- Estou absolvido de todas, absolutamente todas as acusações. Estou inocentado de todas as delações. A ninguém é mais dado o direito, salvo por reiterada má fé, de dizer o contrário. Todavia, depois, de mais de duas décadas de expectativas e inquietações pelas injustiças a mim cometidas, cabe agora perguntar: quem poderá me devolver tudo aquilo que perdi, a começar pelo meu mandato presidencial? - questionou Collor.
Para o senador, o julgamento possui, em especial, "o mérito e a virtude de passar a limpo o país", no que se refere ao período que ele passou à frente da Presidência da República. Em sua opinião, este foi um dos períodos mais importantes da história da República, uma vez que "consolidou o processo de redemocratização política por meio da primeira eleição direta para presidente da República, após 25 anos de governo sob um estado de exceção".
A decisão do Supremo, a seu ver, permitirá mais do que o resgate da justiça e da imagem de um homem público. Propiciará, também, a "reflexão da sociedade em geral sobre a verdade dos fatos e, em particular, de uma geração de jovens, que tão somente ouviram inverdades ou estudaram em livros tendenciosos por versões falseadas".
Além da decisão unânime do Supremo de absolver o ex-presidente de todas as acusações ainda pendentes, o tribunal resolveu, por cinco votos a três, absolvê-lo, também no mérito, de outros dois crimes, mesmo em detrimento de sua prescrição.
- Ou seja, mesmo nesse caso, a maioria julgou pela absolvição completa ou, em outras palavras, não houve, nos 16 votos proferidos nas duas votações quanto às preliminares e quanto ao mérito, nenhum voto pela minha condenação em relação aos três crimes de que me acusava o Ministério Público. E não poderia ser diferente - afirmou Collor.
Fonte: Jornal do Senado.
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