Grandes obras da literatura mundial foram escritas por autores que se encontravam presos.
Outras foram planejadas durante anos de cadeia, ainda que só depois editadas.
É o caso de Memórias do Cárcere, do inesquecível Graciliano Ramos.
Ao ser posto em liberdade ele dispunha na memória do texto completo, com seus diversos capítulos, fruto de notas que tomava em variadas e nem sempre imaculadas folhas de papel.
Sendo assim, quem garante que José Dirceu não possa aproveitar seus anos de prisão para produzir um depoimento? Como o mundo anda para a frente e a tecnologia deu passos olímpicos, não haverá porque imaginá-lo num daqueles calabouços próprios das ditaduras, onde o condenado era posto a ferros, sem condições e até proibido de escrever.
Nada mais natural do que ao indigitado ex-ministro seja concedido o direito de dispor de um computador e de acionar o seu blog.
A ele e a todos os demais internos em qualquer presídio.
Se o resultado será uma obra prima ou redundará em parágrafos desimportantes, só os críticos dirão.
Carlos Chagas.
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