quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A VERDADE SOBRE O GÊNIO "CANTINFLAS"

Chamava-se  Fortino Mario Alfonso Moreno Reyes e era um joão-ninguém.
Nascido a 12 de agosto de 1911, teve 14 irmãos e era filho de um mísero funcionário dos Correios na Cidade do México.
O pai decidiu que ele seria médico e tudo fez para matriculá-lo numa Faculdade de Medicina.
Mas a verdade de Mario era outra: gostava muito mais de dançar e cantar do que debruçar-se em livros; assim, depois de dois anos, abandonou os estudos e foi trabalhar como trocador de ônibus, servente de salão de bilhar e até boxeador.
Aos 17 anos, entrou numa "carpa", onde começou a demonstrar seus dons de cantor e dançarino de tangos e, devido à falta do apresentador, certa vez, foi obrigado, pelo dono do local, a subir ao palco e dizer alguma coisa para o público que esperava os shows.
Mário gaguejou e gaguejou só coisas desconexas, pois estava em pânico, mas o povo gostou. 
Foi aplaudido. 
Virou mestre-de-cerimônias.
Tornou-se palhaço.
Já o nome "Cantinflas" só nasceu em fins dos anos 30, depois que se casou, em 1937, com a russa Valentina Zubareff, filha do seu patrão.
E nasceu de uma frase - " En la cantina, tu inflas!", que traduzida significa "Quando você bebe, fala grosso!", dita por alguém que estava na plateia, num noite em que ele se apresentava: da junção de sons, surgiu o nome CANTINFLAS, que começou a fazer parte da língua espanhola, tanto no verbo (significando falar muito), como no substantivo (palhaço afável).
Cantinflas foi descoberto por uma agência de publicidade e no ano de 1940 começou a fazer comerciais que se tornaram tão engraçados como os filmes de ficção.
Veio a fama.
Veio o cinema.
Aos 55 anos, tornou-se um dos atores mais bem pagos da América Latina; tinha seis carros, avião particular tipo Martin 404 que ele mesmo às vezes pilotava, cinco residências, incluindo uma luxuosa em Cidade do México e outra em Acapulco; fazenda em Panteje, etc.
No ano de 1966, perdeu a esposa para um câncer; teve apenas um filho com ela, o Mario Júnior.
Hoje diriam que Mario era bipolar.
Entristecia-se por algum tempo, depois tornava a reviver, entristecia-se de novo.
Era muito sensível, pouco sociável.
Desaparecia por longos tempos ou pelo menos até quando lhe retornasse a alegria no rosto.
Gostava de observar as coisas e as pessoas. 
Talvez esses atropelos de ânimo existissem pelo sangue meio índio, meio espanhol que ele carregava nas veias.
Mario Moreno participava de muitos espetáculos beneficentes durante todos os anos, às vezes atuando como toureiro humorístico.
Foi dos homens mais generosos do México: boa parte de sua renda anual ia para as obras de caridade.
Sustentava uma porção de famílias indigentes e patrocinou até projeto para construção de moradias para pobres em Granjas, na periferia da Cidade do México.
Faleceu em 1993 na mesma cidade onde nasceu.
Mario Moreno conheceu o Brasil pela primeira vez em 1951, quando foi recebido pelo então Presidente Getúlio Vargas.
Fonte: Beth Day, 1966.



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