Foi durante pesquisas que venho fazendo ultimamente no jornal "Estadão" que fiquei sabendo desse tal de TUNGUE (Aleurites fordii).
É uma fruta originária da Ásia, plantada comercialmente em várias partes do mundo.
Desde 2.005, a Embrapa Clima Temperado de Pelotas pesquisa o tungue, que poderá ser utilizado na produção de biodiesel.
O óleo do tungue, extraído das sementes, é o principal produto, e tem aceitação na indústria química, principalmente para a fabricação de impermeabilizantes, tintas e ainda de vernizes.
Por safra, o tungue é capaz de produzir até três toneladas de óleo por hectare.
Hoje, as árvores de tungue ocupam apenas 40 hectares na Serra gaúcha. A meta é expandir também para a Serra do Sudeste. Como é uma espécie perene, as árvores têm vida produtiva superior a 30 anos.
Na produção de etanol, o carro-chefe é a cana-de-açúcar, mas há espaço para o sorgo sacarino, a mandioca e a batata doce. Na produção de biodiesel, apesar do protagonismo da soja, também aparecem a mamona, o tungue, o pinhão-manso, o girassol e a canola.
O que eu jamais supus é que esse produto existia em São Miguel Arcanjo, pois no ano de 1.948, justamente o proprietário da Fazenda Atlântida, Comendador Dante Carraro, que aqui possuía extensas plantações, ia montar uma fábrica para extração e refinação do óleo de tungue, esquivando-se assim da exploração de uma firma localizada em São Paulo, Capital, a qual, não tendo concorrentes, impunha preços que não chegavam nem para cobrir as despesas do amanho da terra.
O Comendador morreu em 1.949.
Portanto, não aconteceu o que ele sonhava, mas ficou para as novas gerações o exemplo de empreendedorismo de que era portador o grande italiano.
A foto é de F. Silva.
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