domingo, 20 de janeiro de 2013

RODEIOS LITERÁRIOS

Tal como dizia meu avô Major Luiz Válio, o homem, esse enigma indecifrável e misterioso que o Criador jogou do alto de sua sabedoria infinita ao abismo deste inferno a que deu a muito interessante denominação de mundo, está sujeito às leis naturais de evolução e involução tanto quanto se há observado em confronto com todos os demais participantes da imensa e dramática comédia em que degenerou o plano admirável da Divindade, traçado para um fim diametralmente disposto. 
Assim, os irracionais, do reino a que pertence o homem enigma e os componentes dos outros reinos em que se subdividiu a Natureza, evoluem até certa época para depois descarrilar, ou involuir, para os fenômenos da reintegração final no cadinho purificador do Cosmo. 
Isto quanto à parte material ou física. 
Pelo lado do abstrato, há também qualquer coisa a que se dá os nomes de sorte, felicidade, fortuna e outros, mas que também se acham sujeitos à lei fatal da evolução e da involução, com uma diferença, porém, que não deixa de ser interessante. 
Esta ordem de fenômenos subordina-se a uma outra, a qual se poderá designar pela ação e reação. 
No primeiro caso, os agentes naturais não sofrem modificação alguma, nem operam obstáculos a sua continuidade de ação fatal sobre os elementos sob o seu domínio, isto é, nada poderá involuir, sem evoluir primeiramente. 
No segundo caso, porém, observam-se fatos contrários. 
O indivíduo sujeito à ação e reação pode estar, desde o princípio da existência, exposto a uma ou a outra coisa, independentemente. 
Assim, aquele que nasce na pobreza e cresce sofrendo as dores da miséria e do caiporismo (involução) pode, depois de certo período, por um fenômeno de reação, tornar-se abastado e feliz (evolução). 
Portanto, não se desespere da má sorte, pois a ação provoca sempre uma reação em contrário. 
Como dizia meu avô, estejamos sempre prevenidos. 

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