terça-feira, 17 de junho de 2014

CAMINHANDO NA FÉ



Houve uma época em os homens amavam mais a Deus e, consequentemente, seus semelhantes. 
Bastava ouvir um toque de sino o mais plangente que as pessoas já estavam vestidas a rigor: os homens com seus ternos e chapéus, as mulheres carregando missal, hinário e véu que colocavam à cabeça, tão logo entravam na capela.
E, quando o santo padre assomava nos fundos, a caminho do altar, todo o interior do recinto se enchia de cheiros tão misteriosos quanto a própria vida.
Ninguém falava.
Todos se postavam no aguardo do mesmo ritual, que, de repente parecia magnífico.



Em dias de procissão, as pessoas descontraíam-se, riam umas às outras e das outras, porque dava até para confabularem. Os moços em idade de casar procuravam olhar furtivamente para as moças. Algumas correspondiam. 
Eram duas filas dispostas paralelamente ao longo das ruas, seguindo os andores coloridos e enfeitados com flores e tules, que seguiam pelo centro, levando as imagens de São Roque, São José, São Benedito, São Francisco, São Pedro, São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora das Neves, Santa Clara, Nossa Senhora de Fátima - tão linda!
Tantos santos e santas!
Santos e santas de todos os dias.   
A multidão entoava os hinos com tanto ardor e tanta fé que era difícil não acontecer milagres.



Ao final da procissão, as pessoas voltavam alegremente para suas casas. Comumente, 
durante algumas horas, ninguém que tivesse frequentado a missa abrisse a boca para maldizer ou blasfemar contra qualquer coisa.
Por falar em santo, hoje é dia de SÃO RANIERI DE PISA, que foi can
onizado pelo papa Alexandre III e proclamado padroeiro da cidade de Pisa, na Itália, e também DOS VIAJANTES.
As fotos acima são do acervo do Museu da Imigração.

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