Vitória Espetacular no Plebiscito da Independência do Sul ✰ Artigo de Sérgio Alves de Oliveira
Ninguém
esperava a espetacular vitória da proposta INDEPENDENTISTA do SUL (PR, SC e RS)
alcançada no plebiscito (Plebisul), realizado no sábado (1.10.16), em toda a
Região Sul. Nem mesmo os dirigentes e militantes do MOVIMENTO O SUL É O MEU
PAÍS, responsáveis pela consulta ao povo, supunham que a aceitação da proposta
beirasse a quase unanimidade, ou seja, 95,75% pelo SIM, e 4,25% pelo NÃO, num
universo de 617.543 eleitores, que optaram em se manifestar democraticamente
nas urnas colocadas em pontos estratégicos amplamente divulgados.
Importante
é sublinhar que a quase totalidade dos eleitores que compareceram às urnas nem
tinha conhecimento mais detalhado sobre a citada consulta, em vista dela ter
sido “escondida” todo o tempo pela mídia, normalmente “interesseira, mas que
entenderam logo o que significaria a opção pelo SIM ou pelo NÃO, ou seja, se
desejavam, ou não, que o SUL se tornasse um país independente.
Os especialistas
em opinião política pública saberão melhor que ninguém interpretar e avaliar
esse fenômeno.
O sucesso
dessa consulta pública, acessível a todos os eleitores da região, não foi
afetado nem mesmo pelos “carnaval” e outras mobilizações similares, das
eleições municipais que aconteceriam no dia seguinte, domingo, (2.10.16), e
muito menos pelo silêncio sepulcral da Grande Mídia, servil ao pútrido sistema
político e econômico que sempre dominou esse país, onde discussões libertárias,
como a protagonizada pelos independentistas, jamais tiveram qualquer espaço
imparcial, mas que, ao contrário, invariavelmente sempre foram alvo de
esculachos midiáticos.
Quero ver se a partir de agora essa mídia e seus
capachos terão coragem de dizer que o movimento autodeterminista do SUL seria
“coisa” de meia dúzia de malucos, como habitualmente fazem.
O
Plebisul, como foi denominado, em virtude da estúpida proibição do TRE/SC que
se usasse o termo “plebiscito”, como originalmente planejado, julgando-se esse
tribunal, portanto, ”dono” do dicionário da língua portuguesa, teve o mérito de
apresentar uma modalidade de democracia alternativa, uma verdadeira democracia,
uma autêntica democracia direta, organizada fora dos organismos oficiais
brasileiros, sem contar com os “bilhões” despendidos pelos cofres públicos,
pagos pelo povo, para sustentar um aparato eleitoral e uma democracia
empresariais sempre presentes para pagar a defesa dos seus interesses
particulares na política.
Todo o plebiscito foi sustentado exclusivamente pelos
seus próprios militantes, que de uma ou outra forma participaram da sua
organização, sem qualquer ajuda ou patrocínio de terceiros.
Oportuno
é que se esclareça que antes que se optasse por essa iniciativa própria do
“Movimento”, tentou-se percorrer outro caminho, perfeitamente compatível com as
leis existentes, que seria a provocação, junto ao PARLAMENTO DO SUL-PARLASUL,
organização composta pela reunião das Assembleias Legislativas dos três Estados
do Sul, mediante um requerimento, no sentido que os eleitores desses três
Estados fossem consultados num plebiscito meramente CONSULTIVO (sem caráter
deliberativo), sobre esse tema, usando-se para tanto toda a estrutura da
Justiça Eleitoral.
Essa modalidade de plebiscito está prevista nas respectivas
Constituições desses Estados.
Vivenciei
de perto esse projeto inicial, visto que a pedido da direção do “Movimento”,
cheguei a minutar um requerimento ao PARLASUL, com fundamentação jurídica,
fazendo essa solicitação, apesar de consciente que esse pleito seria
indeferido. Mas, conforme o ditado, às vezes “o diabo pode estar no detalhe”.
Minha ideia seria remeter cópias de todo o expediente entregue ao PARLASUL à
Organização das Nações Unidas-ONU, e à Organização dos Povos e Nações Não
Representadas-UNPO, sediada em Haia, Holanda.
É evidente que mediante o
indeferimento do requerimento pelo PARLASUL, o Movimento estaria com toda a
moral para realizar o plebiscito, diretamente, com pleno conhecimento e sob as
vistas das referidas organizações internacionais.
E na verdade fiquei muito
“chateado” no episódio, não pelo engavetamento do meu trabalho, porém por estar
esperando até hoje, após tantos anos, alguma satisfação sobre o “andamento”
daquele projeto. Esse episódio provocou o meu afastamento voluntário do
“Movimento”. Mas creio que esse episódio do passado deve ser enterrado e
comemorado o resultado do plebiscito realizado no último sábado, com a vitória
retumbante do SIM, com destaque especial à competente direção do Coordenador
Geral do Plebisul, Jornalista Celso D. Deucher. (foto).
Esse
“engavetamento” do requerimento ao PARLASUL deve ter sido causado por uma
prévia “sondagem” junto aos dirigentes dessa entidade, que certamente se
mostraram “borrados” de medo ante essa proposta inusitada na política
brasileira, fazendo com que o “Movimento” desistisse da ideia, uma vez que não
foi dada nenhuma esperança, nem mesmo para protocolar o pedido.
Outra
questão que faz-se necessário abordar é a repercussão desse plebiscito junto à
opinião pública.
Sem dúvida qualquer brasileiro, inclusive das outras regiões,
fora do Sul, tem o direito de gostar, ou não, do projeto independentista do
Sul. Mas se observa muito por aí que tem gente com visão completamente caolha
sobre esse tema, considerando o país como uma espécie de propriedade própria em
“condomínio”, ou seja, numa visão puramente patrimonialista, do “mundo TER de
existência”.
Essa é a ilusão de muito pobre coitado que anda por aí e que não
tem nem onde cair morto, mas ao mesmo tempo sente-se “dono” do país.
Por isso
muitos desses não admitem a saída do SUL das correntes de Brasília, porque
estariam perdendo “patrimônio”.
Ora,
mesmo olhando essa questão sob o aspecto puramente “patrimonial”, os de outras
regiões que porventura pensassem assim não estariam perdendo nada, porquanto a
parte “remanescente” do Brasil ficaria com menos “proprietários”, excluídos os
do Sul.
“Patrimonialisticamente”
falando, ficaria tudo igual.
Dar-se-ia o mesmo que ocorre na divisão de áreas
com diversos proprietários em condomínio.
Ninguém sai perdendo.
Mas o
detalhe que não pode ser esquecido é que apesar de todos os brasileiros terem o
direito de gostarem, ou não, da secessão do SUL, somente aos sulistas compete
essa decisão, e a mais ninguém.
E se projetos semelhantes surgirem em outras
áreas do Brasil, certamente os sulistas não se intrometerão, mas em
contrapartida exigem o mesmo tratamento.
Autor do texto: Sérgio Alves de Oliveira- foto-
Sérgio é Advogado e Sociólogo.
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ESTE BLOGUE NASCEU EM FEV/2012 SOB A PROTEÇÃO DA SENHORA APARECIDA, DE BOM JESUS DE IGUAPE, DE SÃO GERALDO MAGELA E DE SÃO MIGUEL, QUE TAMBÉM PROTEGEM MEU FILHÃO E CONHECIDOS(AS).
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