domingo, 17 de maio de 2015

CACHORRO ENROSCADO NA GRADE DA CASA DO CARLOS TERRA

Muitas pessoas fugiriam.
Ou por medo que o cachorro as mordesse ( animal machucado fica feroz) ou porque, na ânsia do momento, sem saber como fazer para livrá-lo, acabassem machucando ainda mais o pobre animal.
Isso aconteceu na noite fria de sábado, em São Miguel Arcanjo.
Tão logo saíamos da missa, minhas irmãs e eu, pouco mais de nove horas, aguardávamos a condução que nos pegaria atrás da igreja matriz, quando, de repente, um cachorro começou a uivar, a soltar gritos lancinantes de dor.
Pensamos que teria sido atropelado, já que ali tem um farol, mas não: estava lá com uma das patas dianteiras enfiada na grade da casa do Carlos Terra. 
Com certeza havia subido nela para alcançar uma sacola plástica que na certa conteria alguma coisa para comer, mas o objetivo não foi alcançado e ele acabou com a pata presa.
Os gritos do cachorro eram tão dolorosos que seus "amigos" - uns três ou mais cachorros também de rua - chegaram junto dele e começaram a latir desesperadamente, correndo de uma para a outra calçada.
Algumas pessoas que passavam por ali, tapavam os ouvidos e continuaram andando. 
De nossa parte, ficamos ali olhando, sem ação.
Até que, de repente, o farol fechou; alguém saiu de dentro de um carro, mas nesse momento já chegara perto do cachorro um outro rapaz. Com o frio que fazia, ele arrancou o blusão, trazendo junto a camiseta, enfiou tudo na boca do cachorro e, num minutinho o animal se viu solto e saiu, mancando um pouco, para o outro lado da calçada onde os "amigos" o aguardavam.
Não sabemos quem era o rapaz, mas MERECE MUITO RESPEITO.
Nesse momento, nosso carro chegou, o farol abriu e fomos embora para casa bastante enternecidos por vislumbrar de um lado a amizade entre os animais e de outro lado a coragem e a presença de espírito do rapaz que "salvou" o cachorro que, por mais os pecados, ainda era preto e branco, bem parecido com o da foto acima.

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