quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

HORA DA POESIA



                                       GENEALOGIA

Das velhas notações, de tempos fenecidos,
copio, com carinho, o que me foi legado
por irmãos, pais, avós, tios e primos queridos,
dos quais nada mais há que um retrato apagado.

Se, automaticamente, os dedos vão e vêm,
o pensamento não: esse voa em vertigem,
ao sabor do que diz uma data que alguém
rabiscou, sem saber, que eram marcas, origem,

para a gente lembrar fatos, coisas, lugares...
"E os rostos, bom Jesus?! E os sóis? E os luares?
E a fogueira no chão da cozinha de terra?..."

E os dedos vão e vêm... E o pensamento erra
pelo tempo que foi e que volta na idade
com sabor de canção, nos braços da saudade!

Sorocaba, 1976.
Afonso Celso de Oliveira.

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