quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

GERALDO VANDRÉ, POETA E CANTADOR.


















Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, o conhecido Geraldo Vandré, filho de José Vandregísilo de Araújo Dias, nasceu na capital de Pernambuco em 12 de setembro de 1935.
Neste 2015, torna-se, um octogenário.
Quando completou 16 anos, já morava com a família no Rio. Foi então que percebeu que o mundo da música lhe fascinava. Queria cantar; por isso mudou de nome, passando a utilizar o pseudônimo Carlos Dias e aventurou-se pelas rádios cariocas.
Em 1955, defendeu a canção Menina, de Carlos Lyra, em concurso musical promovido pela TV Rio.
Decidiu estudar Direito na Universidade do Distrito Federal, onde participou do CPC, na UNE, talvez por influência de Carlos Lyra, que se tornou amigo e parceiro. 
Em 1960, muda o nome para Geraldo Vandré e começa a participar de movimentos musicais em São Paulo, a maioria deles no Teatro Record. Contratado pela RGE, gravou as músicas "Quem quiser encontrar o amor", composição em parceria com Carlos Lyra, e "Sonho de amor e paz", de Baden e Vinícius. Compôs a letra para a música "Rosa flor", de Baden Powell e outras.
Contratado pela TV Tupi, onde fica um ano, muda-se para São Paulo. Faz 
dupla com Ana Lúcia e grava "Samba em prelúdio", de Baden Powell e Vinícius de Moraes, que se tornou sucesso.
Veio o golpe militar. 
Vandré compõe: "Canção nordestina" e "Fica mal com Deus", para o primeiro LP, em 1964. 
Um ano depois, o segundo LP, que inclui "Asa branca", de Luis Gonzaga e "Sonho de Carnaval", de Chico Buarque.
Convidado pelo cineasta Roberto Santos, compõe a trilha sonora do filme "A hora e a vez de Augusto Matraga".
Em 1966, venceu o II Festival Nacional de MPB da TV Excelsior, com a música "Porta-estandarte". 
Veio o terceiro LP, "Cinco anos de canção". 
Também em 1966, com sua música "Disparada", interpretada por Jair Rodrigues, Vandré empata em primeiro lugar com "A Banda", de Chico Buarque no no Festival da TV Record. No ano de 1968 "Caminhando (Pra Não Dizer que Não Falei de Flores)" conquista o segundo lugar no festival da TV Globo, apesar de ser favorita do público, perdendo para "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim. 
O quarto LP foi "Canto Geral". 
Com a promulgação do AI-5 e o acirramento da ditadura, com medo de ter que lutar por alguma coisa maior, fugiu do país para girar durante quatro anos pelo mundo: Chile, França, Argélia, Alemanha, Áustria, Grécia e Bulgária.
Desde 1968, não mais se apresentou no Brasil, vindo a fazê-lo no Paraguai em 1982 e 1985.
O quinto LP foi gravado em 1973, quando voltou do exílio em que esteve por livre vontade.
Desfez casamento, usou haxixe e foi preso por isso, mas nunca foi torturado por ditadura nenhuma.
Nos anos 1980 escreveu o poema "Fabiana", em homenagem à Força Aérea Brasileira.

"FABIANA"

Desde os tempos distantes de criança
Numa força sem par do pensamento,
Tem sentido infinito e resultante
Do que sempre será meu sentimento;
Todo teu, todo amor e encantamento,
Vertente, resplendor e firmamento.
Vive em tuas asas, todo o meu viver;
Meu sonhar marinho, todo amanhecer.
Como a flor do melhor entendimento,
A certeza que nunca me faltou,
Na firmeza do teu querer bastante,
Seja perto ou distante é meu sustento;
De lamentos nao vive o que é querente
Do teu ser, no passado e no presente.
Vive em tuas asas, todo meu viver;
Meu sonhar marinho, todo amanhecer
Do futuro direi que sabem gentes,
De todos os rincões e continentes,
Que só tu sabes do meu querer silente,
Porque só tu soubeste, enquanto infante,
Das luzes do luzir mais reluzente,
Pertencer ao meu ser mais permanente.
Vive em tuas asas, todo o meu viver;
Meu sonhar marinho, todo amanhecer.

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