terça-feira, 28 de agosto de 2012

CARTA DE FREI MANOEL DE TIBAGI - CARTA DE AVISO.


Há 120 anos, em 18 de julho de 1892, Frei Manoel, o Monge de  Tibagi, era conduzido ao cemitério municipal do município de Tibagi por mais de quatro mil pessoas. 
É o maior vulto na história da religiosidade do povo dessa cidade, desde que a adotou para fazer cumprir sua missão, deixando a vida de caminhante. 
Receitava remédios, fazia orações, benzia e, onde estava, tinha sempre uma fila de pessoas para atender. 
Sobre ele, há lendas e verdades. 
Parte dessa passagem está registrada em documentos no Museu Histórico Desembargador Edmundo Mercer Júnior.
Em sua apresentação, o monge sempre dizia ser natural de Vila Nova de Gaya, em Portugal, que teria estudado em ordem religiosa de frades e, por motivos pessoais, abandonara aquela missão para iniciar uma nova missão no Brasil. 
Na Freguesia de Tibagi, ele tinha um dever a cumprir.
Frei Manoel escreveu um texto que se tornou quase que uma relíquia sagrada. 
A 'Carta de Aviso' posteriormente foi reproduzida e distribuída pelos cidadãos, que usavam lê-la em situações de perigo. 
O texto diagramado em forma de cruz tem cópia de 1930 mantida no Museu. 
Traz consagrações do Frei, que profetizou grandes tragédias e avisou a todos de forma apocalíptica. 
“Quem possuir esta carta de aviso com grande fé em mim, não temerá castigo algum”, anunciava o texto. 
“Todo aquele que duvidar das minhas palavras, não terá a minha benção e será condenado ao inferno para sempre”, ameaçava. 
A carta ainda rogava para que os anúncios fossem reproduzidos, divulgados entre o povo, que deveriam se preparar para dias de tormenta e lágrimas.
O corpo do Frei Manoel foi encontrado em 18 de julho de 1892 junto à fogueira apagada. Seu enterro se tornou um evento grandioso acompanhado por praticamente toda a população da cidade naquela época. 
Dizem que no cortejo, enquanto algumas pessoas já chegavam ao cemitério, ainda havia gente na altura do Arroio da Vargem, hoje portal entre Tibagi e Telêmaco.
Cópia da mesma foi guardada por Mário Augusto de Medeiros e hoje faz parte do nosso acervo, por doação de seu neto Paulo Manoel da Silva Filho, a quem agradecemos.

















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