Falo da tropa constituída pelos povos mais humildes, aqueles a quem menos interessa o que acontece nos altos escalões do governo do país.
É gente que passa ao longe, molemolengamente - este termo, inventei agora.
Dirá essa gente que o Brasil é grande, que é de todos e que há lugar para gente bem e para gente bandida, pois todos são filhos de Deus.
Dirá essa gente que os moradores de rua jamais deixarão de existir, porque há corações brandos que os ajudam a carregar a própria desdita.
Que crianças carentes ou deficientes se alegram bastando levá-las a um circo, pois foram criadas como seus pais.
Dirá ainda mais essa gente que as festas de janeiro, de junho e de dezembro, mais os rodeios acontecerão aos montes pelo país e nesses espetáculos nenhum governador ou presidente ousará interferir.
Dirá que hoje é muito mais fácil um pobre se casar, pois não acontecem por aí tantos casamentos comunitários? É esperar!
Tem-se a impressão de que o povo brasileiro - se pode ser chamado de brasileiro este povo - fechou os olhos, tapou os ouvidos à percepção, e a boca só serve mesmo é para comer e beber.
Lá no Planalto dizem que o Brasil mudou, que vivemos numa terra maravilhosa onde tudo agora vai bem.
Interessante que a tropa que não percebe o que está nas entrelinhas nem sente o impacto do dominó, já que tudo o que acontece no mais alto escalão repercute nos que estão abaixo.
Chorar por este povo de baixo?
Jamais!
Iludido é quem acha
que os tempos mudaram ou mudarão...
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