sexta-feira, 27 de julho de 2012

A BURRA DO BALANGADÔ.

                                       
As muitas terras que hoje compõem o Parque Estadual Carlos Botelho antigamente eram conhecidas como sertão. Sertão que escondia, além de índios caingangues, riquezas e mistérios intrigantes, principalmente para os moradores da memorável Fazenda Velha.
Na década de 30, o Major Luiz Válio já dizia e escrevia nas páginas do periódico local ‘O Progresso’ sobre as variedades de minérios encontradas na região hoje denominada São Miguel Arcanjo. Nas terras que lhe foram doadas pelo americano James Monroe Keith havia manganês, prata, ferro, cobre nativo, ouro de aluvião, etc. Algumas amostras foram por ele enviadas ao Rio de Janeiro para serem analisadas. E eram legítimas.
Comentava-se que alguns jesuítas, mais conhecidos como Padres da Companhia, chegaram até a desviar o leito de alguns rios e ribeirões para a lavra do ouro e das pedras preciosas juntados por eles. E tanto havia, que esses Padre não conseguiram transportar tudo o que desejavam, devido às precárias condições das estradas e dos meios de locomoção. Aconteceu, então, que esses Padres da Companhia colocaram toda a fortuna em grandes caixotes de madeira, chamados de burras, e enterraram nas cabeceiras de rios ou jogaram em poços profundos, pensando numa forma de um dia transladar tudo para fora do Brasil.
Esconderam tudo de uma tal forma que...eles mesmos acabaram desaparecendo.
Dizem que a alma de um deles apareceu em sonhos para um tal de ‘seu Pedro’, bom caçador, e lhe pediu que tirasse uma das burras do fundo d’água, mandando rezar três ou quatro missas para a salvação de suas almas. Muitas pessoas tentaram resgatar a tal de burra, utilizando até uma junta de bois cargueiros, mas não conseguiram. Quando parecia prestes a sair da água, desbarrancava tudo e ela voltava para o fundo da terra. Quer dizer, a burra balançava, balançava, mas tornava a cair para o fundo profundo.
Dizem que continuam as burras no Rio do Nicolau.
Ou será no Rio do Balangadô?
Recentemente, ouviu-se dizer que lá pelas bandas do Turvo da Lagoa, do Guararema, da Baixada da Pedra Sapo (no Taquaral), uns homens estão se juntando para mais uma tentativa.
Se conseguirem, ficarão milionários.
Tomara!

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