quinta-feira, 15 de março de 2012

COMUNIDADE TERAPÊUTICA.DA FAZENDA SÃO MIGUEL.



Estivemos hoje visitando a Fazenda São Miguel, de propriedade da Cia. Suzano de Papel e Celulose, na SP 250, Km 171.
Nesse local, praticamente abandonado pela empresa bilionária, é que a Prefeitura de São Miguel Arcanjo estabeleceu um acordo para manter lá uma Comunidade Terapêutica, onde cerca de 28 elementos se acham em recuperação por serem dependentes químicos - de drogas e álcool - para posterior reintegração ao meio social.
Até 2.005, esses internos faziam parte do AMA de Pilar do Sul. Como a maioria era oriunda do município de São Miguel Arcanjo, e graças ao apoio da Cia. Suzano que cedeu o imóvel, desde 2.006 lá residem 28 homens. 
Claro que nada disso aconteceria se lá já não existissem diversas  casas que foram construídas para moradia de funcionários da antiga proprietária Ornabe Agrícola Ltda.
Em cada casa moram duas ou três pessoas.
Cada casa tem um nome, por exemplo: Casa São Pedro, Casa São Marcos, Casa São Jorge, Casa São João, Casa São Mateus.
Existe uma capela dedicada ao orago São Miguel Arcanjo com muitos bancos; inclusive a imagem do anjo que foi levada para lá é a mesma que permaneceu por longas décadas na Igreja Matriz da cidade.
Debaixo de enormes seringueiras fica a Praça do Eden, onde os homens se reunem para jogar conversa fora. Ao ar livre deve ser ótimo.
Há um salão para festas, um refeitório, uma sala de TV, almoxarifado, barracão da horta, banheiro público, campo de futebol, curral.
Na horta, os internos plantam couve, cebolinha, pimenta, mandioca.
Há algumas árvores frutíferas, tais como laranjeiras e abacateiros. 
Na Casa Integração é que os moradores dão as boas vindas para novos integrantes e prometem auxiliá-los também.
Leite e ovos são obtidos dali mesmo.
A primeira vaca foi doada pelo Vice-prefeito, Valdir da Cruz Romualdo que a ganhou numa rifa beneficente.
Além de cuidarem da horta e se revesarem na cozinha para fazerem a própria refeição, os residentes confeccionam espetinhos para churrasco que são vendidos na cidade.
Mantivemos contatos com Onivaldo, residente que está entrando no estágio de monitor; com Juliano, que já é monitor há nove meses e com Orlando que nos acompanhou e contou alguns fatos.
Do que pudemos observar, se a Cia. Suzano não fizesse essa parceria com a prefeitura local - e ela deve ao município muito mais do que isso - os imóveis já estariam derrubados e enterrados, como sempre essas grandes empresas fazem.
Por outro lado, quer vida melhor do que a que os residentes estão vivendo por lá?
Não precisam trabalhar em serviço pesado, não pagam aluguel, não se responsabilizam nem pela educação e muito menos pelo sustento de filhos, etc...
Alguns deles querem lá ficar para sempre. Por isso saem mas acabam voltando.
Beleza!
No ano de 2.016 acaba a cessão da Cia. Suzano. 
Até lá, teremos um novo prefeito.
Será que a Comunidade Terapêutica sobreviverá? 


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