segunda-feira, 3 de novembro de 2014

"ÀS PORTAS DA CIÊNCIA"


Que importa o que se diz. As velhas teorias
Estão cheias de pó, corroídas pela traça;
Pertenço à geração moderna destes dias,
Meu cérebro evolui, minha alma a ciência abraça!

Permitam-me que pense e cerre às fantasias
Meu coração. Sou livre e tudo me embaraça!
Prendem-me às tradições, roubam-me as energias
E às idéias irreais mandam-me erguer a taça!

É frágil a mulher; num momento impensado,
Sem o temor de um Deus, dos pais ou dos amigos
Interna-se na noite escura do pecado”.

Ó deixem-me lutar, se querem ver e crer;
Por entre as multidões, em meio dos perigos
Mais duradouro se ergue o templo do Dever!

Soneto de Alzira Reis, nos anos 1913, publicado num dos exemplares da revista “Vita”.

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