Houve um tempo em que gravidez era coisa de Deus e as crianças chegavam para trazer alegria a todos os membros da família. Casa sem criança era escura, triste, depressiva e até o sol ficava meio sem graça quando precisava entrar por ela.
Houve um tempo em que as crianças corriam pelos quintais procurando joaninhas coloridas para carregar nas mãos e vê-las caminhar dali para os braços, numa alegria sem fim.
Houve um tempo em que não havia malícia e as brincadeiras podiam ser realizadas nas ruas menos movimentadas da comunidade.
Houve um tempo em que os pais eram mais sossegados, mais responsáveis, curtiam mais o lar e a família, todavia sem nunca deixarem de ser enérgicos. Havia em todas as casas uma tal de varinha de marmelo que vivia escondida em cima do guarda-roupas, a qual era utilizada quando os filhos extrapolavam nas atitudes; só mencioná-la, e o fogo acalmava.
Houve um tempo em que as conversas entre adultos aconteciam sempre bem longe das crianças e estas não se metiam nos assuntos dos mais velhos.
Houve um tempo em que os pais se revesavam no leito de um filho doente.
Houve um tempo em que as escolas eram como templos sagrados e neles as crianças pisavam sem receio, pois só aconteciam coisas que faziam bem para a alma e o espírito: música, canto, arte, trabalhos manuais, teatro, jogral, etc., tudo que demandava em atividades para criar, tecer, costurar, manipular.
Só vamos perguntar: por que é que os adultos, com o tempo, foram "assassinando" suas crianças?
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