terça-feira, 30 de julho de 2013

"À ELVIRA"



Meu peito doe, e eu farto já da vida,
Na solidão procuro o meu descanso;
E sempre triste: mas jamais eu canso
De soletrar: "Elvira minha querida".

Elvira! Doce nome e tanto encanto
Distila Elvira do sorriso puro,
Que agora, Deus, eu mesmo não aturo
Viver sem teu sorriso rubro e santo.

Eu fui feliz, e agora vivo triste
Só esperando o fim da minha vida:
Eu fui ditoso quando a mim sorriste:
Cri no amor, palavra tão mentida. . .

Com o mesmo riso, a mim, mulher mentiste
Dando-me dupla dor, dobrada lida.

10/04/1.897
J. Gomes Porto

OBS: O quadro acima, de Guignard, chama-se "MOCINHA".

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