segunda-feira, 16 de abril de 2012

GILBERTO DIMENSTEIN NA FOLHA, 15.04:

'Veja' e o linchamento de um jornalista



Há um debate provocado no PT contra a revista "Veja" que coloca em ameaça não apenas a liberdade de expressão, mas a capacidade de investigação contra mazelas cometidas pelos governos. Mas não quero discutir aqui nem a "Veja" nem o PT. Nem o jornalista acusado de ter relações que ultrapassariam os limites profissionais.


Estão apontando como um fato grave e um indício de conivência criminosa o registro de ligações telefônicas entre o delinquente Carlinhos Cachoeira e um jornalista da revista "Veja", autor de vários furos que incomodaram o governo. Há um tom de linchamento nessa acusação.

Se todos os jornalistas investigativos fossem proibidos de conversar com fontes de biografia suspeita para obter informações valiosas provavelmente não haveria descobertas de falcatruas. Afinal, muitas vezes --quase sempre-- somos obrigados a descer na lama para obter segredos.

Vivi em Brasília por 13 anos, onde ganhei todos os prêmios possíveis de jornalismo. Posso garantir que existe uma regra de ouro: naquele ambiente putrefato, quanto pior o indivíduo, melhor a fonte. Muitas vezes, desse lodaçal saem reportagens que jogam luz na bandalheira. Lamento, mas o jogo é esse em todos os lugares do planeta.

É sabido que a polícia tem fontes no submundo, obrigada a se infiltrar. Isso não a faz necessariamente conivente com o crime.

Por isso, é bom não confundir transparência com linchamento, quando se transformam suspeitas em provas definitivas.

Não descarto que, nessa relação, possa ter algo que feriu a ética ou a lei. Se houver, está aí a chance de uma CPI ou da Polícia Federal para investigar. Nada contra que nós da imprensa sejamos investigados, obrigados a mostrar a transparência que exigimos dos políticos.



PERGUNTA: SE POLÍCIA, JORNALISTA, POLÍTICO E BANDIDO ESTÃO TODOS "CASADOS" ENTRE SI, 

COMO SALVAR O PLANETA?


E PARA QUE?






Nenhum comentário:

Postar um comentário