quarta-feira, 6 de abril de 2016

O QUE VOCÊ PREFERE: PIZZA, FRANGO OU SUSHI?


OPINIÃO.

"O BRASIL DÁ ADEUS A LULA" UM ARTIGO DE MARCO ANTONIO VILLA.

Assistimos aos últimos dias do projeto criminoso no poder. 
O país padeceu durante treze anos de uma forma de ação política que associou o velho coronelismo tupiniquim ao leninismo — e com toques de um stalinismo tropical, mais suave, porém mais eficaz. 
Ainda não sabemos — dada a proximidade histórica — quais os efeitos duradouros deste tipo de domínio que levou à tomada do aparelho de Estado e de seus braços por milhares de funcionários-militantes, que transformaram a ação estatal em correia de transmissão do projeto petista, criminoso em sua ação e devastador na destruição do patrimônio nacional.
É nesta conjuntura — a mais grave da história do Brasil republicano — que as nossas instituições vão ser efetivamente testadas. 
Até o momento, uma delas, o Supremo Tribunal Federal, ainda não passou no exame. 
Muito pelo contrário. Inventou um rito de impeachment que viola a Constituição. 
Sim, viola a Constituição. 
Deu ao Senado o “direito” de votar se aceita a abertura de processo aprovada pela Câmara, o que afronta os artigos 51 e 52 da Constituição. 
E interferiu até na composição da comissão processante da Câmara. 
Pior deverá ser a concessão de foro privilegiado e, mais ainda, do cargo de ministro-chefe da Casa Civil a Luís Inácio Lula da Silva. 
Caso isso ocorra — e saberemos nesta semana — o STF deixará de ser um poder independente e passará a ser um mero puxadinho do Palácio do Planalto, uma Suprema Corte ao estilo da antiga URSS.
Ainda na esfera do STF, causa preocupação o seu protagonismo em um processo estritamente político como é o impeachment. Não cabe à Suprema Corte decidir o andamento interno e o debate congressual do impeachment. 
O STF não pode, em nenhuma hipótese, se transformar no Poder Moderador — de triste memória, basta recordar os artigos 98-101 da Constituição de 1824. E nem desempenhar o papel que o Exército teve nas crises políticas desde a proclamação da República até a promulgação da Constituição de 1988. 
Em outras palavras, o STF não pode ser a carta na mão de golpistas, que a colocam na mesa quando estão correndo risco de derrota. 
Judicializar o impeachment é agravar ainda mais a crise e jogar o país no caos social e político.
A solução do impasse político é no Parlamento — e com a participação das ruas. 
A manifestação de 13 de março — a maior da história do Brasil — impediu uma saída negociada do projeto criminoso do poder. O sinal das ruas foi claro: fora Dilma e Lula na cadeia. 
A estas duas palavras de ordem, as ruas reforçaram ainda mais a necessidade imperiosa de continuidade da Lava Jato até o final. 
O impulso popular levou o PMDB a mudar radicalmente de posição, basta recordar a dúbia decisão tomada a 12 de março — de independência — e a meteórica reunião de 29 de março, quando rompeu com o governo.
A participação das ruas na política brasileira inaugurou um novo momento na nossa história. 
É incrível o desinteresse da universidade em estudar o fenômeno representado, entre outros, pelos movimentos Vem pra Rua e Brasil Livre. 
Ao invés de enfrentar este desafio interpretativo, os docentes das instituições públicas organizam atos e manifestos em defesa de um governo corrupto, antibrasileiro e criminoso. 
É a apologia ao crime — e paga com dinheiro público.
A resposta do projeto criminoso de poder foi pífia. Tentou de todas as formas organizar manifestações para demonstrar que ainda domina as ruas e tem apoio popular. Fracassou. 
Mesmo utilizando-se de fartos recursos públicos, de partidos políticos, centrais sindicais pelegas e contando com setores da imprensa para inflar o número de participantes. 
Pior foram os comícios realizados no Palácio do Planalto. Nunca a sede do Executivo Federal assistiu aos tristes espetáculos de incitação à violência, de ameaça à propriedade privada e ao rompimento da ordem legal. 
E contando com a conivência de Dilma. 
Lula, o presidente de fato, optou por permanecer em uma suíte de hotel, em Brasília, de onde governa o Brasil, como se a ficção dos clássicos da literatura latinoamericana — “A festa do bode”, de Mário Vargas Llosa, entre outros — fosse transformada em realidade.
Neste momento decisivo da vida nacional é necessário evitar cair nas armadilhas produzidas à exaustão pelo projeto criminoso de poder. 
Num dia insinuam que adotarão o Estado de Defesa (artigo 136 da Constituição), noutro que vão antecipar a eleição presidencial, depois que contam com um número confortável de deputados para impedir a abertura do processo de impeachment, ou que o Senado vai rejeitar a decisão da Câmara. 
E mais: que a saída de Dilma vai produzir uma grave crise social. 
Falácias. 
É o desespero, pois se avizinha — ainda neste mês — a derrota acachapante do petismo.
A hora do acerto de contas político está chegando. 
Manter o respeito à lei, à ordem e à Constituição é essencial. Lula — que é quem, de fato, vai ser “impichado” — agirá para desestabilizar o processo democrático, como se fosse um general abandonando território conquistado. 
Destruirá o que for possível destruir. 
Não deixará pedra sobre pedra — daí a necessidade da sua prisão, pois solto coloca em risco a ordem pública, desrespeita as instituições e ameaça o país com uma guerra civil
Quer transformar a sua derrota em um cataclismo nacional. Não vai conseguir. 
A desmoralização da política não pode chegar ao ponto de dar a ele o direito de decidir que vai incendiar o país. 
Ele sabe que, desta vez, como se diz popularmente, a crise não vai acabar em pizza — ou na rota do frango com polenta, em São Bernardo do Campo. 
Vai terminar em sushi.

SANATÓRIO GERAL

"Eu, sinceramente, vejo com bons olhos essa coisa da eleição geral. Eleição geral é praticamente... eleição geral é eleição para todo mundo, e só é geral se for para todo mundo". 
------- Renan Calheiros, presidente do Senado, nesta terça-feira, revelando que, depois de intensificar o harmonioso convívio com a presidente da República, aprendeu a falar dilmês castiço com graça e fluência ------------- 

DIRETO AO PONTO
Três ideias de hospício numa canetada só. 
 
Com uma canetada só, Marco Aurélio Mello acrescentou três ideias de hospício a um quadro político que implora por sensatez. 
A primeira foi a invenção do impeachment do vice. 
A segunda transfere do Congresso para o Supremo Tribunal Federal deliberações sobre pedidos de impeachment. 
A terceira estabelece que uma mesma pedalada pode ser criminosa ou não. Depende de quem pedala.
Marco Aurélio repete há meses que as pedaladas bandalhas de Dilma Rousseff não servem como justificativa legal para o afastamento da presidente. Mas resolveu nesta manhã que Michel Temer precisa ser julgado por pedaladas que só o ministro enxergou. 
Ainda bem que as inovações sem pé nem cabeça, como constatou o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, serão sepultadas pela maioria do STF.
Ainda assim, é perturbador constatar a expansão da epidemia de maluquice no cume do Poder Judiciário. 
Se não for contida, acabará reduzindo o Supremo a uma confraria de juízes sem juízo.
 

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