quinta-feira, 17 de setembro de 2015

POR FALAR EM ADOLESCENTES...

Semana passada, passei em frente ao imóvel onde funcionava a Secretaria de Educação, em São Miguel Arcanjo, à Rua Campos Sales, 372, propriedade da Associação Cultural e Recreativa São-miguelense (colônia japonesa), por simples curiosidade. 
Queria saber por que é que a prefeitura ainda não devolveu o prédio que alugava aos japoneses.
Claro que depois do que vi, creio que vai ser preciso um tempo para reformar tudo antes de devolver o imóvel.
Quando cheguei à porta, um barulho medonho vinha lá de dentro: era apenas uns rapazes brincando com extintores de incêndio, na maior farra.
Vizinhos me disseram que o local está se transformando num clube infantojuvenil; que dias atrás, uma menina foi atacada por dois moleques quando usava o banheiro.
Nas segundas, quartas e sextas, tem uma senhora que fica por ali, na coordenação, "a dona Cidinha, que é assistente social", disseram. 
Mas ela vem ali só para olhar, não tem projeto nenhum, como alegam.
Outra pessoa que também se diz responsável pelo projeto inexistente é uma psicopedagoga; não obtive o nome dela.
As crianças e adolescentes que frequentam o local são tipicamente problemáticos que não gostam de estudar, que são discriminados na escola e pela sociedade, levando-se em conta que nem a família lhes dá crédito. Existe uma sala que usam para tocar violão, outra para jogar xadrez, tem até computador para saber-se lá acessarem o que...
Quem conhece a senhora assistente social, dona Cidinha, sabe que ela é da opinião que o jovem tem que ser livre. 
Claro, dona Cidinha, livre para aprender a ser útil, livre para aprender a cavar seu espaço, livre para tentar mil maneiras de construir um futuro e, claro, afastar-se das drogas.
Que tal, dona Cidinha, assessorar essa meninada que não vem de um mundo de sonhos a aprender coisas básicas para sobreviver? 
Levá-los a parar de sonhar, porque o sonho só leva ao caminho da perdição quando não se realiza a contento.
Parar com esse mundo de mentiras, porque, afinal essa meninada carente e discriminada, como dizem, só serve para dar emprego, e a senhora sabe disso.
Urge que pensem num trabalho manual, que faz muito bem para os que tem cuca leve; o resto é baboseira de gente que se diz civilizada num Brasil que já perdeu há muito tempo o caminho da boa educação e da boa cultura.
Ademais, vivemos num município que não traz oportunidade nenhuma para gente estudada, que dirá para quem não se liga em caneta e livros, não é mesmo?
Oxalá se resolva a situação dessa molecada antes que o prédio seja depredado. 

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