terça-feira, 21 de outubro de 2014

JORGE SERRÃO COMENTA...

terça-feira, 21 de outubro de 2014


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net

O comando de campanha de Dilma Rousseff projeta que ela se reelege com uma vantagem de três milhões e três milhões e quinhentos mil votos sobre Aécio Neves. Na avaliação de grandes consultorias internacionais de marketing político, Aécio perdeu milhões de votos em Minas Gerais (graças aos focados ataques do PT questionando sua gestão no Palácio da Liberdade) e em São Paulo (por causa da crise hídrica, na qual o PT jogou a culpa no governo do PSDB, aproveitando que o corte de água já afeta pelo menos 60% dos paulistanos).
Voltaram a avacalhar o cenário as pesquisas amestradas (as mesmas que erraram os resultados finais no primeiro turno, mas conseguiram cumprir a função de induzir o voto do eleitor menos esclarecido, que sempre acompanha quem é vendido com mais chance de ganhar). Outro sinal do poder nazicomunopetralha – que pode confirmar a numerologia da previsão eleitoral deles – foi o anúncio da troca do sistema das urnas eletrônicas do primeiro turno, sob o pretexto de garantir ainda mais segurança no segundo turno. O debate de sexta-feira à noite, na Rede Globo, não deve alterar o quadro.
O acirramento de tensão entre as candidaturas teria gerado um aumento das intenções de voto brancos e nulos – o que favorece Dilma. Aécio precisava ampliar sua base de votos em São Paulo e Minas Gerais para vencer. Embora não exista teoria do fato consumado, os marketeiros petralhas comemoram o êxito da chamada “Estratégia do Medo” executada pela militância profissional nas redes sociais e nas periferias de grandes centros urbanos e nas cidades menores do Norte-Nordeste. A propaganda nas ruas, na mídia amestrada pelas verbas oficiais e no horário eleitoral “gratuito” do rádio e televisão desconstruiu a imagem de Aécio Neves, desmoralizou pessoalmente o adversário-inimigo e vendeu o temor de que os tucanos acabariam com as “bolsas”.
Entre as várias calúnias, injúrias e difamações petistas, a que mais colou foi a de que Aécio Neves agride as mulheres. Também teve adesão na classe média o suposto desregramento do mineiro com bebidas ou drogas. Os (de)formadores de opinião petralhas repetiram tais argumentos à exaustão, nas redes sociais e nos incitadores de conversas políticas em locais públicos. Na periferia de São Paulo, cinco mil “jovens” concentrados ontem à noite em uma praça (para passar a noção imagética de superlotação e da força da multidão em favor do PT, nos melhores moldes do nazicomunismo), Dilma voltou a explorar os tais “pontos fracos” de Aécio, falando em terceira pessoa:
“Esse rapaz (Aécio) não teve educação de berço para respeitar as mulheres. E, sobretudo, uma presidente, mãe e avó. Esse cidadão agrediu, com seu cinismo, tentando deixar Dilma temerosa. Nunca uma eleição teve aspectos tão agressivos como esta. A agressividade começou com uma sistemática divulgação de inverdades distorcidas. Essa guerra de informações distorceu os fatos”.
Já apostando fialmente na vitória de domingo, o chefão Luiz Inácio Lula da Silva já deu o tom ideológico do segundo mandato de Dilma (e quarto seguido do PT): a tal mídia hegemônica será atacada até ser desmontada. O alvo principal da sempre alardeada “democratização dos meios de comunicação” será a Rede Globo – que deve ser alvo de uma cobrança violenta de impostos pela Receita Federal. Mesma situação que deve ser experimentada pelo Banco Itaú...
Ontem, no comício da Zona Leste de São Paulo, Lula já atacou diretamente dois jornalistas globais: William Bonner e Miriam Leitão (simpatizante de esquerda, até outro dia amada pelos petistas): “Daqui para frente é a Miriam Leitão falando mal da Dilma na televisão, e a gente falando bem dela (Dilma) na periferia. É o (William) Bonner falando mal dela no Jornal Nacional, e a gente falando bem dela em casa. Agora somos nós contra eles”.
O tal “nós contra eles” proclamado por Lula será o grande desastre de um governo desmoralizado e que conta com a efetiva oposição de mais da metade do eleitorado, caso a conta também inclua os que não votam, de jeito algum, nem na situação ou na oposição. Os problemas na economia – que não dependem apenas de soluções adotadas aqui dentro – e as denúncias de corrupção (que tendem ao agravamento) deixam Dilma sem a mínima condição moral de continuar governando. Novamente, ela terá de submeter a acordos complicadíssimos para manter a base aliada no Congresso – o que tende a alimentar a onda de corrupção com a cobiça por cargos para afilhados políticos e com os pedidos para participar dos vários mensalões (em vigor ou a serem criados).
A aposta de analistas do exterior é com um quadro institucional instável em um eventual e quase certo governo Dilma Rousseff. As condições de governabilidade devem ser as mais baixas desde 1985, quando os militares deixaram o Palácio do Planalto pela garagem para não passar a faixa presidencial a José Sarney (beneficiado pela súbida morte de Tancredo Neves, avô do Aécio). Neste cenário, a aposta é na radicalização dos segmentos petistas contra os classificados de inimigos: a imprensa de oposição deve experimentar um clima “bolivariano” contra a liberdade que é imposto na Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador.
Todos corremos o risco de vivenciar a Maldição de Bruzundanga – imposta pela ignorância da maioria de um eleitorado sem noção e condição econômica de sustentação sem os favores ou promessas clientelistas da corrupta máquina estatal. Quem pode se mudar para Miami terá uma vida maravilhosa... Quem não pode... se sacode... Como bem previram os petralhas, “o bicho vai pegar”... O Triunfo da Vontade nazicomunopetralha terá um custo muito alto para o Brasil – que permanecerá na Vanguarda do Atraso político, econômico e cultural.

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