quarta-feira, 18 de novembro de 2015

GENTALHA

As pessoas que "moram" e vão se derretendo na telinha daquele quadrado que permanece no centro da sala nas casas da grande maioria dos brasileiros, de repente se acham deuses.
Na casa delas, tudo podendo, vão dali extravasando suas porcas manias de modo a mostrar que nada as detém no seu sonho de consumo e de grandeza e de aparência luminosa.
Tudo para elas tem que ter mais brilho e possuir uma dimensão muito maior do que para o resto dos outros mortais.
Esses supostos deuses da TV não precisam ter caráter. Vivem num mar de lama, porém, coberto de perfumes e glamour.
São donos da vida e da morte.
Tudo lhes é permitido, desde que haja o toque de Midas em tudo o que fazem.
Essas pessoas ousadas vendem seus corpos e suas almas, abrem-se em sorrisos e bocas, pernas e genitálias, fazem sexo com qualquer pessoa do mesmo naipe só para ouvir o que o povo fala, porque sentem necessidade de estarem sempre à mostra.
Acima do bem e do mal, elas são imorais, escandalosas, hipócritas, simuladas, fingidas. Nas novelas, parecem bichos gulosos. Nas revistas, cada vez mais represadas pelo prazer e para estimular prazeres.
Não servem para nada e ainda opinam.
Mas aqui fora a legião cresce. Todos querem entrar para o quadrado e viver como reis e rainhas. 
Para chegar lá não é preciso estudar, buscar sabedoria ou quebrar a cabeça contando.
Por que estou falando sobre isso?
Porque no último domingo o comunicador Sílvio Santos trouxe para um dos seus quadros a mulher que trabalha como gari na Prefeitura do Rio de Janeiro e que apareceu na revista Playboy de setembro como os homens e muito mais as mulheres gostam de ver.
Não tem nada de especial, a dita cuja; se parece com qualquer mulher que "mora" no quadrado.
Só que às perguntas do Sílvio ela respondeu que não sabia quem era o prefeito do Rio ( quer dizer que desconhece o próprio patrão!), que o Acre era um país ( quer dizer que desconhece o próprio país) e que não tinha conhecimento sobre o que seria raça amarela (quer dizer que provavelmente nem saiba de sua própria origem). 
Taí.

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