A Júlio Ribeiro:
"FRUCTO PROHIBIDO"
Quando os primeiros paes na innocente cegueira
Gosavam de um viver pacifico, innocente,
Demônio, isto é o Amor—fórma de uma serpente—
Dentre as flôres tentou a nossa mãe primeira.
Eva, disse a fatal, perfida conselheira,
Tens carinho na voz, o teu olhar ardente
Queima e derrete os céos, teu beijo é omnipotente,
Manda ao homem colher os teus fructos, fructeira.
Eva chega-se a Adão: Homem, beija-me a bocca !
Eu ouvi a serpente, ella deixou-me louca...
Tudo que é meu é teu... a curva sensual...
Elle vacilla e cáe; ella o sustém cabido...
E comeram assim do fructo prohibido...
O' sciencia do Bem ! ó delicia do Mal!
E a Assis Pacheco Netto: "
A FOLHA DE PARREIRA"
E o Senhor apparece : —Adão, por onde
Andas occulto, sob esse arvoredo,
Porque buscas das arvores a fronde?
Adão, Adão, porque é que tu tens medo?
« Estou nú, meu Senhor, Adão responde,
Nós comemos do fructo do segredo,
Eva, Senhor, vêde é quem mais se esconde...»
O Senhor desconhece a obra do seu dedo.
Eva mais criminosa e peccadora,
Atraz dos hombros do marido sente.
Cega, tremendo, a vista indagadora...
E esconde para que o Senhor não veja
Sob os cabellos o seu rosto quente,
Lindo e vermelho como uma cereja !
Autor: EMILIANO PERNETTA.
Extraído do mesmo extinto jornal da postagem anterior.
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