terça-feira, 25 de novembro de 2014

INDIGNAÇÃO E VERGONHA



Fiquei indignada com a notícia que a Tv Tem propalou à meia-boca no último dia 15.
A redação deve ter conversado com alguém por telefone que relatou sobre o ocorrido.
Como sempre acontece em São Miguel Arcanjo, as pessoas vão repassando o que ouvem dizer; ninguém sabe ao certo como as coisas acontecem e muito menos como terminam. 
O povo tem que permanecer no escuro.
Tudo tem de parecer que é fofoca, porque o número de policiais sempre foi bastante reduzido no município.  
Por medo, quando sua empresa é assaltada, muitos comerciantes nem fazem B.O.  
Mas como pode?
Um comerciante que tem história, que vive do próprio trabalho, que sempre foi digno em tudo o que fez e ainda faz, e de repente quase ter sido morto por um trio que entrou no seu comércio, rendeu a sua vida, roubou seu relógio, subtraiu 100 reais do caixa e ainda lhe deu uma surra que vai deixá-lo marcado para o resto da vida?
Onde vai parar a dignidade de uma pessoa cuja família sempre pautou por bons exemplos?
Que dizer de uma cidade cujos antepassados seus ajudaram a construir?
De que valeu o orgulho do pai, o empresário libanês Abdala Jabur, que no século passado fora dono de uma loja de fazendas, calçados, roupas feitas, chapéus, armarinhos, aqui em São Miguel Arcanjo, loja essa que estava inscrita na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo sob o número UM?
Abdala, que gostava de cantar e, com sua bela voz nunca deixou que a colônia sírio-libanesa se esquecesse das músicas de sua terra natal.
Abdala que se casou primeiramente com Ana Ibrahim, tendo seis filhos com ela. Com o falecimento desta, casou-se com Dulce Monteiro, em 1931, que ajudou na criação dos filhos de Ana e também teve os seus, um deles, o filho Jorge. Dulce era filha de Altina Arnóbio Monteiro. Gente da nata acorreu ao casamento de ambos; os atos civil e religioso aconteceram na residência de Abdala, sendo paraninfados por João Paulino da Silva e Antenor Moreira Silvério, da parte da noiva, e por João Brisola Duarte e José Pedro Stransburg Júnior, da parte do noivo. A festa foi regada a chop, refrescos e doces em profusão.
Abdala, que um dia, para alegrar o lugar em que morava e criava seus filhos, ousou fazer uma coisa que ninguém mais fez: num terreno de sua propriedade, captou água de um córrego e construiu, às suas expensas, uma piscina olímpica com vestiários, banheiros, gramados, etc., vindo a falecer em 1967, creio que bastante feliz.
A foto acima está estampada na página 18 do livro "CINEMA PARAÍSO", de autoria do confrade Miguel França de Mattos. 
É a família de Abdala Jabur, aqui, sentado ao lado da segunda esposa, Dulce Monteiro, mãe de Jorge.
As crianças são filhos de Fadel.
No alto: Nadim, Jorge e Jamil Jabur.
No centro, a partir da esquerda: Wadih Hakim com a esposa Glorinha Jabur, irmã de Jorge; Abrão Hakim com a esposa Lola Jabur, Fádua e o esposo Jaburzinho, Nassim, Futina, Nadima e o esposo Fadel.
A senhora mais idosa é a sogra de Abdala, mãe de José Ibrahim, avó do Jorge Jabur, que era conhecida como Citfuda.
A foto original é uma relíquia muito bem guardada por Sônia Galvão.

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