Dona Ezilda Guedes ajeita a calçada abandonada.
Para que continue sempre fazendo isso, a Câmara de Vereadores de São Miguel Arcanjo lhe outorgou o título de "Cidadã Sãomiguelense" alguns anos atrás.
Obrigada, dona Ezilda!
QUEM É ESSA MULHER?
QUEM É ESSA MULHER?
A primeira entrevista com dona Ezilda Guedes foi feita no ano de 2.001 pelos repórteres - mirins Roni Válio Martins e Luiz Fernando Válio Ferreira, estudantes do EE "Nestor Fogaça" e do EE "Maria Elisa de Oliveira", respectivamente, em especial para a edição de lançamento do extinto jornal "Caminhos", projeto da Associação Casa do Sertanista.
Através da entrevista, ficamos sabendo que dona Ezilda Guedes nasceu em Quatá/SP no dia 21 de outubro de 1.935, filha de Benedito e Pedra Guedes.
Cabelos grisalhos, de fala mansa, foi mãe de 5 filhos (quatro adotados); 3 deles já são falecidos.
Veio para São Miguel e aqui fixou residência junto com o último filho adotado, o Paulo; a filha biológica mora em São Paulo e sempre que pode visita a mãe ou a mãe segue para lá.
Dona Ezilda estudou até a 5a. série do primeiro grau.
Na capital, onde residiu por muito tempo, trabalhou na Telesp e foi comerciante autônoma nas feiras livres.
É católica, adora a limpeza e, segundo preceitua, "louva a Deus catando lixo pelas ruas da cidade".
Às vezes, até carpe.
O terreno do Tula é o que lhe dá mais trabalho.
Sem muro, a dois quarteirões do Fórum local, sempre está com o mato alto.
Dona Ezilda já fez até uma calçada imaginária que contorna o terreno, principalmente na Rua Edwirges Monteiro, para que os transeuntes a utilizem sem perigo.
Acha-se recompensada por Deus quando sente o prazer de ver a cidade limpa.
Sobre as drogas, ela responde que não deveriam existir, mas como existem, tem - se que tentar fugir delas, porque "droga é uma sujeira que não dá para limpar no mundo".
Dona Ezilda tem um recado a dar para qualquer pessoa que já perdeu a vontade de viver:
- "Só vale a pena viver quando se tem um ideal pelo qual valha a pena morrer".
Dona Ezilda reside à Rua Campos Sales, 81, tem 76 anos de idade e é conhecida e querida por todos os seus vizinhos.
Tem problemas de saúde, mas continua fazendo o que se predispôs a fazer, contribuindo como pode pelo bem da cidade que escolheu para passar o resto de sua vida.
O título de Cidadã lhe foi outorgado pela Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo cinco anos depois dessa reportagem, através do projeto de Decreto Legislativo 144/2.006, do vereador Terra, que foi endossado por Paulo Ricardo da Silva, Marcos Ravagnani, Roseli Martinez Proença Dias, Antonio Alves Machado, Elias Rodrigues de Paula, Hélio Keichi Mori, José Alcides do Amaral e José Alexandre Mendes.
E quando o povo deveria ter comparecido em massa para homenagear uma pessoa do povo, ninguém esteve na Câmara Municipal para prestigiar tão prestativa e honrada senhora.
Povo é uma coisa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário