O Arquivo Público Histórico de Rio Claro atenta para o ato de se aprender a ouvir as histórias que não podem ficar esquecidas ao expor sobre o projeto Conversa Griô que tem como proposta aproximar a comunidade de uma história que não está escrita nos livros, pois está apoiada na tradição oral.
As raízes brasileiras que vieram da África estão presentes em quase tudo que é vivenciado hoje. Muitas dessas presenças foram transmitidas oralmente e foram incorporadas na cultura afro-brasileira.
Entende-se por GRIÔ aquela pessoa que, pela experiência vivida na família e na comunidade, desempenha o papel de agente cultural, transmitindo oralmente valores, costumes e tradições aos seus descendentes e ao grupo, constituindo um elemento central na cultura afro-brasileira.
Entre os negros e negras griôs, isso já acontece de outra forma. Saber da vida dos ancestrais, aprender a cuidar dos velhos e das crianças, aprender a história daquele povo, não deixar a memória se perder. São genealogistas, contadores de história, músicos e poetas populares, agentes de cultura sem bancos escolares.
As narrativas sobre o modo de vida, sobre as experiências vividas e concepções de mundo estão presentes nas falas de personagens vivos sobre suas histórias passadas – o papel da memória cumpre a função de aproximar o cotidiano, da História.
A escola de samba carioca Beija-Flor neste ano trouxe o enredo intitulado "UM GRIÔ CONTA A HISTÓRIA: UM OLHAR SOBRE A ÁFRICA E O DESPERTAR DA GUINÉ EQUATORIAL. CAMINHEMOS SOBRE A TRILHA DE NOSSA FELICIDADE".
Por que a polêmica que isso gerou junto à Mídia?
O principal problema seria o financiamento, uma soma entre R$ 5 a R$ 10 milhões, que teriam sido doados pelo presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.
No poder há mais de 35 anos, ele é o líder há mais tempo à frente de um país africano e seu currículo, segundo a ONG Anistia Internacional, acumula uma extensa lista de acusações de violações de direitos humanos, desde execuções extrajudiciais, tortura, prisões arbitrárias e repressão violenta a protestos.
De acordo com um ranking da revista Forbes, Obiang seria o oitavo líder mais rico do mundo, com fortuna oficial estimada em US$ 600 milhões (R$ 1,7 bilhão).
A população do país, no entanto, é uma das mais pobres da África, e tem acesso a muito pouco da riqueza nacional, originária sobretudo da extração de petróleo.
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