domingo, 6 de janeiro de 2013

POEMA DE UM SÃOMIGUELENSE DISTANTE:

Eu Sou
Eu sou Orlando Pinheiro
Natural desta paragem
Eu nunca contei vantagem
Sou honesto e verdadeiro
Não tenho apego à dinheiro
Estou aqui de passagem
Numa comprida romagem
Abraçado o mundo inteiro
Já tive luta e glória
Derrota, pedra e espinho
Mas, sempre no meu caminho
Guardei na minha memória
Que ao longo da minha história
Jamais caminhei sozinho
E assim de vagarinho
Fugi da mais torpe escória

Tempo de amores, bravata
Um flerte de olhar ligeiro
Olhar meigo feiticeiro
Que em noites de serenata
Em luar desfeito em prata 
Eu me quedei prisioneiro
E meu verso derradeiro
Eu deixo à musa ingrata.
Assim me fiz cantador
De alma livre, violeiro
E assim, Orlando Pinheiro
Virou bardo trovador
Cantando trovas de amor
No alpendre d’uma janela
Para ver nos olhos dela
Refletida minha dor
Eu sou Orlando Pinheiro
De amor fui calejado
Trago o peito marcado
Neste mundo passageiro
A cobiça por dinheiro
Eu sempre deixei de lado
Vivo no mundo encantado
Do meu ego aventureiro
Levo canto, desencanto
Canto um verso de acalanto
Na toeira da viola
Com quem soluço meu pranto
Da tristeza que se evola
Neste meu triste quebranto
É ela quem me consola.
Eu sou Orlando Pinheiro
Com sina de passarinho
Eu sei, vou morrer sozinho
Cantando pro mundo inteiro
Quando me fiz prisioneiro
Entre as cordas do meu pinho
Na alma o agudo espinho
Daquele olhar feiticeiro
Vou morrer de amor desfeito
De mim não restará pó
Num canto de um noitibó
Na busca de amor perfeito
Que de tanta dor, meu peito
Vai findar de qualquer jeito
Amando e morrendo só.

ORLANDO PINHEIRO fixou residência há muito tempo em Sorocaba.

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