Um jantar aqui, outro encontro lá, um convite para um cidadão mais abastado para ajudar nos extras, rodinhas de "amigos" pelos bares, sondagens a eleitores, o último gole antes da madrugada, aqui ou ali, depois do expediente do dia seguinte.
Reuniões e reuniões.
Em pauta, os debates acerca dos desejos de cada um.
Tem gente que participa objetivando apenas engordar a despensa de casa.
Tem gente que tem projeto de montagem de um bar, nem que seja de uma porta só, para comercializar seu álcool.
Tem gente que opta por dispensa de alguma taxa, de algum imposto no futuro.
Em época de eleições, como agora, aparece todo tipo de animal. Quer dizer, os animais saem à caça e os caçados viram escravos.
Os Balboni, do PSDB local, tem até uma dinâmica de grupo para oferecer nas reuniões em São Miguel Arcanjo, como fizeram por ocasião das penúltimas eleições, tentando armar uma frente em prol do desenvolvimento do município.
Estiveram lá todos os candidatos a prefeito e vice e à vereança local.
Só para saber do que se tratava, se dava para aprender manhas políticas, coisas de macacos velhos.
Ao invés de macacos, mais se pareciam com meninos aprendendo a engatinhar.
Houve alguma verdade nas intenções do pessoal que convocou a reunião?
Nem mesmo um dos representantes da família Balboni, convidado para secretariar uma pasta pelo então eleito Antonio Celso Mossin, continuou prestando serviços junto à coletividade.
Como se prestar serviços à população fosse coisa de gente pobre.
Este ano, entre abril e maio, com certeza, os Balboni marcarão nova reunião para trocar o mando apenas de mãos, já que o atual prefeito cumpriu seus oito anos de mandato.
Tudo nos conformes, como tem que ser.
E o desenvolvimento do município aconteceu?
Se aconteceu ou não, agora recomeça o jogo, objetivando corrigir as inúmeras falhas.
E agora, quem vai para o caldeirão?
Quem fica de fora do caldeirão?
Quem pode pular fora, traindo todo um esquema, antes que a festa se acabe?
A quem convidar para participar do caldeirão?
Gente nova, quem?
Porque o caldeirão vai ser mexido de novo e o caldo tem que engrossar.
Só não pode é entornar.
Também não vale inovar, nem politicar honestamente.
Por isso que os convidados terão que ser gente de uma intelectualidade menor do que os chefes da casa.
Porque o povo não gosta de gente que saiba ver o outro lado da peneira, quer dizer, o lado ruim, o lado obscuro das pessoas com as quais convive.
O povo, no fundo, no fundo, não admite mudanças, nem ao menos deseja o novo que ele não é capaz de acompanhar.
Coitado do povo!
Bom mesmo é o movimento que o povo faz, a importância que o povo dá a esse momento do voto que os intelectuais cismam em taxar de prova de cidadania.
Porque se o povo fosse chamado a uma revolução, com certeza um pouco mais idiota se faria só para não participar.
Você já ouviu dizer de alguma revolução que brotou do povo?
Voltemos.
Chefes de partidos políticos não tem crise de personalidade: eles sabem, eles querem, eles podem, em todas as ocasiões.
Pois bem. O caldeirão vai começar a ferver.
Que mágica conterá o caldeirão da política em São Miguel Arcanjo?
Os mais velhos nem querem saber porque nem dá mais tempo de contestar alguma coisa.
Já os eleitores mais jovens só querem uma boquinha para trabalhar.
Aonde?
No Paço Municipal, como funcionários públicos.
Já pensou se um dia o vereador Terra vier a eleger-se prefeito nesta cidade?
São Miguel vai ter que construir mais duas ou três prefeituras só para lá colocar os seus cupinchas.
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