segunda-feira, 23 de março de 2015

AINDA SOMOS O PAÍS DO FUTURO, PORQUANTO NÃO SABEMOS O QUE SERÁ DO NOSSO AMANHÃ!

“O Brasil está em crise” é a primeira frase de editorial do Financial Times publicado nesta segunda-feira (23), e a situação, na avaliação do jornal britânico, vai piorar antes de melhorar. 
Apesar da previsão pouco animadora, a publicação reconhece que o país está distante do quadro de hiperinflação e que suas instituições seguem estáveis, sobretudo o Judiciário.
O editorial citou as manifestações de 15 de março, o racionamento de água após a seca que reduziu reservatórios no Sudeste, o escândalo de corrupção na Petrobras e a previsão de que a economia terá recessão em 2014 e 2015, pior desempenho desde 1931. 
“Os índices de aprovação de Dilma Rousseff já caíram para 13%. Parece que foi ontem que o país festejava boas novas. A queda foi espetacular. Infelizmente, a situação está suscetível a piorar ainda mais”, escreveu o jornal, em trecho reproduzido por O Estado de S. Paulo.
O crescimento da economia brasileira registrada nos últimos anos foi resultado de “esteroides”, argumentou o Financial Times, como superciclo das commodities e boom do crédito na economia doméstica. Os benefícios foram aproveitados “sem disciplina”, e agora “o processo está acontecendo em marcha à ré”.
"O governo, que está há 12 anos no poder, culpou fatores externos. Mas a confusão é em grande parte de autoria do próprio Brasil. Para um contraponto é só olhar para os vizinhos orientados aos mercados voltados para o Pacífico, como o Chile, Colômbia e Peru. Eles aproveitaram boom de crédito e commodities semelhante, mas sem essa ressaca. Essas economias ainda estão crescendo rápido", disse o FT.
Apesar de todos os aspectos negativos lembrados, a publicação ponderou que nem tudo é “totalmente ruim para o Brasil”. A hiperinflação ainda está distante, e instituições “estão se segurando”, uma referência às prisões e condenações de diversos políticos de alto escalão no mensalão. 
Eventual prisão de Eike Batista hoje seria “impensável há alguns anos, quando a impunidade reinava”, de acordo com o FT. 
“É uma espécie de progresso para o 'País do futuro', como diz o clichê. Acima de tudo, isso significa que o Brasil ainda tem um".

RCN

Revista Época

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