sábado, 5 de março de 2016

DO BLOG DO JEFFERSON:

Não para, não para, não para

Se Lula acha que os procuradores do Ministério Público e os juízes da Lava Jato só bateram no "rabo da jararaca" e não na cabeça, ele que arrume um capacete, pois ainda há muito por vir nos desdobramentos das investigações da Lava Jato. Segundo a "Época", o ex-presidente do PP, Pedro Corrêa, estaria fechando uma delação premiada bombástica, e o foco principal seriam episódios envolvendo o ex-presidente. 
Outras delações também podem vir, como a do dono da OAS, Leo Pinheiro, dirigentes da Odebrecht e outras empreiteiras. 
E não se pode esquecer da delação do senador Delcidio Amaral, que conta detalhes de manobras nada republicanas em CPIs e negociações em troca do silêncio de depoentes. 
A depender do que for revelado, a "jararaca" pode acabar morrendo com o próprio veneno.

A jararaca e os ratinhos

Conta o "Painel" da "Folha" que Lula teria dito que a solução para o PT era ficar em "estado permanente de campanha". Mais tarde, em São Bernardo, o ex-presidente disse que iria viajar o país de cima a baixo: "se eles quiserem me derrotar, terão que me enfrentar nas ruas", vociferou. 
Assim como já havia convocado os "exércitos de Stedile", Lula agora chama a militância para a guerra. Em vez de tentar pacificar as ruas, ele quer incendiá-las, acreditando que os confrontos lhe favorecem. 
A fala de Lula é de uma irresponsabilidade sem precedentes.

É só o começo

Intelectuais ouvidos pela "Folha" disseram ver com preocupação o acirramento da crise política a partir da condução coercitiva de Lula para depor em São Paulo, e sua posterior reação chamando a militância para o enfrentamento. Professores e cientistas políticos disseram que a crise e a tentativa de Lula de sair das cordas elevará ao máximo a tensão entre governistas e oposicionistas, inclusive com episódios de violência nas ruas. 
Esses confrontos já foram vistos ontem, tanto na frente do prédio de Lula, em São Bernardo, como no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. 
E além dos embates entre os defensores do ex-presidente e a população indignada com a corrupção, há a preocupante escalada de agressões contra jornalistas, como se estes fossem culpados pela situação atual de Lula. 
Os adoradores do ex-presidente e do PT não se conformam em ver as verdades sobre seu líder e seu partido sendo expostas diariamente na TV, em revistas e jornais, além de não estarem acostumados ao contraditório nas ruas. 
Petistas, sindicalistas, membros de movimentos sociais, adoram xingar, mas não toleram ser xingados, em sua peculiar visão de democracia. 
Mas como nenhum lado promete recuar, o Exército e as forças de segurança precisam se preparar, pois teremos muito sangue nas ruas daqui até 2018, ou antes, se a presidente renunciar ou do seu posto for arrancada com o impeachment.

Lágrimas vermelhas

Mais do que esperado, líderes e parlamentares petistas e dirigentes de centrais sindicais estão histéricos com a operação para levar o ex-presidente Lula a prestar depoimento. 
Falam em "golpe", "violência contra o povo brasileiro", "operação ilegal", "prisão política" e todos os termos que essa mesma turma já usou quando da prisão de José Dirceu. 
Lula será chamado de "guerreiro do povo brasileiro" e ainda veremos muitos confrontos na rua, mas, à medida em que a Justiça chancelar a operação da PF e o STF confirmar a legalidade da investigação, aos petistas e grupelhos restarão a gritaria, o vandalismo e a violência, até porque, em uma democracia, o choro é livre. 
Resta saber como o Palácio do Planalto irá se pronunciar. 
Será que dirão que a Polícia Federal cometeu uma "violência", e que a operação, autorizada pela Justiça, é "ilegal e com fins políticos"?

Barata tonta

Governo Dilma parece um lutador de boxe que, acuado nas cordas, mal consegue se recuperar de um soco e já cai novamente, abatido com novos petardos. 
A operação desta manhã, da Polícia Federal, deixou no ar a impressão de que foi antecipada para fugir de qualquer tentativa de cerceamento que pudesse surgir com a mudança no Ministério da Justiça. 
Antes que o novo ministro sentasse na cadeira e tomasse alguma providência no sentido de bloquear investigações e novas operações, a PF saiu às ruas para ouvir Lula e família. 
Agora, não adianta mais qualquer controle. 
O mal já está feito.

Mazela histórica

Investigação da Operação Lava-Jato sobre as contas do Instituto Lula e o patrimônio do ex-presidente é um golpe numa velha prática nacional, que remonta aos tempos do país Colônia de Portugal: o patrimonialismo, a mistura do público com o privado. 
O público ficou supostamente por conta do uso de dinheiro proveniente do caixa da Petrobras, no esquema do petrolão.

Blog do Jefferson

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