terça-feira, 7 de março de 2017

E AGORA?


Brasil
Garoto morto no Habib’s usou cocaína e lança-perfume, diz laudo. Instituto de Criminalística afirma que 'morte ocorreu de forma súbita e teve origem cardíaca relacionada ao uso de entorpecentes e substâncias ilícitas'
Redação da VEJA
Acima: fachada do Habib's, Av. Itaberaba (Reprodução)
Um laudo feito pelo Instituto de Criminalística (IC), da Polícia Civil de São Paulo, apontou que a morte do adolescente João Victor Souza de Carvalho, de 13 anos, no dia 26 de fevereiro, em uma unidade do Habib’s na zona norte de São Paulo, foi provocada por uma parada cardiorrespiratória causada pelo uso de cocaína e lança-perfume.
De acordo com o laudo, a “morte ocorreu de forma súbita e teve origem cardíaca relacionada ao uso de entorpecentes e substâncias ilícitas“. O exame aponta, ainda, “a ausência de lesões ou sinais de hemorragia em região cervical”, o que poderia ser um indício de que ele foi agredido, como investiga a polícia. “A calota craniana também não apresentou fraturas”, afirma o documento do IC. O documento da perícia atestou que o menino apresentava “coração com hipertrofia miocárdica em ventrículo direito e esquerdo”
Segundo o laudo, o “exame evidenciou presença de cocaína na concentração de 38 mg/ml”, o que indica uso crônico de análogos da droga. Ainda de acordo com o exame, o tricloroetileno e o clorofórmio, também detectados, “são substâncias miocardiotóxicas e estão associadas à morte súbita de origem cardíaca“. Os dois produtos são usados na fabricação de lança-perfume. Em seu atestado, o médico legista Danilo Vivas atestou a causa mortis como sendo “cardiopatia precipitada e agravada por uso de substâncias entorpecentes / ilícitas”.
O menino pedia dinheiro aos clientes e já havia sido advertido por funcionários por causa da prática. Em depoimentos feitos à polícia, uma catadora de material reciclável e um motorista de ônibus afirmaram terem visto o menino ser agredido pelos seguranças. A polícia investigou essa hipótese, mas o delegado Antonio Celso Berna Peduti afirmou que ela está descartada. Segundo ele, “o laudo é categórico ao dizer que não houve agressão”. O delegado completa, atestando que “não houve homicídio” no caso.
Imagens de câmeras de segurança mostram funcionários do Habib’s arrastando o menino, aparentemente inconsciente, pela rua e deixando-o na calçada da lanchonete. Outro vídeo mostra o menino segurando um pedaço de madeira. Por meio de nota, o Habib’s informou que está apoiando a investigação, que repudia qualquer ato de violência e que afastou os funcionários envolvidos no caso até o fim das conclusões da polícia.

Veja o laudo pericial do menino João Victor Souza Carvalho.

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