das minas de ouro e natural aumento de fundo metálico para o Erário;
g. exploração das matas ricas em madeiras de construção, de todas as variedades;
h. valorização das terras.
Como se vê, o recorte acima fala do empenho de algumas pessoas interessadas em fazer o orçamento da referida estrada, mas isso não se deu imediatamente.
Dez anos depois, o projeto de número 80, de 1.911, autorizando a abertura de uma estrada de rodagem de São Miguel a Sete Barras, ou seja, de Itapetininga a Iguape, só chegou ao conhecimento público em outros dez anos depois.
Nessa época, o engenheiro David MacKnight foi encarregado de estudar a melhor vereda para abrir a referida estrada.
Especialista no estudo de terrenos acidentados e acompanhado por dois práticos dos terrenos da Serra, o engenheiro fez uma viagem de ida e volta a pé entre São Miguel Arcanjo e Sete Barras.
Segundo ele, pelo Bairro Taquaral Acima se poderia ser feita a estrada sem grandes rampas e desviando a Serra Queimada, cujas dificuldades de travessia tinham feito fracassar todas as tentativas de ligar este município ao litoral por uma estrada de rodagem.
Já o Barão de Antonina, em carta datada de 1.845, dizia ao Tenente Urias (que havia assinado contrato de empreitada com o Governo da estrada que liga São Miguel a Juquiá), que "essa ligação com a marinha virá trazer à Província e a todo o país benefícios incalculáveis".
Foi tudo um sonho?
Como pode ter sido apenas um sonho?
Como pode perder-se nas brumas do tempo?
São Miguel Arcanjo foi relegada então a um segundo plano - ou terceiro, quarto (?) - pelos governos: estadual e federal.
A história dessa estrada demorou cerca de 112 anos para terminar.
Teve início em 1.830.
E não se fez nos mesmos moldes daquela estrada que foi feita no ano de 1.849, ligando Itapetininga a Santo Antonio de Juquiá, e na qual se gastou apenas 16 contos de réis, após estudos muito bem planejados.
Essa estrada passava por São Miguel Arcanjo e, atingindo a Serra de Paranapiacaba, com pequena quantidade de rampas, procurava cortar diversas cabeceiras de afluentes do Rio Verde e ia descendo lentamente até chegar à margem direita do Rio Assungui, seguindo pela margem deste rio até à povoação de Santo Antonio de Juquiá, sem ser preciso cavas enormes, nem túneis, nem obras de arte de grandes proporções.
E era uma estrada bem feita, s empre aproveitando o traçado de David Macknight.
A Diretoria de Estrada de Rodagem, criada pela Lei 2187, de 1.926, nunca teve recursos suficientes para a implantação de novas rodovias e nem para a conservação das já existentes. Antes, servia apenas como centro de politicagem do Partido Republicano Paulista, o PRP, e era um dos maiores sorvedouros do erário público.
Por ali se canalizavam grossas quantias destinadas ao abastecimento estomacal dos afilhados e protegidos políticos, desprezando-se o interesse dito público, que, aliás, por ser público, não merecia nenhuma atenção.
Em 1.929, o engenheiro encarregado da sua construção chamava-se Mariano Montessanti; havia na empreitada um cozinheiro chamado José Lourenzo do Carmo, que morreu em Itapetininga.
Dessa forma, a Estrada de Sete Barras, em que se gastaram até 1.931 cerca de 6 mil contos de réis em três longos anos de serviço - e sem término - quando poderia ter sido feito e acabado com metade do capital destinado e do tempo empregado.
Nesse serviço só eram empregados aqueles que se curvavam ante os chefões e lhes hipotecassem seus votos.
Os empreiteiros pertenciam à família perrepista e ai daqueles que procurassem ter relações com os adversários do regime!
Dos empreiteiros da Estrada de Sete Barras, apenas dois, Urbano Sampaio e João Paula Souza tiveram a hombridade de manter relações amistosas com o chefe democrático de São Miguel Arcanjo.
O resto tinha medo até de passar pela frente de sua casa!
Isto porque, ao certo, seriam logo postos, se não no olho da rua, pelo menos nas circunstâncias de se lhes dar severa lição de curvatura da espinha.
Viviam espionados pelos chefes políticos locais, a quem se deu a incumbência da escolha de seus empregados e até de simples camaradas!
A Secretaria da Viação era outro centro de politicagem bem conhecido.
Todo o pessoal da estrada de ferro e das de rodagem eram obrigados ao voto governamental, sob pena de excomunhão solene.
E se ela foi um centro de politicagem, o foi também de desperdícios de toda a ordem, pois não se poderiam manter parasitas de espécie diversos, sem o necessário esbanjamento.
Era comum, quando isso acontecia, ver-se centenas de desempregados em condições de completa miséria.
Aliás, no tempo do perrepismo, milhares de seus adversários foram crucificados, perseguidos e atirados à desgraça, porque não rezavam pela sua cartilha e queriam manter ilesa sua dignidade política.
Ainda bem que essa Diretoria de Estrada de Rodagem teve pouco tempo de duração!
A imprensa na década de 30 publicou até uma piada sobre a famosa estrada escrita por alguém que se assinava ‘Valério’, e que devia ser um nome fictício, por temer uma represália.
Veja só:
‘- Valério!
- Pronto.
- Liberdade é substantivo coletivo?
- Antigamente era; agora não sei. A substância da liberdade vai se tornando tão escassa...Foi muito preconizada e num sentido geral...Mas...
- Constituinte é com c pequeno?
- Deixe de falar em bobagens. Isso é uma espécie de ensino primário. Dessas noções que a gente transmite pedagogicamente à criança e depois, mais tarde, ela por si refuta, ou melhor, não crê.
- E... Estrada de Sete Barras...
- Pare, por favor, pare. Não me ponha a relembrar um passado que não vai longe. Uma promessa que ficou no tinteiro...
a) Valério ‘
Essa estrada foi um dos empreendimentos que fez com que o mineiro Tenente Urias Emídio Nogueira de Barros apeasse por estas bandas, além do incontrolável desejo de conhecer o Vale do Ouro.
Que seria esse Vale do Ouro?
Segundo o cidadão Eusébio Demétrio, ele ficava entre Guararema de Cima e a Reserva de Carlos Botelho, porque co nforme se insere no extinto jornal ‘O Progresso’, publicado em São Miguel Arcanjo, edição de 24 de julho de 1.921, há uma notícia:
‘Uma grande mina – a de Bom Sucesso, situada nas cabeceiras do rio Turvinho, deste município, distante 5 léguas mais ou menos desta cidade, já o foi, em fins do século XVIII, com ótimos resultados, como a própria denominação da mina está indicando, tendo dela sido extraído quantidade considerável de ouro, vendo-se, ainda, as escavações feitas – vestígio que o tempo não conseguiu apagar. Conquanto bem remunerados, tendo daqui levado muitas arrobas do precioso metal, não prosseguiram os mineiros na exploração de outras minas mais distantes, ou por ignorá-las, ou, o que é mais certo, pela dificuldade insuperável de meios de transporte, em selvas incultas, completamente desconhecidas, como o eram e quase que ainda o são, as nossas.’
ASSUNTO: A VIAGEM DO INTERVENTOR FERNANDO COSTA AO LITORAL SUL. INAUGURAÇÃO DA ESTRADA SÃO MIGUEL ARCANJO - SETE BARRAS, MELHORAMENTO RECLAMADO PELA PREFEITURA LOCAL HA MAIS DE 20 ANOS.
São Miguel Arcanjo, 13 (A.N.). A visita do sr. Interventor Fernando Costa a esta cidade é assinalada por um acontecimento de grande importância para a população local: a inauguração da estrada que liga São Miguel Arcanjo a Sete Barras, que representa um grande benefício para a zona do litoral sul do Estado.
Sua construção foi solicitada no tempo do Império, sendo iniciada somente em 1.927, mas paralisada em 1.930.
Graças, porém à Política Rodoviária, ao atual chefe do Governo Paulista, a magnífica estrada já se acha concluída, para júbilo da população desta zona, que há três gerações se vem batendo incansavelmente para conseguir tal melhoramento.
Por esse motivo, ao interpretar os sentimentos do povo local, no ato de inauguração oficial da estrada até Sete Barras, o prefeito da cidade reafirmou a certeza que o povo tinha de que os resultados da presente viagem do Interventor Fernando Costa traduziriam em benefícios decisivos para o renascimento da zona.
Nesse discurso, o sr. prefeito municipal prestou também um eloquente preito de homenagem a d. Anita Costa, presidente da L. B. A. em São Paulo, assegurando que os favores prestados pela ilustre dama paulista às classes pobres de São Miguel Arcanjo, por intermédio do Centro Municipal da benemérita instituição nesta cidade, ficarão gravados no coração de todos que aqui residem.
Em nome dos legionários locais, o orador solicitou, enfim, ao sr. Interventor Federal que apresentasse a d. Anita Costa as suas respeitosas saudações.
No ato inaugural da Estrada, o sr. José Gonçalves Barbosa, secretário da Viação, pronunciou o seguinte discurso:
- "Exmo. sr. Interventor: A Rodovia que V. Exa. vai percorrer foi reclamada em 1.922 pelo Prefeito de então. Mas apenas em 1.927 foi autorizada sua construção, por V. Exa., como se vê pelo marco ali implantado. Quando V. Exa. dirigia a secretaria da Viação e Obras Públicas. Em 1.930, porém, foram suspensos esses trabalhos pelo novo secretário, quando já as despesas montavam em sete milhões de cruzeiros. Somente em julho de 1.930 voltaram a ser atacados os trabalhos de construção da estrada, mas com recursos que não permitiam senão lenta evolução nas obras. Isto até 1.941, quando então os serviços foram acelerados. Hoje depende esta rodovia apenas do termo de algumas obras de arte, tendo sido nela empregados cerca de 12 milhões de cruzeiros. Fácil é julgar da satisfação com que V. Exa. vai percorrê-la, conhecidos como são da coletividade paulista o carinho de V. Exa. pela sua terra e o seu ardente desejo de facilitar-lhe rápida ascensão aos seus gloriosos destinos. Sem vias de comunicação, isso não seria possível, pois só elas permitem o intercâmbio comercial e a circulação das riquezas, com a exportação de produtos da região por elas servida e importação do que necessita para aumento e aperfeiçoamento da própria produção. Não só os imediatamente favorecidos - que são todos os povoadores da região servida por esta rodovia - compreendem o alcance da contribuição que lhes dá o Governo de V. Exa. Por isso será perpetuado no reconhecimento das populações desta zona e o nome honrado de V. Exa., a quem as gerações futuras hão de perenemente render as melhores homenagens. Digne-se, pois, sr. Interventor Fernando Costa, a declarar inaugurada esta estrada, nesta excursão em que temos a honra de acompanhar V. Exa. com pensamento e olhos fitos no acerto com que o Presidente Getúlio Vargas escolheu a sua pessoa para Interventor neste grande Estado".
De São Miguel Arcanjo, o interventor seguiu para Sete Barras e Registro.
Estadão, de 15 de fevereiro de 1944.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: O Prefeito de São Miguel Arcanjo nessa época era o MAJOR LUIZ VÁLIO.

GRAÇAS AO MAJOR LUIZ VALIO, SÃO MIGUEL ARCANJO FOI ETERNIZADA NO LIVRO DE PANDIÁ CALÓGERAS.

 


Devemos ao Dr. Othon Henry Leonardos o trabalho de coligir dados e informações sobre jazidas auríferas do estado de São Paulo, além das observações de que dispúnhamos.
Valiosa foi sua contribuição, porquanto nossos conhecimentos em relação a esse estado referem-se mais à geologia geral.
Em capítulo especial tratamos incidentemente das formações proterozóicas que encerram, em São Paulo, os vieiros auríferos.
Do relatório de Orville Derby, da Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo, ano de 1888, extraímos as notas abaixo, sobre as minas do Jaraguá, examinadas pelo geólogo Francisco de Paula Oliveira.
"Depois de Eschwege, ninguém mais se lembrou de mencionar, em escrito que chegasse até nós, os trabalhos proseguidos, que foram tão insignificantes em relação aos antigos, que é desculpável uma tal negligência. Só o testemunho de poucas pessoas daquela época nos pode indicar alguns pormenores sobre estas últimas tentativas de extração do ouro.
"Uma das mais importantes foi a de um tal Dom Joaquim Calbot, de origem castelhana, que há mais de trinta anos montou um engenho com dez mãos para socar os botados dos antigos. Existem ainda no lugar denominado lavras de Dom Joaquim a roda, o eixo e sete a oito mãos de ferro-gusa, pertencentes à bateria de pilões. O que era ferro batido foi carregado e mesmo algumas mãos servem de bigorna em casas da vizinhança.
"Dom Joaquim possuía, para os lados do norte da província, uma fazenda e, não podendo estar à testa do serviço, confiou-o a um Sr. João Lafebre, que, auxiliado por cinco escravos, socou bastante pedra para retirar, segundo as tradições, quatro garrafas de ouro em pó; mas, Dom Joaquim, por motivos que ignoramos, desaviu-se com o seu empregado e suspendeu os trabalhos. Nada consta sobre o tempo que esteve em atividade a máquina, mas pelo uso que mostram as mãos e, atendendo à qualidade da rocha que trituraram, não deveria ter excedido de cinco a seis meses de exercício. Dizem que Dom Joaquim sofreu prejuízos e nenhum resultado tirou da experiência.
"Outra lavra, de que há notícia de trabalho moderno, é a denominada do Maganino. Em 1812, um senhor deste nome começou trabalhos perto de um grande pinheiro, que ainda aí existe. Maganino seguia uma linha mais rica e, descuidando-se em abater o volume de terra, que lhe ficava superior, foi forçado a parar o serviço por ter tido a infelicidade de perder cinco escravos, que ficaram enterrados no desmoronamento.
"Além destes, são apontados os serviços do Manquinho, o dos terrenos que foram de Dona Gertrudes Galvão de Lacerda perto do Jaraguá, o do Curupira, um dos mais chegados ao morro, o serviço da Roda d'Água, o do Ribeirão das Paineiras, perto da estrada que de Taipas vai a Parnaíba, e o do mesmo ribeirão na barra com o Juqueri e que foi propriedade de um padre.
"Seria longa, e mesmo sairia fora dos limites desta notícia, uma descrição detalhada de cada uma destas lavras e do modo por que foram trabalhadas, o que reservo para uma memória especial, logo que tiver elementos mais abundantes que mereçam ser publicados. Cumpre-me, porém, dar ideia do modo de ser das jazidas.
"É fato que grande parte da exploração destas lavras foi feita no cascalho, cuja possança muito variável não excedia de 60cm; mas os trabalhos eram dirigidos de tal modo que, para chegar a esta camada, tinham de lavar um volume de terra vermelha de altura que atingia muitas vezes a mais de dez metros.
"A exploração ia além e os micaxistos, que formavam o solo, eram atacados ou por necessidade do trabalho ou por conterem ouro, o que é mais provável, visto haver serviços feitos exclusivamente nesta rocha decomposta.
"O cascalho apresenta muitas vezes pedaços pesando dois a três quilos e é formado quase todo ele de quartzo muito quebradiço, desmanchando-se facilmente em areia, fato que concorreu para dar-lhe a forma arredondada sem ser preciso ter percorrido grande extensão. Este quartzo deve provir dos grossos vieiros que atravessam os micaxistos em diversas direcções e que são ainda encontrados in situperto do morro Uruqueçava ou morro Doce. É bem provável que o ouro estivesse ligado à formação desses vieiros, e vem talvez confirmar esta hipótese a experiência de Dom Joaquim que, triturando o quartzo friável, pôde ainda retirar deles o metal contido.
"Não é esse, porém, o modo mais geral de ser do ouro nesta formação. Uma boa parte está espalhada na grande massa da rocha em pequenas veias em todas as direções e que cortam os micaxistos formando uma espécie d
e stockwerck. Tive ocasião de seguir uma destas linhas em pequena extensão, tirando provas com a bateia. Era formada de quartzo em pequenos fragmentos ligados por uma argila amarelada, contendo magnetita e bióxido de manganês. O ouro apresenta-se em grãos quase microscópicos com uma cor amarela brilhante e sem forma definida. Estas veias são numerosas e têm uma possança que não excede de três a quatro centímetros. Torna-se, pois, necessário lavar uma grande porção de terra estéril superior aos micaxistos para poder aproveitar o ouro encerrado nessas pequenas linhas.
"Era isso que determinava o processo de exploração todo característico desta região e que só pôde ser comparado com os de São Gonçalo da Campanha e Apiaí.
"Percorrendo-se as lavras, nota-se que, à medida que nos aproximamos do Jaraguá, diminui a quantidade de micaxistos e a rocha torna-se um verdadeiro quartzito que facilmente se desagrega. A lavra de Dom Joaquim e a do Curupira já se acham nesta última classe, enquanto as do Manquinho, das Palmeiras, etc, estão em uma rocha mais argilosa e micácea. Tudo nos leva a crer que esta formação pertence ao horizonte geológico dos micaxistos e quartzitos micáceos.
"Existe ainda na zona uma extensão mais ou menos considerável de cascalho virgem deixado pelos antigos mineiros, quer por causa da importância sempre crescente do desmonte ou dificuldades na obtenção de águas altas, quer por empobrecimento do depósito aurífero ou por outro motivo ignorado. Estudando a região exclusivamente debaixo do ponto de vista científico, não me achei autorizado a fazer pesquisas demoradas sobre a extensão, riqueza e facilidades para o trabalho, pelos métodos modernos, destes depósitos. Limito-me, portanto,
a notar a sua existência, chamando assim para ela a atenção dos que procuram depósitos auríferos para explorações industriais, aos quais compete proceder às pesquisas referidas. Parece-me, porém, que deva ser antes nos filões da rocha do que nos restos de aluviões que há de basear-se a mineração futura desta região, caso a indústria mineira aí torne a se estabelecer.
"Para o modo de ser do ouro, verificado por mim, isto é, em filões pequenos e irregulares disseminados em uma grande massa de terra, só processos muito aperfeiçoados e uma extração em grande escala e a preço ínfimo poderão dar resultados vantajosos.
"Sobre a existência de vieiros de maior possança e riqueza nada vi que justifique uma opinião, mas, por outro lado, nada há verificado que torne descabida pesquisas com o intuito de descobri-los."
Foi no estado de São Paulo que, em meados do século XVI, se descobriram as primeiras minas de ouro do Brasil. Confirmaram estes achados missivas do Bispo Sardinha e do Padre Anchieta, datadas respectivamente de 1552 e 1554. As jazidas auríferas são verificadas nas expedições de 1560 e 1562, do provedor Braz Cubas e seu auxiliar Luiz Martins.
Segundo Eschwege, "as primeiras notícias de interesse do governo pela lavra de ouro no estado de São Paulo encontram-se no decreto de 15 de agosto de 1603. Mas a lei ficou sem execução durante meio século, e somente em 1662 passou a vigorar em São Paulo, reforçada depois pelo decreto de 4 de outubro de 1659, onde o governador do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, incumbiu ao Capitão-Mor de São Vicente, Antonio Ribeiro Moraes, de inspecionar as lavras de ouro e fazer executar o dito decreto. Mais tarde, em 1660, visitou o mesmo governador pessoalmente as lavras
auríferas, assim como no ano de 1682 o mestre-de-campo, Duarte Teixeira Chaves, governador do Rio de Janeiro, que se responsabilizou pela administração das minas. Em 1697, por ordem do rei D. Pedro II, Arthur de Sá Menezes veio examinar também as minas paulistas".
Para o refino do ouro obtido no estado de São Paulo, foi construída na Vila de Iguape uma casa de fundição; depois edificada uma outra em Taubaté, para a fundição do ouro proveniente do território de Minas Gerais; e ainda mais tarde construíram uma terceira na cidade de São Paulo.
O decrescimento da mineração em São Paulo foi consequência da emigração dos bandeirantes paulistas para os distritos mais ricos de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso; e também porque o desenvolvimento das vilas próximas do litoral tornava a agricultura mais rendosa que o trabalho nas lavras.
Esquecida inteiramente a mineração, somente nestes últimos tempos vêm sendo redescobertas as aluviões auríferas abandonadas pelos antigos, e os vieiros ainda intactos, que estão a merecer cuidadosas pesquisas.
A indústria extrativa do ouro havia sido inteiramente abandonada, em São Paulo, em vista dos resultados obtidos nos distritos mais ricos de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso.
Nestes últimos tempos, graças à baixa cambial, novo interesse foi despertado e pesquisas oficiais, assim como particulares, têm sido realizadas sobre aluviões e vieiros auríferos.
Othon H. Leonardos nos forneceu os dados que em seguida resumiremos sobre os depósitos paulistas.
As notas que seguem, relatadas em ordem geográfica, são o resumo desse estudo inicial.

Município de Iguape
As principais ocorrências de minérios auríferos se encontram no distrito de Juquiá, nos afluentes do Rio São Lourenço-Juquiá, que descem da Serra de Paranapiacaba.
Ao longo da serra predominam as formações filíticas da Série de São Roque (Algonquiano). A rocha matriz do ouro é sempre o quartzo de vieiro, com pirita e afrisita, e mais raramente galena.
Este trecho da Serra de Paranapiacaba é quase desabitado e desconhecido.
Entre as localidades onde se tem descoberto minério aurífero citaremos: cabeceiras do Rio São Lourenço, não longe de Juquitiba, nos limites dos municípios de Iguape e Itapecerica. Vieiros de quartzo aurífero.
Todos os córregos das cabeceiras do Rio Verde, nos limites dos municípios de Iguape e São Miguel Arcanjo, são auríferos. A região, inteiramente desabitada, é coberta por densíssima floresta. Por toda a parte, pelas encostas abruptas da serra, encontram-se blocos de quartzo de vieiro. Na maioria das vezes o quartzo é branco-leitoso e estéril; mas de quando em vez ele se mostra piritoso e aurífero.
Os córregos denominados Ouro Fino, Ouro Preto, Lavrinhas, Fartura, etc. relembram nos nomes as antigas minerações dos jesuítas.
Um dos afluentes mais ricos do Rio Verde é o Ribeirão Cruzeiro ou Pedro Vaz. Principalmente no trecho em que atravessa as terras de Dona Maria Isabel Carvalho Quartim, consta que as aluviões são bastante produtoras.
Cortando o córrego Quebra Cabeça, no sítio do Sr. Luiz Valio, encontramos um vieiro de quartzo com muita pirita e afrisita, mas relativamente pobre em ouro (um a dois gramas por tonelada). A presença de alguns cristais de feldspato no minério indicava estar-se nas proximidades da zona pegmatítica.
No córrego dos Moços, afluente do Rio Verde, em terras do engenheiro David MacKnight, corre um vieiro de quartzo com turmalina e afrisita bastante rico em ouro. No mesmo córrego tem sido encontrada a cassiterita. No rio Ipiranga, afluente do Juquiá, têm sido verificados cascalhos auríferos, sendo especialmente famosas as aluviões do afluente Travessão. Estas jazidas, que se acham em terras do Sr. Guilherme Christofle, foram estudadas pelo engenheiro Theodoro Knecht. O ouro provem de vieiros de quartzo com pirita e afrisita, encaixados no granito. As lavras antigas dos jesuítas começavam a três quilômetros a montante do Salto, e se estendiam às cabeceiras do Rio Travessão, num comprimento de cerca de seis quilômetros. O volume de aluviões auríferas é, na opinião do Dr. Knecht, assaz considerável. Igualmente aurífera é a zona compreendida entre Sete Barras e o Ribeirão da Serra, especialmente o Ribeirão Laranjeiras.

Fonte: Brasiliana Eletrônica.