segunda-feira, 2 de novembro de 2015

FINADOS


O Dia de Finados foi instituído no mosteiro de Cluny lá pelo ano 990/1000 dC e rapidamente se espalhou por todo o mundo cristão. Foi São Odilo, abade de Cluny, na França, que no século 10 propôs que o dia após o Dia de Todos os Santos deveria ser dedicado às homenagens aos mortos.
Embora o Dia de Finados seja observado também por alguns protestantes, é um dia santo essencialmente católico, anglicano e ortodoxo.
Esse sentimento não nasceu hoje. Pode ser rastreado até à existência dos astecas e outras civilizações pré-hispânicas, cerca de 3 mil anos atrás.
Cada país celebra seu Dia de Finados de acordo com sua própria cultura: ou festivamente ou utilizando este dia para oração, reclusão, reflexão.
Em alguns países, o Dia de Finados é uma continuação das celebrações do Halloween.
No Brasil, o costume é levar flores, acender velas aos mortos e orar no cemitério. Tem até dia certo para limpar os túmulos - como fazem os japoneses. As pessoas viajam para suas cidades de origem e o feriado se transforma numa grande reunião entre familiares vivos. Como tudo vira comércio, é muito fácil encontrar velas e flores a alguns passos dos lugares sagrados. Em muitas igrejas são realizadas missas para que as pessoas possam orar pelos antepassados, parentes e amigos que já se foram. Antigamente, esse dia era muito triste; ninguém ouvia nem música.
No México, a data se reveste de orgulho das memórias de entes queridos que já partiram e é comemorada com festas e até com desfiles; desde o dia 31 de outubro e até o dia de hoje, as pessoas costumam usar fantasias coloridas de caveiras, armam altares dentro de casa e preparam comidas e bebidas que seus mortos gostavam. Nesse ritual, o povo mexicano acredita que o legado deixado por eles é reforçado através dos parentes e amigos vivos.
Na Espanha, a comemoração começa no Dia de Todos Los Santos, em 1º de novembro. Sendo feriado nacional, as pessoas viajam a suas cidades natais para visitar os cemitérios nos quais seus entes queridos estão enterrados. As flores são levadas para os túmulos à noite e um doce especial chamado "Hueso de Santos" (Osso dos Santos), feito de marzipã, ovos e "syrup" (calda semelhante ao mel, feita de açúcar e água) é comido como sobremesa especial da data. Durante o dia, as cidades espanholas recebem paradas em honra aos mortos. Assim como na tradição mexicana, os espanhóis também usam roupas de tons coloridos e vibrantes no dia. Mesmo sem as grandes festas que caracterizam o feriado no México, o Dia de Todos os Santos na Espanha também possui um clima mais festivo.
No Japão, a homenagem acontece no dia 15 de agosto (e no dia 15 de julho, na região de Kanto). As celebrações duram três dias e incluem danças e comidas especiais para a data. Uma das tradições japonesas é limpar as lápides dos falecidos, já que acredita-se que seus espíritos retornam nessa época, para visitar os vivos. Na região de Kyoto, na noite de 16 de agosto, cinco símbolos feitos com fogo, semelhantes a uma estrela do mar, são postos nas montanhas em saudação aos espíritos, pois esse povo acredita que será neste momento que os espíritos retornarão. A celebração foi incorporada e adaptada em regiões de outros países por imigrantes japoneses, inclusive em pequenas comunidades brasileiras. 

No Haiti tem até batucada durante a noite próximo aos cemitérios. Nos Estados Unidos é um dia de oração pelas almas dos falecidos. As velas são abençoadas e marcadas com os nomes dos falecidos. A Igreja Católica lembra falecidos membros da congregação neste dia. Não é feriado público. Todavia, já houve mudança por lá devido aos imigrantes que vem trazendo seus costumes, por exemplo os mexicanos, os espanhóis, etc.
Na França, a data é comemorada no Dia de Todos os Santos, este sim, feriado; as pessoas aproveitam então para visitar seus mortos e comemorar a data.
Na Guatemala, as pessoas confeccionam papagaios e soltam aos céus; cada qual representa um parente morto.
De todas as formas, a data não deixa de ser uma ocasião especial e festiva entre os familiares para relembrarem seus mortos e celebrarem a vida que, afinal de contas, continua. Porque há sempre gente sendo "encomendada" pelos vivos, não é verdade?

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