sábado, 27 de dezembro de 2014

CORES DO CÉU E DA ALMA EM MINHA TERRA

































Há dias em que me sinto criança e gosto dessa sensação.
O que não gosto é de sentir-me como se fora dominó.
Na primeira situação, vou dizer uma coisa: a imensidão celeste me perturba. Tenho muito medo do que está acima de minha cabeça, independendo de mim, porque na certa haverá alguma coisa lá, na espreita. Não é possível que não haja mais nada nesse vácuo perdido! Se não monstros, quem morará no infinito?
Já a segunda percepção é a sensação das mais tristes. No cômputo geral, ser manejado como uma peça de dominó, à mercê dos governantes, ser um número sem validade, uma causa descalça, estar num caminho sem bússola, ter um sonho na alma sem tempero para florescer, ser um trapo, um nada, um cisne na jaula.
Do céu fenomenal, posso até esconder-me. Mas do efeito dominó, quem poderá me salvar?

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