sexta-feira, 8 de abril de 2016

ESPAÇO PARA RICARDO NOBLAT


O Supremo Tribunal Federal (STF) só decidirá se Lula tomará posse como ministro-chefe da Casa Civil da presidência depois da votação do impeachment pela Câmara dos Deputados.
A votação está marcada para a próxima sexta-feira dia 15, devendo se arrastar até o domingo ou a segunda-feira, dia 18. O STF deverá votar o caso de Lula na quarta-feira dia 20.
A eventual aprovação do impeachment na Câmara não retirará Dilma do poder de imediato. Ela só se afastará do cargo se o Senado admitir julgá-la.
Assim, a depender do STF, Lula poderá sentar praça no Planalto para atrair votos de senadores dispostos a salvar o governo. Só que será muito difícil. Os senadores não farão o serviço sujo recusado pelos deputados.
O Procurador Geral da República Rodrigo Janot pôs uma pedra de bom tamanho para atrapalhar a caminhada de Lula rampa acima do Planalto. Por sinal, a mesma pedra que será capaz de empurrar Dilma rampa abaixo.
Janot mudou seu parecer anterior a respeito e passou a enxergar elementos de 'desvio de finalidade' na decisão de Dilma de nomear Lula para a Casa Civil.
"O momento da nomeação, a inesperada antecipação da posse e a circunstância muito incomum de remessa de um termo de posse não havida à sua [de Lula] residência reforçam a percepção de desvio de finalidade", registrou o procurador-geral.
Que passou a recomendar, simplesmente, a anulação do ato de nomeação de Lula para ministro.
O novo parecer de Janot, uma vez acolhido pelo STF, poderá não somente pôr um fim ao retorno de Lula ao governo, mas reforçar também a suspeita de que Dilma, com a nomeação dele, quis ou tentou obstruir investigações da Lava-Jato.
A nomeação daria a Lula o direito de só responder a processo junto ao STF. Ele sairia da órbita do juiz Sérgio Moro.
Obstruir a Justiça é considerado um crime grave. Tão mais grave se praticado pelo presidente da República.
Lula, anteontem, depôs ao braço da Lava-Jato que funciona na Procuradoria Geral da República. Não se sabe sobre o quê foi ouvido.
Sabe-se, apenas, que não foi exclusivamente sobre assuntos que alimentam o noticiário até aqui. Há carne nova e indigesta no pedaço.

Ricardo Noblat


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