Não há mais crianças e nem brincadeiras.
De vez em quando, vejo as crianças brincando pelas calçadas ou pelas ruas, e sinto um aperto no coração.
Elas não brincam; ao contrário, se atacam, se chutam, se estapeiam, como que extravasando uma violência que parece vir da dor que habita no fundo das mazelas que presenciam constantemente dentro de sua própria casa, quiçá entre seus pais.
Nem crianças e nem brincadeiras existem mais.
Como é que pode acontecer de as pessoas esquecerem de dar atenção as suas crianças?
Como é que pode acontecer de as pessoas deixarem que essas crianças fortaleçam somente o instinto do bruto animal dentro de si?
Como é que pode acontecer de as pessoas copiarem as modas que seus artistas usam, buscarem prazeres nas drogas noturnas, pensarem só no que traduzem as mensagens que ouvem no rádio ou vêem na Internet, e não demonstrarem nenhum apreço pelos seus descendentes que precisam de cuidados e de educação todos os dias?
Como é que pode acontecer de a sociedade também calar-se ou então focar-se em movimentos diversos e de somenos importância?
E então cogito: - se as maldades mais absurdas estão sendo praticadas pelos seres humanos de hoje, o que presenciaremos do homem de amanhã?
Quem terá liberdade para viver num planeta como esse que será governado pelos meninos de hoje que não aprendem nem a brincar, nem a amar, nem a respeitar e valorizar seus semelhantes?
Quem viver, contará.
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