segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

NINGUÉM ESTÁ ACIMA DA LEI.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Documento da Lava Jato indica envolvimento de Lula com práticas criminosas. 
Constatação basta para que ele seja investigado como qualquer cidadão brasileiro.
Um dos relatórios que embasam a operação que prendeu o marqueteiro João Santana, com mais de 40 páginas, aponta para o mais alto hierarca do petismo: Luiz Inácio Lula da Silva. O documento diz que é “possível o envolvimento do ex-presidente da República em práticas criminosas”, mas considera que isto “deve ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer seu mister constitucional.” 
O raciocínio das autoridades soa estranho. 
O que se espera dos delegados e procuradores da Lava Jato é que o ex-presidente seja investigado, sim, como qualquer cidadão brasileiro. 
Desde janeiro de 2011, quando passou a faixa para sua sucessora, Lula se tornou um cidadão comum. 
Pode até ter seguranças e combustível custeados pelos contribuintes, mas não tem direito a foro ou tratamento privilegiado. 
Já motivos para apurar sua conduta não faltam, a julgar pelas evidências levantadas nas últimas semanas.
 
SEM BLINDAGEM
Razões para implicar o ex-presidente não faltam.
O próprio material encontrado no celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht, revelado pela Polícia Federal, indica pagamentos da empreiteira referentes ao instituto que leva o nome de Lula. 
Está escrito Predio-IL nas anotações, acompanhado da cifra R$ 12,4 milhões. 
Para as investigações, “é possível que IL seja a abreviação de Instituto Lula”. 
Tamanhas são as ligações das empreiteiras do Petrolão com Lula que procuradores possuem fortes evidências de que elas bancaram a reforma do sítio frequentado pelo ex-presidente e sua família em Atibaia, fato reconhecido pelas próprias empresas na semana passada. 
Há farta documentação, aliás, para se concluir que a propriedade beneficiada pela construtora pertence ao petista e não aos sócios de seu filho como consta no papel. 
Isto em si já configuraria ocultação de patrimônio.


Lula sofre derrota no conselho do MP e promotor Cássio Conserino permanecerá à frente do caso do tríplex.

O ex-presidente Lula também se enrola ao negar ser dono de outra propriedade: o tríplex no Guarujá, reformado com recursos da construtora OAS, dona no imóvel, segundo o registro oficial. 
Promotores de São Paulo já sinalizaram que pedirão o indiciamento dele. 
Em uma medida protelatória, Lula chegou a obter uma vitória suspendendo o seu depoimento e o da mulher Marisa Letícia, marcado para a quarta-feira 17. 
Parecia estar acima da lei. 
Mas a calmaria durou pouco. 
Na terça-feira 23, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu por 14 votos a zero manter o promotor paulista Cássio Conserino à frente das investigações. 
A decisão contou, inclusive, com o voto do relator. 
Ele havia concedido liminar suspendendo o inquérito e, portanto, os depoimentos até que fosse julgado um recurso de aliados do ex-presidente. 
Prevaleceu o argumento de que não há ilegalidade em Conserino permanecer à frente do caso. 
Agora, ele pode remarcar os depoimentos de Lula e de Marisa Letícia para desespero do petista. 
Dificilmente, o ex-presidente escapará de ser acusado pelo Ministério Público. 
Numa clara referência a Lula, Conserino já disse que ninguém deve estar acima da lei. 
Com tantos indícios apontado para Lula e seus familiares não há motivos para que o ex-presidente seja tratado de forma diferenciada pelos investigadores. 
Os brasileiros já perceberam isto e se manifestaram batendo panelas na terça-feira 23. 
Protestaram enquanto Lula aparecia no horário de propaganda do PT na televisão. 
 
Fonte: ISTO É Independente

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