Escrita por Euclides José Teixeira Neto, que foi prefeito em Ipiaú de abril de 1963 a abril de 1967.
Onde fica isso?
Região de grandes matas, habitada por indígenas da tribo Tapuia, era procurada, com frequência, por criminosos e aventureiros. Daí o primitivo nome de Rapatição, topônimo que significava "roubo de tições", ou, segundo outra versão. "barulho ou desordem'' quando o tição foi usado como arma.
Por volta de 1913, Raimundo dos Santos veio localizar-se na região que hoje constitui a vila de Ibirataia (ex-Tesouras), então habitada por duas mulheres e um foragido de Castro Alves. Nas cercanias havia, ainda, duas ou três fazendas de plantações de cacau.
Praticando, também, a lavoura cacaueira, Raimundo dos Santos vendia a produção local aos que por ali transitavam. Em 1916, prevendo o desenvolvimento da região, foi a Camamu, onde conseguiu a criação de um Distrito de Paz no povoado, não com a denominação que pretendia (Rio Novo), mas com a de Alfredo Martins.
A excelência do solo para a cultura cacaueira conduziu para a região novas levas de colonizadores.
A parte norte foi povoada por habitantes da região se rtaneja, principalmente de Jequié e Nossa Senhora da Conquista; a parte sul, de desbravamento mais antigo, provavelmente foi atingida por habitantes de Ilhéus, ao subirem o Rio das Contas em busca de novas terras para o plantio de cacau; a parte leste teria recebido povoadores oriundos de Camamu e Santarém.
Os primeiros movimentos referentes à emancipação da vila datam de 1924, quando o distrito estava em franca prosperidade, possuindo até 1 jornal (passou a sede à categoria de subprefeitura com o nome de Rio Novo em 1930).
Pelo Decreto estadual n.° 7 455, de 23 de junho de 1931, o distrito foi desmembrado do Município de Camamu e anexado ao de Jequié, fato confirmado por outro decreto estadual, o de n.° 7479, de 8 de julho de 1931.
O Decreto estadual n.° 8 725, de dezembro de 1933, elevou Rio Novo à categoria de vila e criou o Município do mesmo nome, com território desmembrado de Jequié.
A nova comuna passou a denominar-se Ipiaú, em virtude do Decreto-lei estadual n.° 141, retificado pelo Decreto estadual n.° 12 978, de 1.° de junho de 1944.
Em 1950, Ipiaú figurava com os distritos de Barra do Rocha, Ibirataia e Ubatã, além da sede.
Em 1952, a Lei estadual n.° 514 elevou o distrito de Ubatã à categoria de Município: em 1953, foi criado o distrito de Algodão.
Segundo o quadro administrativo, vigente em 1.° de janeiro de 1958, Ipiaú compõe-se das seguintes unidades: Ipiaú, Algodão, Barra do Rocha e Ibirataia.
Assim diz a história sobre o lugar.
Mas não é isso que interessa tanto no livro em questão e, sim, a simplicidade de 11 mandamentos "criados" pelo autor que fazem com que a obra seja digna de figurar, nem que seja a única, na mesinha de cabeceira de todos os prefeitos que amam ao menos um pouquinho a cidade que gerenciam.
Vamos aos mandamentos:
I. Atenda ao povo como você fazia antes das eleições. Veja nos olhos das velhas e das crianças necessitadas a súplica de sua mãe e de seus filhos;
II. Entre o correligionário inepto e o adversário capaz e probo, prefira este para auxiliá-lo. E lembre-se que o pior adversário político do município é preferível ao melhor correligionário de fora;
III. Não pense em agradar: procure fazer o justo;
IV. O povo é um gênio que tem incontáveis olhos e ouvidos;
V. Não espere a unanimidade da opinião pública. Agindo certo, você convencerá a maioria;
VI. O maior inimigo do prefeito é o adulador;
VII. Quando tiver de efetuar gastos públicos, imagine se você o faria se o dinheiro saísse do seu bolso;
VIII. Bom governo é o que faz o povo alegre, com trabalho para todos;
IX. Ouça todos: você descobrirá que o povo é muito mais sábio que você;
X. O prefeito livre e sadio de consciência não odeia nem persegue. Só os deformados mentais pensam em vingança;
XI. Se você concede o favor público injustamente, o beneficiado ficará satisfeito algum tempo, mas perderá a confiança em você. Se você nega, ele não gosta, mas o respeitará para sempre.
De parabéns o Euclides José Teixeira Neto.
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