terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

JOSÉ LUIZ EM DOIS TEMPOS




Há cinco meses tomei uma decisão: deixar de ser SEDENTÁRIO. 
O Homem em suas primitivas origens foi nômade; ao se tornar sedentário, com o advento da agricultura, fez surgir a civilização e nós seres civilizados levamos tão a sério esse negócio que nem nos levantamos do sofá para desligar a TV. Esse foi meu primeiro passo, depois veio uma caminhada e mais caminhadas, hoje não consigo ficar sem correr, faço isso quase todos os dias.
Mas este artigo não é sobre as benesses da atividade física. Moro há 15 anos em Itapetininga, cidade que me adotou apesar de minhas raízes estarem em Guareí. 
O Rio Itapetininga está para os itapetininganos como o Guareí está para os guareienses e o Ribeirão dos Cavalos, onde corro, está para mim, hoje, como o Guarda-mor esteve na minha infância e na vida de meus pais e avós.
Bem antes que o sol mostre a sua cara, estou correndo na marginal que passa ao lado do rio. 
É gratificante e triste ao mesmo tempo, no silêncio da manhã, na brisa suave, ouvir o barulho das águas e sentir o pouco de vida que pulsa no leito agonizante de um rio, cujas águas soam menos como tal e mais como lágrimas. 
Um rio como tantos outros implorando piedade, sem saber porque sofre.
A mídia e a preocupação em geral são com o Rio Amazonas, Tietê, São Francisco, com toda razão pela importância social e econômica desses rios, mas são os ribeirões que marcam nossas vidas, por estarem tão próximos e tão esquecidos.
Fico a pensar como somos egoístas, como nos achamos auto-suficientes. 
Não respeitamos a natureza, não respeitamos nada!
Somos um resquício de poeira no meio do universo e tratamos o nosso meio ambiente como se fosse um produto descartável que se compra em qualquer supermercado.
Quando percebermos que perto da força da natureza somos insignificantes, talvez seja tarde demais. 
Essa natureza que um dia se voltou contra seres magníficos e poderosos como os dinossauros, sem tomar conhecimento dos mesmos. 
Herdamos a Terra, mas a tratamos como se fosse uma meretriz, talvez até pior.
O Homem necessita aprender rapidamente com seus erros, pois as próximas gerações necessitam dessa virada de consciência nos dias de hoje.
- Artigo publicado no Jornal A Tribuna de Guareí em maio/2007



Nos últimos meses através das ações espetaculares da Polícia Federal abriu-se à frente de nossos olhos uma verdadeira chaga que parece não ter fim: a corrupção. 
Os três poderes da República foram atingidos nessas manobras da polícia, mas como sempre fica aquele cheiro de impunidade no ar, pois poucos permanecem presos, o que se constitui em matéria-prima para moldar novos corruptos a cada dia. 
A ação da Polícia Federal nos mostra uma ferida mal cheirosa que deve ser suturada rapidamente, pois afeta toda a sociedade.
Há mais de cem anos atrás um pensamento tomava conta do país: “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”, frase do naturalista francês Auguste Saint-Hilaire que deve ter inspirado em 1928 o nosso poeta modernista Mário de Andrade que dizia: “Pouca saúde e muita saúva os males do Brasil são!”.
Parece que a corrupção irá fazer o que a saúva não conseguiu. Não quero ser injusto com esse inseto, pois elas só se tornam terríveis depois de estabelecido um desequilíbrio ecológico, como sempre, pelo homem.
A ótima notícia é o povo tomar conhecimento do que acontece nas entranhas do poder e de toda essa lamaceira, mas os poderosos sempre tentam se livrar usando o próprio poder e mais corrupção. 
A imprensa tem tido um papel fundamental na elucidação e divulgação dessas mazelas, como um verdadeiro “quarto poder”, não deixando o assunto morrer o que esconderia as falcatruas.
Mas voltando as saúvas, coitadas! Não são páreo para as ratazanas travestidas de políticos que transformaram o Brasil num verdadeiro queijo suíço e querem posar como guardiões dos nossos impostos e necessidades básicas. 
As pessoas de bem deste país, que ainda são a maioria, não podem aceitar isso tudo.
As dores do parto diz-se serem insuportáveis. Talvez a verdadeira democracia brasileira esteja nascendo, mesmo a fórceps, pois é urgente uma REFORMA POLÍTICA séria para corrigir esse ralo que carrega para o esgoto as verbas da segurança, da saúde e da educação.

Artigo publicado no jornal A Tribuna de Guareí

Fonte: Blog "A Política em Pindorama", administrado por José Luiz.

29 de junho de 2008.

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