Nem faz mal que as flores do ipê
já se foram há algum tempo,
jogadas pelos ventos de algumas madrugadas.
Minha delícia resume-se em olhar
para o tapete amarelo esparramado no chão do quintal
que me faz lembrar do olhar de minha mãe,
das mãos de minha mãe,
estas tão pequenas,
porém seguras, ágeis e precisas
no acariciar a antiga muda
do hoje alto e soberano exemplar.
Basta um dia, basta um só dia
para eu cantar glórias a minha saudosa mãe.
Depois das chuvas,
mas ainda dentro da estação,
a primavera vem com tudo.
E, num vigor próprio dela,
da juventude que vem com ela,
vai refortalecendo as árvores,
vais reencorpando os galhos
para agasalhar as flores
e servir de ninho às aves que aportam por aqui.
Tão linda é a primavera!
Nenhum comentário:
Postar um comentário