Perfil de homem e rosto de menino,
Cavalgava no vento toda sua coragem,
E tinha na mansidão de criança,
O arrojo dos fortes e a saga dos heróis,
Mesmo parecendo tão frágil sua compostura.
Seu bólido qual flecha disparada,
Rugia os motores e sumia no horizonte,
Aumentando a adrenalina no corpo preparado,
Pulsando o coração forte, vibrante, ainda jovem.
Mostrando sutilezas só suas, de ninguém mais.
Fez da nação uma idolatria,
Quando mostrava nas vitórias a bandeira tremulante,
E o povo, orgulhoso do feito conquistado,
Exibia sorrisos e esquecia mágoas reprimidas,
Pelas suas conquistas que ninguém podia duvidar.
No entanto, por tragédia anunciada,
Chocou seu bólido num muro assassino,
Sua audácia que ninguém conseguia conter,
Silenciando num repente, assustado,
Uma vida sem limites preciosa.
Chorou em prantos todo um povo,
Comoveu nações antes escondidas,
E crianças que amava em plenitude,
Lágrimas sentidas nos rostinhos escorreram,
Dor amarga pelo ídolo que partia.
Entretanto, no pulsar das tristezas,
O povo exibiu patriotismo nunca antes demonstrado,
E a bandeira linda, em cores, quase ausente,
Aflorou brilhante no solo abençoado,
Despertando fé e esperança no Brasil.
Ímola, de encantos proclamados,
Jamais serás em todas tuas audácias,
O mesmo porto das alegrias antes vividas,
Pois imolou em suas entranhas nosso Ayrton,
Deixando saudades que choramos até hoje.
Jairo Valio
(Neste 1o. de maio: dezoito anos sem o corredor campeão)
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