Negro,
Que bate no peito e a boca não sangra,
Que tem força, pujança, mistério e beleza,
Temor e recato, ânimo e maldade.
Negro,
Parente de ninguém,
Simplesmente negro.
Se é para chorar, ensaia-o rindo;
Se é para ser feliz, ele faz um samba.
E rodopia, cada vez que adoece,
Procurando seus Guias.
Negro,
Que tem a luz do sol nos olhos perdida
E a noite em seu semblante se fecha carregada.
Negro,
Cuja pele ao sol não se machuca.
Negro,
Que tem no corpo o cheiro da terra
E não enfraquece
Onde o branco vacila.
Autora: Luiza Válio.
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