terça-feira, 10 de junho de 2014

"O VINHO DE HEBE"

Interessante e intrigante este "CONEXÕES", filme produzido em 2012, onde um homem, pretendendo acabar com a vida de um outro homem que havia matado sua esposa e filha, seis anos atrás, decidiu marcar um encontro com ele.
De repente, enquanto espera a chegada do homicida no interior de uma lanchonete, eis que alguns bandidos adentram o local, atrás do dinheiro do proprietário.
Há mais pessoas ali, e, no terror da situação, elas passam a se conhecer; como presas numa grande teia, percebem então que estão conectadas e que o que acontecer ali vai afetar a todos.
Quando o assassino chega, o primeiro homem já se encontra baleado, pois também havia recebido um tiro de um dos bandidos que ele ferira.
Conexões?
Será que na realidade as pessoas se conectam para salvarem-se perante Deus?
Como entender isso? 
Existirá esse elo?
Não sei, mas também não descreio. 
O que sei é que encontrei um poema de Raimundo Correia, nascido em 1859 e morto em 1911, intitulado "O VINHO DE HEBE", e fiquei meio encafifada com essa tal de "conexão". Veja só! 
Hebe Camargo nasceu em 1929, dezoito anos depois da morte de Raimundo Correia. 
Pois parece que o poema foi feito para ela!


"O VINHO DE HEBE"  

Quando do Olimpo nos festins surgia
Hebe risonha, os deuses majestosos
Os copos estendiam-lhe, ruidosos,
E ela, passando, os copos lhes enchia...

A mocidade, assim, na rubra orgia
Da vida, alegre e pródiga de gozos,
Passa por nós, e nós também, sequiosos,
Nossa taça estendemos-lhe, vazia...

E o vinho do prazer em nossa taça
Verte-nos ela, verte-nos e passa...
Passa, e não torna atrás o seu caminho.

Nós chamamo-la em vão; em nossos lábios
Restam apenas tímidos ressábios,
Como recordação daquele vinho.


OBS: Na mitologia grega, Hebe era filha de Zeus e representava a juventude.
Não parece uma conexão?
Vai que nossa Hebe Camargo era muito mais velha do que nos fez acreditar!

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