sábado, 27 de abril de 2013

PARA NIVALDO PEREIRA CONHECER DAS OBRAS DE FHC


A Soma e o Resto – Um Olhar Sobre a Vida aos 80 Anos(Civilização Brasileira), recente lançamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é um livro sobre reflexões políticas e pessoais do ex-presidente, gravadas em mais de 10 horas de conversa com Miguel Darcy de Oliveira.
O bate-papo com o amigo expõe a visão de Fernando Henrique sobre temas como a polêmica em torno da legalização das drogas, o sentido da vida, a espiritualidade, a morte e a relação com a família.
FHC já possui uma bibliografia extensa. Muito antes de ser eleito presidente, o sociólogo já tinha uma longa lista de livros publicados, iniciada na década de 1960, quando se dedicava a questões socioeconômicas e sobre desenvolvimento.
Dois anos depois de terminar a tese de doutorado sobre a escravidão, FHC lançou o livro Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico no Brasil, de 1964. 
Com a chegada da ditadura militar no Brasil, ele é exilado e se muda para o Chile. 
De lá, continua suas publicações como Cuestiones de Sociología del Desarrollo en América Latina, de 1968, e Mudanças Sociais na América Latina, de 1969. Até então, seus livros eram voltados para a área acadêmica e não tinham grande repercussão. 
Nesse mesmo ano, lança, ao lado de Enzo Faletto, seu primeiro livro de grande repercussão, Dependência e Desenvolvimento na América Latina
A essa altura, já era um pensador renomado tanto no Brasil quanto no exterior, onde, desde cedo, mantinha contato com intelectuais como Sartre, Roger Bastide, Alain Touraine, entre outros. 
É a partir da década de 70 que seus livros passam a abordar mais o universo político. 
A publicação América Latina: Ensayos de Interpretación Sociológico-Política marcaria o fim do seu exílio no Chile. 
De volta ao Brasil, ele passa a participar mais ativamente da política. 
O momento político do país inspirou o ex-presidente, que, até o final da década, lançou mais oito livros, como Política e Desenvolvimento em Sociedades Dependentes (1971); O Modelo Político Brasileiro e Outros Ensaios (1972); Os Partidos e as Eleições no Brasil, São Paulo 1975: Crescimento e Pobreza, Autoritarismo e Democratização, todos em 1975; e Amazônia: Expansão e Capitalismo (1977). 
Antes, em 1978, além de lançar Democracia Para Mudar, FHC se candidata a senador por São Paulo, mas não é eleito, e torna-se suplente do senador Franco Montoro. 
A década de 80 consolidou FHC como intelectual. É em 1980 que ele se filia ao PMDB – depois volta para o PSDB – e, três anos depois, assume uma cadeira no Senado, em um momento onde a campanha pelas Diretas Já, da qual ele foi um dos articuladores, ganhava força. 
São desse período livros como As Ideias e Seu Lugar: Ensaios Sobre as Teorias do Desenvolvimento(1980) e Perspectivas - Fernando Henrique Cardoso: Idéias e Atuação Política (1983). 
Em 1985, ano em que disputou a prefeitura de São Paulo – e tirou a fatídica foto posando já como eleito, na eleição que acabou vencida por Jânio Quadros – lançou A Democracia Necessária. 
Outro destaque é a publicação internacional The New Global Economy in The Information Age: Reflections on Our Changing World, de 1993, onde FHC está ao lado de nomes como Martin Carnoy, Manuel Castells e Stephen Cohen. 
Nesse ano, troca o ministério das Relações Exteriores pelo da Fazenda, no governo de Itamar Franco, no qual implantou o Plano Real. O ano ainda traria mais um lançamento: A Construção da Democracia, o último antes de FHC tornar-se presidente. 
Em 1994, FHC assumiu o posto de novo presidente da República. No primeiro mandato não houve tempo para publicações, ao contrário do segundo, onde, só no primeiro ano, em 1998, publicou três livros: Avança Brasil, O Mundo em Português – Um Diálogo e O Presidente Segundo o Sociólogo: Entrevista de Fernando Henrique Cardoso a Roberto Pompeu de Toledo. 
Longe de cargos políticos, mas ainda um personagem importante na política nacional, FHC continuou lançando livros no mercado internacional, como Charting a New Course: The Politics of Globalization and Social Transformation (2001) e The Accidental President of Brazil: a Memoir (2006), livro feito especialmente para o mercado americano e que traz prefácio assinado por Bill Clinton. 
Todos trazem um tom de memória e apontam caminhos para os próximos desafios, assim como seu novo livro A Soma e o Resto, ao trazer um tom esperançoso com relação ao futuro. 
Por Andréia Silva

E AÍ?
FHC MERECE OU NÃO MERECE TORNAR-SE IMORTAL?

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