domingo, 26 de julho de 2015

AMÉLIA AUGUSTA DO SACRAMENTO RODRIGUES

Mais conhecida como Amélia Rodrigues, foi notável poetisa, professora emérita, escritora consagrada, teatróloga, legítimo expoente cultural das Letras na Bahia.
Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues nasceu na Fazenda Campos, freguesia de Oliveira dos Campinhos, Município de Santo Amaro da Purificação, no Estado da Bahia, em 26 de maio de 1861, filha de Felix Rodrigues e Maria Raquelina Rodrigues.
Sua vocação para o magistério era inata. A par disso matriculou-se no Colégio mantido pela professora Cândida Álvares dos Santos e começou a lecionar no Arraial da Lapa.
Em 1891, pelo seu amor à causa do ensino, conquistou mais uma vitória. Diante de sua capacidade ímpar na tarefa de ensinar, pelo grande conceito na comunidade, foi transferida para Salvador, sendo lotada na Escola Central do bairro Santo Antonio.
Quando de sua aposentadoria, foi difícil ficar repousando. O seu ideal de ensinar continuava vivo. Recuperadas as suas energias, retornou ao Magistério, de forma ainda mais marcante. Nessa oportunidade foi responsável pela fundação do Instituto Maternal "Maria Auxiliadora", que mais tarde transformou-se na "Ação dos Expostos".
Aproveitando o tempo disponível, dedicou-se à literatura e ao jornalismo, colaborando em publicações religiosas, entre as quais: "O Mensageiro da Fé". Depois, na revista " A Paladina" e, mais tarde, em " A Voz"; escreveu algumas peças teatrais, entre as quais "Fausta" e "A Natividade"; colaborou ainda com poesias: "Religiosa Clarisse" e "Bem me Queres" e escreveu obras para literatura infantil, didáticas e romances.
Amélia Rodrigues faleceu em Salvador, com 65 anos de idade.
De sua lavra o poema a seguir, que vi publicado no periódico "Álbum das Meninas", no início de 1910, que já retratava um vício que até hoje é o maior atraso do Brasil: crianças e adolescentes que vagabundeiam pelas suas ruas.
 
"O VAGABUNDO"
 
O dia inteiro pelas ruas anda
Enxovalhado, roto, indiferente:
Mãos aos bolsos, olhar impertinente,
Um machucado chapeuzinho à banda.
 
Cigarro à boca, modos de quem manda,
Um dandi de misérias alegremente,
A procurar ocasião somente
Em que as tendências bélicas expanda.
 
E tem doze anos só! Uma corola
De flor mal desabrochada! Ao desditoso
Quem faz a grande, e peregrina esmola
 
De arrancá-lo a esse trilho perigoso,
De atirá-lo pros bancos de uma escola?!
- Do vagabundo faz-se o criminoso!...
 

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