A tão esperada lista do ministro Fachin enfim veio a lume: dos 108 alvos da PGR, o relator da Lava Jato no STF determinou a abertura de inquérito contra 39 deputados.
Proporcionalmente, quase 10% dos atuais parlamentares da Casa estão na mira da maior operação em andamento no país.
Os deputados são dos seguintes partidos: DEM, PSD, PT, PR, PcdoB, PP, PSDB, PMDB, PPS, PSB, PRB e PTB.
Os deputados são dos seguintes partidos: DEM, PSD, PT, PR, PcdoB, PP, PSDB, PMDB, PPS, PSB, PRB e PTB.
Além dos atuais deputados, também estão na lista Valdemar Costa Neto (Inq 4.456), Cândido Vaccarezza (Inq 4.430) e a deputada estadual em SC Ana Paula Lima (Inq 4.457).
As primeiras diligências do STF nas petições que tratam da homologação dos acordos de delação dos executivos da Odebrecht (a "delação do fim do mundo") foram determinadas pelo então relator, o ministro Teori, em 17/1.
As primeiras diligências do STF nas petições que tratam da homologação dos acordos de delação dos executivos da Odebrecht (a "delação do fim do mundo") foram determinadas pelo então relator, o ministro Teori, em 17/1.
Dois dias depois, em acidente aéreo no litoral do RJ, o ministro faleceu.
Em menos de duas semanas, a ministra Cármen Lúcia, na condição de presidente do Supremo, homologou as delações. Mais alguns dias e o ministro Fachin foi sorteado o novo relator da Lava Jato.
Os pedidos da PGR de abertura de inquérito foram feitos dia 14/3.
Confira abaixo a lista dos deputados investigados.
Confira abaixo a lista dos deputados investigados.
Deputado
|
Inquéritos
|
Fatos investigados
|
Rodrigo Maia (DEM) |
4.431 4.437 |
Recebimento de R$ 100 mil
para aprovação de legislação favorável aos interesses da Odebrecht. Há
relatos de tratativas que culminaram na edição de medidas provisórias.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro |
Marco Maia
(PT-RS)
|
4.385 4.434 |
Recebimento de vantagens
não contabilizadas no âmbito da campanha eleitoral, no ano de 2014, à
Câmara. Teriam sido repassados R$1,35 mi.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro |
Carlos Zarattini
(PT-SP)
|
4.425 4.430 |
Com o então deputado
Vaccarezza, solicitaram vantagem indevida à Odebrecht Realizações
Imobiliárias, em contrapartida pela atuação concreta em prol da
aprovação, pela PREVI, de aquisição de torre comercial e de shopping
center no empreendimento “Parque da Cidade”. Nesse contexto, firmou-se
ajuste, com a participação de Guido Mantega, que, ocorrendo a
concretização do negócio, seria lançado crédito de R$ 27 mi em benefício
do PT, dos quais R$ 5 mi seriam destinados de forma específica ao
deputado Federal Carlos Zarattini e ao então parlamentar Cândido
Vaccarezza. Ainda, nos anos de 2010 e 2014, o deputado teria recebido, a
pretexto de campanhas eleitorais, além de doações oficiais no valor de
R$ 450 mil e R$ 161mil, respectivamente, a soma de R$ 50 mil em
pagamentos efetuados no período de agosto a setembro de 2010.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro |
João Carlos Bacelar
(PR-BA)
|
Solicitação de vantagem
indevida à Odebrecht Realizações Imobiliárias em contrapartida pela
atuação concreta em prol da aprovação, pela PREVI, de aquisição de torre
comercial e de shopping center no empreendimento “Parque da Cidade”.
- Corrupção passiva
- Corrupção ativa - Lavagem de dinheiro - Violação de sigilo funcional | |
Milton Monti
(PR-SP)
|
O deputado teria atuado na
cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do Setor
de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
José Carlos Aleluia
(DEM-BA)
|
Pagamento de R$ 300 mil,
em 2010, por parte do Grupo Odebrecht em favor do parlamentar, então
candidato ao à Câmara. A soma não foi contabilizada. Após, nas eleições
de 2014, o parlamentar teria recebido doação oficial no importe de R$
280 mil, tendo, como contrapartida, no exercício do mandato e mediante
solicitação expressa, assumido posições favoráveis aos interesses do
Grupo.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Daniel Almeida
(PCdoB-BA)
|
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Mário Negromonte Jr.
(PP-BA)
|
Colaboradores indicaram
repasse de R$ 200 mil de doação não contabilizada. Ao lado disso, foram
verificados pagamentos oriundos da Cervejaria Petrópolis S/A que,
segundo o órgão acusatório, figuraria como intermediária entre
pagamentos ilícitos e candidatos a cargos públicos, fatos que, na ótica
do MP, demandam esclarecimentos.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Nelson Pellegrino
(PT-BA)
|
Um dos colaboradores narra
que, no ano de 2012, o Grupo Odebrechet repassou a quantia de R$ 1,5 mi
ao parlamentar, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral, sendo R$
200 mil de forma oficial e o restante por intermédio de via não
contabilizada.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Jutahy Júnior
(PSDB-BA)
|
O parlamentar teria
recebido, a pretexto de campanhas eleitorais, o valor total de R$ 850
mil, sendo R$ 350 mil no ano de 2010 e R$ 500 mil no ano de 2014,
valores não contabilizados e repassados pelo Setor de Operação
Estruturadas do Grupo Odebrechet. Esclarecendo que, além disso,
ocorreram doações oficiais nos mesmos períodos na soma total de R$ 610
mil, sustenta o PGR a existência de indícios quanto à prática, em tese,
do crime previsto no art. 350 do Código Eleitoral
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Maria do Rosário
(PT-RS)
|
Em 2010, o colaborador foi
procurado pela então candidata, prestando um auxílio financeiro no
montante de R$ 150 mil. Não houve qualquer registro contábil do repasse
financeiro.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
|
|
|
Ônix Lorenzoni
(DEM-RS)
|
Colaborador narra que se
aproximou do parlamentar investigado, dizendo a ele em reunião que
“estamos percebendo o seu desempenho, a sua conduta, e nós gostaríamos
de termos aí como um parceiro futuro nas suas atividades como deputado
federal”. Nesse contexto, realizou-se, a pretexto de auxílio para a
campanha eleitoral do ano de 2006, um repasse de R$ 175 mil, operação
não contabilizada.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
|
| |
Vicente "Vicentinho" Paulo da Silva
(PT-SP)
|
No ano de 2010, no
contexto da campanha eleitoral à Câmara, recebeu R$ 30 mil em espécie.
As tratativas teriam se dado com o próprio parlamentar.
| |
Arthur Oliveira Maia
(PPS-BA)
|
Recebeu vantagem não contabilizada no âmbito da campanha no ano de 2010, no valor de R$ 200 mil.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Yeda Crusius
(PSDB-RS)
|
Recebeu vantagens nas
campanhas de 2006 e 2010. Esses valores corresponderam, em 2006, a R$
200 mil, repassados por meio de doação oficial, e R$ 400 mil por meio do
Setor de Operações Estruturadas; em 2010, R$ 600 mil pela via de
doações oficiais e R$ 550 mil por meio do referido setor responsável por
esses pagamentos não contabilizados. Todos os repasses objetivavam
propiciar que a Braskem S/A, empresa controlada pelo Grupo Odebrecht,
permanecesse recuperando créditos de ICMS no contexto do Estado do RS.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Paulo Henrique Lustosa (PP-CE)
|
Na campanha eleitoral do
ano de 2010, teria solicitado e recebido o valor de R$ 100 mil reais,
por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
José Reinaldo
(PSB-MA)
|
Narram os colaboradores
que Ulisses César Martins de Sousa, na qualidade de Procurador-Geral do
Estado do Maranhão, solicitou vantagem indevida ao Grupo Odebrecht para
facilitar o pagamento de valores devidos à empresa decorrentes de
contrato administrativo. O pagamento da propina foi efetuado por meio do
Setor de Operações Estruturadas, mencionando-se, inclusive, remessa de
recursos financeiros ao exterior sem o cumprimento dos requisitos
normativos. Acrescenta-se que o Procurador-Geral exercia cargo de
intensa confiança do então governador José Reinaldo Carneiro Tavares,
bem como que a expressividade econômica do contrato e a facilidade de
adimplemento experimentada após o pagamento da propina, na visão do MP,
sugerem a possível conivência do então mandatário do Executivo.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Evasão de divisas - Lavagem de dinheiro | |
João Paulo Papa
(PSDB-SP)
|
Narram os colaboradores a
ocorrência de 2 repasses, cada um deles de R$ 300 mil, nos anos de 2012 e
2014, por intermédio do Setor de Operações Estruturadas. Refere-se que a
decisão desses pagamentos teve como fundamento o protagonismo político
do parlamentar na cidade de Santos/SP e perante o PSDB, sendo
“importante guardar uma relação de longo prazo com ele, pois poderia
auxiliar os interesses do Grupo Odebrechet em oportunidades futuras”.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Vander Loubet
(PT-MS)
|
Narra o colaborador a
ocorrência de pagamento de vantagem não contabilizada no âmbito da
campanha eleitoral à Câmara, no ano de 2010. Relata-se, nesse contexto, o
repasse de R$ 50 mil.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Rodrigo Garcia
(DEM-SP)
|
No ano de 2010, o
parlamentar recebeu, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral, valor
não contabilizado, soma disponibilizada pelo Grupo Odebrecht por
intermédio do Setor de Operações Estruturadas da empresa.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Cacá Leão
(PP-BA)
|
Repasse de R$ 50 mil à
campanha do parlamentar, no ano de 2014, sendo R$ 30 mil por intermédio
do Setor de Operações Estruturadas e R$ 20 mil por meio de doação
oficial ao Diretório Nacional do PP.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Celso Russomano
(PRB-SP)
|
Recebimento de vantagens
no contexto da campanha eleitoral à Câmara, no ano de 2010, quando houve
o repasse de R$ 50 mil, quantia não contabilizada e repassada pelo
Setor de Operação Estruturadas do Grupo Odebrechet.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Pedro Paulo
(PMDB-RJ)
|
Solicitação e pagamento de
valores a Pedro Paulo, a pretexto da campanha eleitoral ao cargo de
deputado Federal no ano de 2010. Essas somas seriam da ordem de R$ 3 mi,
tendo a transação sido facilitada por Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio.
Em 2014, Pedro Paulo teria recebido R$ 300 mil, de maneira oculta, para
a campanha à prefeitura.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Evasão de divisas - Lavagem de dinheiro | |
Lúcio Vieira Lima
(PDMB-BA)
|
Recebeu R$ 1 mi da Odebrecht para conversão de medidas provisórias de interesse da empresa em lei.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
|
|
|
Daniel Vilela
(PMDB-GO)
|
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Alfredo Nascimento
(PR-AM)
|
Segundo o MP, José de
Carvalho Filho relata ter participado de reunião com o então Ministro
dos Transportes Alfredo Nascimento, encontro a pedido do deputado Milton
Monti, para tratar de temas ligados aos interesses da Associação
Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias. Nessa ocasião, teria sido
solicitada "ajuda financeira" para a campanha eleitoral de Alfredo
Nascimento, no valor de R$ 200 mil por cada empresa que lá se fazia
presente. O repasse teria sido feito no ano de 2006, por meio de
recursos não contabilizados. Ainda se esclarece que dos termos consta
também acordo entre as empresas que teria resultado em benefício espúrio
a diversos agentes públicos do DNIT e no pagamento de vantagem indevida
ao deputado Federal Inocêncio Oliveira, supostamente beneficiado com o
repasse de R$ 300 mil por meio do Setor de Operações Estruturadas.
Acresce-se que o repasse feito a Alfredo Nascimento também seria
contemporâneo ao ajuste de mercado, o que justificaria a investigação
dos fatos.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Zeca Dirceu
(PT-SP)
|
Recebeu a pretexto de auxílio à campanha eleitoral valor de R$ 250 mil.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Betinho Gomes
(PSDB-PE)
|
Recebeu valores a pretexto de campanha eleitoral, no total de R$ 550 mil
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Zeca do PT
(PT-MS)
|
Teria recebido R$ 400 mil para campanha ao governo do MS.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Vicente Cândido
(PT-SP)
|
Em 2010, a pretexto de
auxílio à campanha eleitoral para o cargo de deputado Federal, Vicente
Cândido solicitou e recebeu vantagem indevida, consistente em R$ 50 mil,
valor repassado pelo grupo Odebrecht que teria interesse no apoio do
parlamentar na busca de solução para o financiamento do Estádio do
Corinthians.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Júlio Lopes
(PP-RJ)
|
O deputado, então
Secretário de Transportes do Estado do RJ, teria solicitado a Lúcio
Chruczeski (executivo da Queiroz Galvão) o pagamento de vantagem
indevida no contexto de obras atribuídas a consórcio composto pelo Grupo
Odebrecht e liderado pela Queiroz Galvão. Posteriormente, agora na
qualidade de Secretário de Obras do Estado do RJ, teria solicitado
vantagem indevida diretamente ao colaborador Marcos Vidigal do Amaral.
As empresas teriam concordado com o pedido e efetuado pagamento na ordem
de R$ 4 mi.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Fábio Faria
(PSD-RN)
|
A empresa Odebrecht
Ambiental almejava desenvolver PPP’s associadas a saneamento básico no
contexto do RN. A esse respeito são relatadas as tratativas que
envolveriam contribuições eleitorais, nos idos do ano de 2010,
destinadas ao Deputado Federal Fábio Faria (R$ 100 mil).
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Heráclito Fortes
(PSB-PI)
|
Vantagem não contabilizada
no âmbito de campanha eleitoral de Heráclito ao Senado Federal, no ano
de 2010. Esclarecem que foram repassados R$ 200 mil.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Beto Mansur
(PRB-SP)
|
O MP diz ter sido pago ao
parlamentar total de R$ 550 mil, dos quais R$ 300 mil pela equipe de
Hilberto Silva, enquanto R$ 250 mil por intermédio de doação oficial
realizada pela empresa Agro Energia Santa Luzia S/A.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Antônio Brito
(PSD-BA)
|
O colaborador José de Carvalho Filho teria providenciado o repasse de R$ 100 mil em favor da campanha do deputado.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Décio Lima
(PT-SC)
|
Relatam os colaboradores o
pagamento, a pedido do deputado, de vantagens não contabilizadas no
âmbito de campanha eleitoral de Ana Paula Lima à prefeitura de
Blumenau/SC, no ano de 2012. Narra-se, nesse contexto, o pagamento de R$
500 mil. Afirma-se, ainda, que esses repasses funcionariam como
contrapartida a interesses da empresa, notadamente na área de saneamento
básico, espaço em que almejava atuar como concessionária.
- Falsidade ideológica eleitoral
| |
Arlindo Chinaglia
(PT-SP)
|
Teria recebido vantagem
indevida no valor de R$ 10 mi. Os colaboradores esclarecem, ainda, que
no ano de 2014, o deputado efetuou reclamação em relação a pendências
associadas ao não pagamento de valores que lhe seriam destinados. Após
trâmites internos da companhia, a insurgência foi atendida, com o
repasse de R$ 2,5 mi.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Paulinho da Força
(PSD-SP)
|
Segundo o MP, Carlos
Paschoal relata ter recebido pedido para contribuir com a campanha
eleitoral, tendo repassado, no ano de 2010, o valor de R$ 200 mil em
espécie, sem qualquer registro oficial. Alexandrino de Salles Ramos de
Alencar, por sua vez, afirma ter recebido a solicitação diretamente do
parlamentar, quando aquiesceu ao pleito, porquanto o deputado teria
auxiliado a empresa nas soluções de problemas na obra RNEST e nas Usinas
Hidrelétricas do Rio Madeira. Outra razão citada pelo colaborador seria
o "assento" que a Força Sindical detinha no FI-FGTS e da relação que o
deputado Paulo Pereira tinha com a pessoa de Luiz Fernando Emediato. Ao
lado disso, houve doação oficial de R$ 500 mil.
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro | |
Dimas Fabiano Toledo (PP-MG) |
4.423 |
- Corrupção ativa
- Corrupção passiva - Lavagem de dinheiro |
Nenhum comentário:
Postar um comentário